A traição da ruiva

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* Jorge On


Por que a Helena não atende o telefone?

Penso pela décima vez, porém alguém bate na porta, me interrompendo.

— Entra. — Autorizo.

— Com licença, Senhor. — Martin passa pela porta e se aproxima, parando em frente à minha mesa.

— O que quer? — Questiono, irritado.

— Vim receber novas instruções. Desde que mandou que dispensasse o homem que seguia a Senhorita Anne, não deu nenhuma ordem.

— Se não fiz, é porque não precisa. — Respondo no mesmo tom de antes, mas respiro profundamente para me manter centrado. — O Arthur estava desconfiado e não pude arriscar. Vamos dar um tempo. Por enquanto, estou com outro problema.

— Algo que eu possa ajudar?

— A Helena sumiu. Não atende minhas ligações e isso é estranho. — Digo.

— Talvez devesse ligar para a casa do Monteiro. — Sugere.

— Aurora. — Grito pela empregada. — Aurora. — Repito.

Odeio gente lerda.

— Sim, Senhor Ferraz? — Aparece ofegante, depois de provavelmente ter corrido para chegar rápido.

— Entra. — Digito o número no telefone fixo e a entrego. — Pergunte se a Helena está.

Suas mãos tremem, enquanto faz o que mandei.

Todos os meus empregados se comportam assim na minha presença. Um tanto quanto patético, mas até que gosto.

Alô, bom dia. A Senhora Helena está em casa?

Espero que não seja o babaca do Arthur.

Ouvindo a resposta em silêncio, agradece e volta a me devolver o telefone.

— A moça disse que não mora mais lá. — Me dá o recado.

— O quê!? — Jogo o aparelho no chão com toda minha força.

Dando um pulo de susto, arregala os olhos, enquanto dezenas de pedaços se espalham pelo chão

— Some daqui. — Grito, a fazendo sair correndo.

Martin permanece imóvel, com a cabeça baixa.

— Descubra o paradeiro dessa vagabunda. — Ordeno.

— Com licença. — Acena e sai da sala.

Maldita! Mil vezes maldita!

Quem ela pensa que é para sumir desse jeito? Tínhamos um acordo.

Pego um vaso que fica em minha mesa e o jogo na parede para aliviar minha raiva.

É bom ter uma ótima explicação Helena, caso contrário...


(...)

— Então? — Pergunto, quando o Martin retorna mais tarde.

— A Helena se separou do Monteiro e foi embora do país, após assinarem um acordo. — Diz.

— Não, não, não. Essa maldita fugiu com parte do dinheiro que tínhamos combinado e não cumpriu nosso acordo. — Dou um soco na mesa. — A única coisa que devia fazer era separar a Anne do Arthur. Qual a dificuldade nisso!? Agora o caminho está livre para os dois. Isso não pode acontecer, Martin.

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