Troca de olhares

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— Ele te chamou de amor?! - Lisa se levanta do sofá, surpresa com minha revelação.

Ela chegou, depois que comecei a estudar e acabei dando uma pausa para contar sobre o Arthur.

—Não sei. Como te disse, posso ter entendido mal.

— Anne... - Volta a se sentar. — Ninguém entende errado esse tipo de coisa. Por que toda essa dúvida? Ele não pode ter dito?

— Como não repetiu mais nenhuma vez, pode ser que eu tenha me enganado. - Explico.

— Fique com a opção mais romântica, então. - Brinca.

Conversamos por bastante tempo e quando nos despedimos, a noite já está chegando.

— Até amanhã. - Me dá um beijo no rosto e vai para a porta.

— Até. - Lhe dou um sorriso.

— Ah, oi Kate. - As duas se esbarram na entrada.

— Oi. Já está de saída? - Pergunta à minha amiga.

—Sim. Fiquei por muito tempo com a Anne

— Então, volte depois. - A abraça.

Kate tranca a porta e se aproxima, sentando ao meu lado.

— Como foi o passeio? - Pergunto.

— Foi ótimo. Estava precisando sair e espairecer. - Diz.

— Que bom que conseguiu.

Um sorriso característico surge em seu rosto e já vejo que algo muito bom aconteceu.

— Eu vi um cara que... Meus Deus... Era a perfeição em pessoa.

— Ah é?! Ficaram? - A encaro com malícia.

— Não. Na verdade, foi assim... - Coloca os pés sobre o sofá. — Fui a um café com a Fernanda e quando estávamos entrando, ele trombou em mim, porque parecia apressado. Que homem lindo, Anne. Me olhou de um jeito que não sei explicar o que causou em mim. O triste é que se desculpou e foi embora.

— Que chato. Como era? - Não posso deixar de acionar minha curiosidade.

— Seus olhos castanhos foi o que mais chamou minha atenção, já que fixaram em mim de uma maneira. - Se abana com as mãos. — Tinha os cabelos pretos, alto, enfim, lindo.

— Alguém se apaixonou por um desconhecido. - A provoco.

— Não posso pensar muito nisso. Provavelmente, nunca mais nos veremos. - Tenta não se empolgar.

— Talvez esse cara frequente o café. Podemos ir lá. Quem sabe, damos sorte?! - Proponho.

— Acho que seria muita coincidência. Bem... - Se apoia nos joelhos para levantar. — Vou tomar um banho e já volto. - Vai para o seu quarto.

Parece que somos uma família complicada com relação ao amor.

Me apaixono pelo meu professor e a Kate, se impressiona com um cara que nem sabe o nome.

Fazer o que, não é?! Nosso coração é meio maluco.

Meu celular toca, me tirando dos meus pensamentos.

E adivinhem...


Você realmente lê pensamentos. Só pode ser. - Digo, assim que atendo.

Hum... Que interessante. Pensava em mim, Senhorita Anne?

Não muito, mas confesso que passou pela minha cabeça. - Brinco.

Ouço sua risada.

Melhor que nada. Como está? - Pergunta.

Bem e você?

Tive uma notícia boa e uma ruim, ao mesmo tempo. - Diz. Descobrimos que realmente havia um funcionário com intenção de prejudicar a empresa.

Nossa, Arthur. Já sabe quem foi?

Sim e aí que entra a parte ruim. Era um funcionário de alta confiança do meu sócio. Foi uma surpresa para todos, mas foi demitido. - Explica.

Não podemos confiar em ninguém. Se fez isso, deveria ganhar alguma coisa, certo?! - Deduzo.

O pressionamos, mas não confessou. Ficaremos mais atentos de agora em diante. Vamos deixar esse assunto pra lá. O que está fazendo? - Pergunta.

Nada. - Rio. E você?

Preparando minhas aulas. - Diz.

Pega leve. - Peço. As férias estão chegando. - Comento.

É verdade. Estarão livres de mim, por um mês. - Brinca.

Um mês?! - Franzo a testa. Pensei que fosse menos.

Não gostou? - Zomba.

Claro que sim. Melhor ainda.

Eu deveria admitir isso para um professor?

Não pensa que se livrará de mim. - Diz.

Anne, me ajuda a fazer o jantar? - Kate, grita da cozinha.

Tenho que desligar, Arthur. Creio que tenha ouvido que o dever me chama. - Rio.

Claro. Boa noite. Até amanhã.

Boa noite. Nos vemos amanhã. Beijo. - Me despeço.

Beijo.


Desligo o celular e vou me encontrar com a Kate.

Fizemos uma boa macarronada e fiquei feliz em saber que se divertiu bastante.

Já estava ficando preocupada com seu desânimo.

Depois de terminamos, lavo a louça e subo para o quarto.

Preciso acordar cedo amanhã.

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