MEU PROFESSOR

Domingo descontraído

Acordei com uma brisa gelada, soprando em meu rosto.

Abro os olhos e vejo que o Arthur não está ao meu lado, então deduzo que esteja na sacada, já que a porta de vidro está aberta.

Me aproximo dele, que acaba se assustando, quando toco seu ombro.

— Calma. Sou eu. - Sorrio. — Parecia longe. Nem me notou.

— Pensava algumas coisas.

— Aquele problema da empresa? - Pergunto.

— Também, mas já está sendo resolvido. - Diz.

Não sei. Tenho a impressão que não seja isso.

O que será que o atormenta?

— Não está planejando passar alguma atividade avaliativa, certo?! - Brinco para descontrair o clima.

— Talvez. - Pega minha mão e me puxa contra seu corpo.

Deito minha cabeça em seu peito, enquanto me rodeia com seus braços, me "agasalhando" do vento noturno.

— Contanto que não me junte com a Samantha, tudo bem. - Peço.

— Não se preocupe. Prefiro evitar a Terceira Guerra Mundial. - Zomba.

Solto uma risada.

Ficamos assim por um bom tempo, até que voltamos a nos deitar.

(...)

O roçar de uma barba na curva do meu pescoço, me faz acordar.

— Bom dia, Senhorita.

Abro os olhos com a maior preguiça.

— Ah, Arthur... Só mais cinco minutinhos. Por favor. - Peço, sonolenta.

— Trouxe seu café. Levanta. - Puxa o edredom, dando resposta ao meu pedido.

Me sento e lhe dou um olhar severo.

— Você é mal. Parece a Kate. - O acuso.

— Então, ela também não deixa sua preguiça reinar? - Sorri.

— Na maioria das vezes, não. A vantagem é que o senhor me traz comida na cama.

Sua gargalhada que tanto gosto, ressoa por todo o quarto.

Deixamos nossa brincadeira de lado e depois de comer, fui ao banheiro lavar o rosto, escovar os dentes e volto assim que escuto meu celular tocar.

— Seu amigo está te ligando.

Como enfatizou a palavra "amigo", deduzo que seja o Lucas e acerto.

— Oi. Tudo bem? - Digo, assim que atendo a chamada.

—Oi, Anne. Bom dia. Desculpa se te acordei.

—Não, já estou de pé. - O tranquilizo.

— Melhor assim. Liguei para te convidar para ir a uma festa comigo.

Olho para o Arthur.

Será que ouviu isso?

— Não vai dar, Lucas. Desculpa. Olha com o Erick e a Lisa.

Ficando em silêncio por alguns segundos, posso imaginar sua expressão.

— Tudo bem, então. - Diz, decepcionado. — Vou ver com eles. Até mais, Anne.