MEU PROFESSOR

Domingo

Acordo com o Arthur dando mordidas em minhas costas e pelo ombro.

— Hum... - Sorrio. — É assim que se acorda as pessoas?

— As dorminhocas, sim. - Ri.

Me viro e vejo que se levantou, já que o quarto está com um cheiro de café delicioso.

— Está com fome? - Pergunta.

Confirmo com a cabeça.

— Sente-se, então. - Levanta e pega uma bandeja que está em cima do criado-mudo.

Me enrolo no lençol, pois a única roupa que tenho aqui, é o meu vestido.

— Pode se servir. - A coloca sobre a cama.

— Não vai comer?

— Já tomei café. - Responde, voltando a se sentar à minha frente.

Lhe dou um olhar questionador.

— E trouxe tudo isso, só para mim? - Aponto para a bandeja repleta de pães, bolo, queijo, frutas, suco e café.

— Não sabia o que você gostava, então trouxe para garantir. - Se explica.

— Obrigada, mas não precisava se preocupar. Sabe que cozinhar não é meu forte, então como qualquer coisa... Está muito gostoso esse bolo. -Mordo mais um pedaço.

— É a especialidade da Maria. Pode elogiá-la depois. Tenho certeza que ficará muito feliz.

— Maria?! - Franzo a testa.

— Ela trabalha aqui comigo e é como uma segunda mãe. Mais tarde apresento vocês. Já quer te conhecer.

— Então, também quero. - Sorrio.

Nossa, agora que me lembrei... A Kate.

Nem avisei que não voltaria para casa.

Nunca me lembro de nada mesmo. Deve estar preocupada.

— O que foi? - Pergunta.

— Não avisei a Kate que não voltaria. Será que pode me emprestar seu celular? Não trouxe o meu. - Peço.

— Claro. - O tira do bolso e me entrega.

Digito o número e começa a chamar.

* Ligação On

— Alô? -Atende com voz de sono.

— Oi, Kate. É a Anne. Liguei para dizer que está tudo bem. Estou com o Arthur. Desculpa não ter avisado.

— Tudo bem. A Lisa me disse que provavelmente não voltaria. Quando estará em casa? - Pergunta.

— Mais tarde. Preciso desligara agora. Beijo.

— Beijo e juízo. - Ri.

Sim, diante desse homem, juízo é a primeira coisa que terei.

— Pode deixar. - Desligo a chamada.

* Ligação Off.

— Obrigada. - Entrego seu celular.

Continuo tomando meu café e reparo que não tira os olhos de mim.

— O que foi? - Pergunto.

— Nada.

Dou de ombros e continuo a comer.

Quando termino, tira a bandeja do meu colo, a deixando de lado e se aproxima com um sorriso travesso.

— O que você está pensando, hein? - Sorrio.