Esclarecendo as coisas

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Já tem dois dias que ficamos bastante ocupados, montando nosso trabalho.

Hoje é quinta e estamos em sala, finalizando as últimas coisas para a apresentação.

Acabei perguntando ao Lucas sobre a carona do Arthur e me disse que o professor praticamente não abriu a boca e como não estava com uma cara muito boa, resolveu não puxar assunto.

Pelo visto, não foi só eu que percebi.

Estamos revisando os slides, quando ele entra na sala.

— Bom dia a todos. Começaremos com as apresentações. Espero que todos tenham feito o trabalho. Não vamos perder tempo. Os que ficaram com o tema "Violência", podem começar.

É o grupo da Samantha.

Ela e suas amigas se levantam e vão para a frente da sala, preparar tudo.

Arthur se senta em uma das cadeiras que agora está vazia, para assistir a apresentação de frente.

Depois de um tempo, as Samanthetes começam a falar.

Prestando bastante atenção, vai anotando em sua folha alguns comentários.

Me dá a impressão de que não estudaram muito. O slide vai passando muito rápido e por ter muita informação, é difícil ler.

— Só isso?! - Pergunta, depois que finalizam. — Podem se sentar.

Ele chama o próximo grupo e os meninos mandam bem na apresentação.

O próximo é o nosso.

Nos levantamos e vamos para frente.

Erick entrega a parte teórica, enquanto conectamos o projetor ao notebook.

Falamos sobre conflitos entre pais e filhos, problemas enfrentados por cônjuges, separações tanto amorosas, quanto materiais, e claro que apresentamos o lado da psicologia em tudo isso.

Assim que terminamos, ele passeia os olhos sobre todos nós e para no Lucas.

Parecendo pensar um pouco, faz uma pergunta que não tem muito ver com o que disse em nosso trabalho.

Recebo um olhar de dúvida e tento ajudar.

— Posso responder em seu lugar? - Pergunto.

Arthur me olha por um tempo. Que tenso.

— Não, não pode, Senhorita Ribeiro. A pergunta foi para o seu colega. Se não sabe responder, podem voltar aos seus lugares.

Curto e grosso. Que homem difícil.

Recolhemos nossas coisas e o último grupo é chamado.

Assistimos atentamente e quando terminam, Lucas se vira para mim.

— Qual o problema dele comigo?- Pergunta, irritado.

— Do que está falando?

— Do professor. Todos os grupos se apresentaram e peguntou somente para mim, além de não ter deixado outro integrante que sabia, responder.

Realmente. Já estou cansada de ver isso. Seus olhares de raiva também me incomodam e vou tirar essa história a limpo ainda hoje.

— Relaxa, você não é o primeiro que tem o professor no pé. - Digo, para tentar acalmá-lo.

O clima está começando a ficar tenso entre esses dois.

Olho para o Arthur, que está lendo algo em sua folha.

Esse homem é tão lindo e não gosto da forma como tem se comportado ultimamente.

Prefiro que me olhe como naquela balada, ou na noite em que passamos na minha casa.

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