A volta

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Ultimamente, tenho saído com o Leonardo para passear pela cidade, mesmo que não haja muitos pontos turísticos.

Nos conhecemos mais e descobri que seu maior sonho é fazer faculdade de economia, porém por aqui não há muitas oportunidades.

Nesse tempo, tive que lhe contar um pouco sobre minha história com o Arthur, porque me jogava algumas indiretas, então deixei bem claro que amo outro homem.

Notei seu desapontamento, mas continuamos a nos falar.

Levei o Lipe até o parque e não demorou muito para me deixar sozinha e encontrar seus amiguinhos.

Me sento em um banco próximo, onde consigo observá-lo. Tem sempre que ficar de olho nas crianças.

Dá até saudade da infância, quando tudo era mais fácil e nossa única preocupação era a hora que nossos pais nos chamavam para entrar e acabava a diversão.

Deixando de lado o passado, o presente toma conta de mim.

Estou com tanta saudade do Arthur.

Já me acostumei em tê-lo ao meu lado, que quando não estamos juntos é como se faltasse alguma coisa.

Relembro o nosso primeiro beijo, o dia em que me pediu em namoro, enfim, são tantos momentos bons que a lista é grande.

Respiro fundo e... Sinto seu perfume?

Nossa, meus sentidos estão muito conectados. Parece tão real.

— Anne.

Socorro! Agora é sua voz.

Será que estou ficando maluca?

— Anne.

Pelo canto do olho, vejo alguém se aproximar, então me viro rapidamente e arregalo os olhos.

— Arthur!? O que está fazendo aqui?

— Vim te ver.

Levanto e fico à sua frente, com a testa franzida.

— Como soube onde eu estava? Não acredito que as meninas te disseram. Pedi que não contassem a ninguém.

— Infelizmente, as duas são muito leais a você e não quiseram me ajudar, então descobri sozinho. — Explica, tranquilamente.

— Como? Nunca te falei sobre a Priscila. — Cruzo os braços.

— Aliás, podia ter dito. Sua amiga é muito simpática e me disse onde encontrá-la.

Respiro fundo.

— Estou falando sério. — Insisto.

Não que eu esteja brava por estar aqui, mas queria um tempo só para mim.

— Eu tenho meus métodos, Senhorita Anne. — Zomba, com um sorriso presunçoso no rosto. — Isso não importa. Vim, porque tenho uma coisa muito importante para te contar.

— Não podia me esperar voltar? — Questiono.

— Não. — Responde.

— Você nunca pode, não é!? Me fez passar a maior vergonha por causa de cinco minutos. — Lembro do nosso primeiro encontro.

— Vai jogar na cara!? — Ergue uma sobrancelha. — A culpa é sua por não ter cumprido o horário.

— Quem é, tia Anne? — O Lipe se aproxima e segura minha mão, atento ao homem à sua frente.

— Esse é o Arthur., Felipe. — O apresento.

— Oi, garotão. — O Senhor Monteiro se abaixa para ficar do seu tamanho. — Tudo bem?

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