Medidas necessárias

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* Arthur On


Disse a Anne que me encontraria com meus advogados, mas antes, preciso resolver uma coisa.

Depois de quase meia hora, chego em frente ao prédio do Jorge e por sorte, consigo entrar antes do portão fechar.

— Boa tarde, Senhor. Posso ajudar? — O porteiro me recebe, educadamente.

Preciso passar por ele sem que interfone lá para cima.

— Boa tarde. Eu... — Olho por cima de seus ombros. — Passou um garoto correndo por ali. — Invento. — Seu filho?

Olhando rapidamente, balança a cabeça negativamente.

— Não. Deve ser algum morador. Tenho que vê-lo, antes que se machuque. Por favor, espere só um minuto. — Diz, preocupado.

— Tudo bem. Vá tranquilo. Eu aguardo. — Minto.

O homem de meia idade sai correndo na direção em que apontei.

Não pensei que seria tão fácil despistá-lo, mas aproveito a chance e vou até o elevador, apertando o botão da cobertura.

Quando finalmente chego, toco a campainha e alguns segundos depois, ouço uma voz feminina.

— Deve ser o porteiro, Senhor. — A mulher abre a porta e me olha sem entender.

— Boa tarde e com licença. — Entro, antes que questione.

O vejo sentado no sofá, enquanto mexe no computador.

— O senhor não pode entrar assim. — A moça me acompanha, tentando me impedir. — Senhor Ferraz, ele foi entr...

Com a mão, o Jorge faz um sinal, a fazendo calar imediatamente, abaixar a cabeça e sair.

— O que está fazendo aqui? Como subiu sem ser liberado? — Pergunta.

— Isso não importa. — Dou a mesma resposta de quando a situação era inversa. — Você parece um pouco...— Aponto para seu nariz com curativo. — Dolorido.

Deixando o notebook em cima da mesa de centro, abre um pequeno sorriso.

— A dor me traz um certo prazer, mas prefiro provocá-la, em vez de sentir, Monteiro. — Se encosta na poltrona. — A Anne melhorou? Estava um pouco bêbada na noite passada. — Ergue uma sobrancelha.

— Fez isso de propósito, não é!? — Questiono.

— Eu!? — Ironizo. — Ela bebeu, porque quis. Como um bom homem, ajudaria a chegar na minha cama em segurança. — Minha raiva cresce imediatamente e me aproximo com os punhos fechados. — É melhor não chegar perto. — Diz. — Não esqueça que tenho o controle por aqui. Meus seguranças estão na cozinha, prontos para agir.

— Como sabia que a Anne estava naquela balada? — Me controlo, ao máximo.

— Coincidência. — Dá de ombros.

— Vindo de você, não acredito. Está a seguindo?

Soltando uma gargalhada alta, me olha com sarcasmo.

— Sua imaginação é muito fértil, Arthur. — Isso só reforça minhas desconfianças. — Sabe... — Levanta e vai até o bar. — Chegou bem quando não devia. — Enche o copo de uísque. — Atrapalhou meus planos. — Bebe um gole da bebida. — Já imaginava como seria vê-la nua em minha cama, com mãos e pés amarrados, pronta a obedecer meus comandos.

Quando percebo, voo em sua direção, o pego pela gola da camisa e o pressiono na parede.

— É melhor calar a boca, antes que eu quebre mais coisas, além do seu nariz. — Ameaço.

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