O homem no café

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— Anne... Anne...

Acordo com alguém me sacudindo.

Com dificuldade, abro os olhos.

— O que foi, Kate? Ainda é cedo e hoje nem tem faculdade. — Cubro minha cabeça com o cobertor.

— Eu sei. O Arthur está aí embaixo e quer falar com você. — Diz, me fazendo sentar rapidamente.

— O Arthur?! Pede para esperar um pouquinho, que já desço.

— Está bem. — Sai do quarto.

Corro para o banheiro e me faço apresentável.

Será que veio conversar sobre ontem?

Geralmente, flores não geram discórdias, mas essas...

Desço as escadas e já ouço sua voz, enquanto conversa com a Kate.

— Vou deixá-los a sós. — Kate diz, quando nota minha presença e vai em direção a cozinha.

— Bom dia, Anne. Desculpa vir tão cedo.

— Que isso. Não tem problema. Vamos nos sentar. – Aponto para o sofá. — Aceita alguma coisa?

— Obrigado. A Kate já me ofereceu.

Balanço a cabeça positivamente.

Estou um pouco desconfortável, porque não sei se está bravo, ou chateado, então espero que comece a falar.

— Vim para me desculpar com você. — Me olha atentamente. — Fui um idiota ontem. Só não queria discutir, por isso achei melhor ir embora, mas pensei e vi que não tinha nada a ver.

— Achou que eu estava mentindo sobre quem mandou as flores? — Pergunto.

— Não, não. — Segura minha mão. — Não duvidei de você, Anne. E... Creio que sei a pessoa causadora de tudo isso. Provavelmente, foi o Jorge.

— O jorge?! — Levanto, um pouco nervosa. — Por que mandaria um buquê sem cartão?

Não faz sentido.

— Para me provocar. — Cerra os dentes. — Já tinha dito para se afastar, porém não fez isso.

Mas da outra vez, mandou um bilhete.

— O que está pensando? — Pergunta.

— É... No quanto isso é estranho. Realmente acha que foi ele?

— Tenho certeza. — Fica de pé. — Está querendo causar brigas.

— Será?! E aquela história de reatar a amizade de vo...

— Mais uma mentira, Anne. — Me interrompe. — Não confie nesse cara, por favor. Já te pedi isso.

Olho para baixo, perdida em meus pensamentos, até que se aproxima e passa seus braços ao meu redor.

— Olha para mim. — Pede.

Levanto minha cabeça, focando em seu lindo rosto.

— Anne, sei que pensa em nos aproximar, mas isso não vai acontecer, porque sei suas intenções. Vamos mudar de assunto, está bem? — Dá um sorriso carinhoso. — Você não disse se aceita minhas desculpas, Senhorita.

— Hum... Me deixe pensar... Talvez precise de mais para me convencer. — Ergo uma sobrancelha.

— Ah é?! O que eu poderia fazer para receber seu perdão? — Brinca.

— Me levar para tomar café, é um bom começo.

— De acordo. — Sorri.

— Então, vou me trocar e não demoro. —Subo para o quarto, escolho uma calça jeans escuro e uma blusa quentinha, já que o dia está mais frio.

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