Arrependido?

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É domingo e sempre gosto de passear pelo parque, pois é um lugar tranquilo, onde posso colocar meus pensamentos em ordem e relaxar.

Vesti uma roupa confortável e fui para a cozinha, comer alguma coisa.

Faço um sanduíche, pego um suco e como, antes de sair.

Kate ainda está dormindo, então não vou incomodá-la.

Alguns minutos depois, chego ao meu destino.

Ainda é cedo, mas já há várias pessoas por aqui, caminhando, crianças se divertindo e vendedores trabalhando, para ganhar a vida.

Começo dando uma volta, observando o verde... Os casais.

Me lembro do Arthur e em como minha vida está agitada, depois que o conheci.

Principalmente, de sentimentos.

Desde que saí do orfanato, nunca tantas emoções tomaram conta de mim.

Apesar de me sentir insegura às vezes, não quero que isso acabe.

A verdade, é que nunca fui muito confiante em minha vida, ainda mais depois do que aconteceu com meus pais.

— Chuta a bola.

Sou tirada dos meus pensamentos com a voz de um menino, gesticulando para mim.

— Chuta a bola. — Repete, então olho para baixo, minha ficha cai e lhe devolvo o brinquedo.

— Valeu. — Agradece.

Sorrio para ele e continuo meu passeio.

Foi bom ter me acordado, pois pensar nos meus pais, é algo muito delicado para mim.

Dou uma volta perto do lago, sentindo a brisa refrescante em meu rosto e depois, resolvo ir ao café, que fica aqui próximo.

Quando estou entrando, alguém coloca a mão em meu ombro.

— Oi, Anne. — O Jorge para a minha frente. — Que surpresa te encontrar.

— Também não esperava. — Comento. — Tudo bem?

— Ótimo. Vim correr no parque. — Diz.

Isso explica o tênis e a bermuda esportiva.

— Ah, legal. Já conhecia aqui?

Ele não voltou de uma longa viagem, há pouco tempo?

— Não, me indicaram. — Responde. — Ia tomar um café?! Posso te acompanhar?

Como vou dizer não, sendo que praticamente já estava com os dois pés na entrada.

Não dá para mentir.

— Claro. — Concordo.

Dando um grande sorriso, abre a porta para mim e procuramos uma mesa, perto da janela.

— Vem sempre aqui? — Pergunta.

— Sim. Gosto muito do parque e acabei conhecendo o café. Tudo aqui é delicioso.

— É bem aconchegante. — Olha ao redor.

Balanço a cabeça confirmado.

Não me sinto muito confortável com essa situação, ainda mais, depois do que o Arthur contou.

Fazemos nosso pedido e pego meu preferido: Bolo de limão.

— Sinto que não está muito à vontade comigo... Creio que ficou sabendo o que aconteceu anos atrás, não é? — Me olha, atentamente.

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