MEU PROFESSOR

Cobrando a ruiva

* Jorge On

Não acredito que precisei atravessar o Oceano Atlântico para encontrar a vagabunda da Helena.

O Martin a levaria para mim, mas mandei que fizesse outro serviço.

Caminho até a recepção do hotel luxuoso e sou recebido por um rapaz, que ao identificar meu idioma, chama outro jovem para me atender.

— Boa noite, Senhor. Posso ajudá-lo?

— Pode sim. Minha noiva está hospedada aqui e acabei de chegar à cidade. Gostaria de lhe fazer uma surpresa. — Invento.

— Claro. Qual o nome dela? — Pergunta.

— Helena Müller.

Enquanto digita no computador, confiro se recebi alguma mensagem importante.

— Com licença. — Chama minha atenção. — A Senhorita não se encontra no hotel.

Obviamente, sei disso.

— Sério!? Devia ter combinado de nos encontrar. —Finjo, decepção. — Eu poderia esperá-la no quarto?

— Desculpa. Só podemos deixar subir quem estiver autorizado pelo hóspede. — Diz.

Foi o que imaginei, mas para tudo há um jeito.

— Entendo, porém viajei por horas, só para fazer uma surpresa para a mulher que amo. — Tiro um bolo de dólares do bolso e vejo seus olhos brilharem. — Deve ser cansativo trabalhar aqui, certo!? Talvez queira se divertir com seus amigos, quando seu turno acabar?!

— Bem... — Pondera a situação. — Acho que não há problema em ajudá-lo.

As pessoas se vendem muito rápido.

— Garanto que não. — Dou um sorriso vitorioso.

Se abaixando no balcão, me entrega uma chave.

— Fique à vontade.

— Obrigado. — Lhe entrego o dinheiro. — Faça bom proveito.

Me viro e vou em direção ao elevador.

É tão bom conseguir o que quero e sempre há um idiota para enganar.

Ao chegar em seu andar, caminho até a porta e entro, tranquilamente.

Com as luzes apagadas, a vista da cidade fica muito evidente.

Pelo menos, tem bom gosto.

Ando pelo ambiente, mas não encontro anda de mais. Apenas suas futilidades.

Só me resta esperar.

Sento em uma cadeira, próxima a janela e uma pessoa invade meus pensamentos...

Pego meu celular e abro diretamente em uma foto sua.

Como você é linda, Anne.

O que estará fazendo agora?

Estou com saudade de vê-la pessoalmente. Já tem um tempo que precisei me afastar.

O Arthur contratou seguranças e ainda tem o fato de não querer mais falar comigo.

Fui muito impulsivo, quando acabei me descontrolando.

Foi um erro crucial.

Não queria ter a machucado, mas a raiva tomou conta, por um instante.

De qualquer forma, está feito.

Tenho que focar em reconquistar sua confiança... Nem que seja por mal.