Nosso vilão voltou

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 * Jorge On


Tive que chegar na empresa cedo, pois tenho uma reunião com alguns investidores internacionais.

— Bom dia, Senhor Ferraz. — Minha secretária se aproxima, assim que saio do elevador.

— Tudo pronto para a reunião? — Pergunto.

— Sim. A sala já está arrumada.

Caminho até meu escritório e ela entra comigo.

— Não te chamei aqui. — Digo.

— É que há um homem esperando pelo senhor, mas não disse o nome.

Não sei quem possa ser.

— Mande-o vir. — Digo.

— Sim, Senhor. Com licença. — Se vira e sai.

Após alguns minutos, ele entra em meu escritório.

— Santiago!? — Franzo a testa, surpreso. — O que pensa que está fazendo aqui?

Ele se senta na cadeira à minha frente.

— Irei direto ao ponto. Preciso de mais dinheiro.

Solto um sorriso irônico.

— Acha mesmo que ganhará mais!? — Verifico meus e-mails, desinteressado por essa pessoa insignificante.

— Não estou aqui para brincadeira. Não consigo arrumar outro emprego, já que sempre consultam meu histórico na empresa do Monteiro. — Lamenta.

— E o que tenho a ver com isso!? Eu cumpri com nosso acordo. — Solto um longo suspiro para manter a calma. — Não lhe darei mais nada. Sua vida fracassada não é problema meu. Agora pode ir embora, porque tenho uma reunião importante. — Aponto para a porta.

— Tem certeza da sua decisão, Jorge!? Acho que o Monteiro gostaria de saber quem estava querendo prejudicar sua empresa. Foi a pergunta que mais fez no dia em que me demitiu.

Me encosto na cadeira e o avalio.

— Está me ameaçando? — Cruzo os braços.

— Negociando, eu diria.

Odeio amadores.

— Você tem consciência que sua missão foi fracassada, certo!? Foi burro o suficiente para ser descoberto.

— Não interessa. Eu consegui tirar um bom contrato dele. — Retruca.

A raiva cresce dentro de mim e tenho vontade de matar esse babaca com minhas próprias mãos.

— Quanto quer para ficar calado?

— Quinhentos mil. — Diz, me fazendo gargalhar.

— Está maluco se acha que ganhará toda essa quantia. Te dou duzentos e você some da minha vida.

— É pouco. Vai arriscar sua... — Tenta argumentar, mas o interrompo.

— Cala a boca. Ou aceita, ou mando acabar com sua querida família. Acho que sua esposa e seus filhos são muito vulneráveis, não acha? — Ameaço.

Sua expressão de afronta some rapidamente e é preenchida por uma de medo.

— Tudo bem. — Concorda.

Me levanto da cadeira e paro ao seu lado.

— Ótimo. Olha, não gosto que me ameacem e o que está fazendo é muito perigoso. Sugiro que não repita isso nunca mais... O dinheiro estará na sua conta hoje a tarde. Agora suma da minha frente, antes que eu mude de ideia e decida me livrar de você.

Assustado como um animalzinho indefeso, desaparece da minha frente em questão de segundos.

Dou um soco em minha mesa, fazendo alguns papéis caírem.

Não gosto quando tentam me comandar.

O telefone começa a tocar e atendo.

O que foi? — Pergunto.

Os empresários chegaram, Senhor Ferraz. Já os encaminhei a sala de reuniões.

Ótimo, venha até meu escritório.Finalizo a chamada, antes que fale mais alguma coisa.

Imediatamente, bate na porta.

— Entra. — Mando.

— Precisa de alguma coisa? — Olha para a bagunça que se formou no chão.

— Se chamei, é porque sim. Transfira duzentos mil para essa conta. — Lhe entrego um post-it. — E recolha tudo isso. — Pego minha pasta e a deixo para trás.

Ao chegar, ambos nos cumprimentamos com apertos de mão.

O intuito desse encontro é fechar um contrato, onde investiremos tecnologia no negócio deles e com isso, ganharei milhões.

Após alguns minutos discutindo os prós e contras, um dos empresários toma a palavra:

— Parece que estamos entendidos, porém temos uma condição.

— Claro. Qual é? — Pergunto.

— Queremos que a Monteiro&Silva nos represente. Tudo bem?

A empresa do Arthur!? Não pode ser.

— Precisa ser justamente essa? — Questiono.

— É a mais renomada na área, não!? — Retruca

— Sim, mas não são muito fáceis de trabalhar. Podemos indicar outra do ramo. — Sugiro.

Não vou trabalhar com ele.

— Sinto muito, Senhor Ferraz. Já decidimos. Nosso agente faz a negociação nesse exato momento. Se acha um empecilho, creio que não teremos como fechar o acordo.

Que ódio!

Não acredito que até aqui, atrapalhará minha vida.

— Não será preciso. Se querem assim, será feito. — Lhe dou um sorriso falso, é claro.

— Ótimo. Aguardaremos a resposta deles e entramos em contato. — Diz.

— Perfeito. — Me levanto e os acompanho até a porta.

Quando saem, olho para o Gustavo — Meu braço direito na empresa.

— Você não pode deixar que a empresa do Monteiro aceite esse contrato. — Mando.

— Por quê? — Questiona, com a testa franzida.

— Porque não vou depender dele. — Grito. — Agora vá e dê um jeito disso ir por água a baixo.

— Sim, Senhor. Com licença. — Acena e sai.

Isso não vai acontecer. Não mesmo.

Recolho minhas coisas e volto ao escritório.

— Não quero ser incomodado por ninguém. — Digo, ao passar pela secretária.

Deixo minha pasta sobre a mesa e me sirvo um pouco de uísque, deixando para trás esse problema.

Preciso dar um jeito de me aproximar da Anne novamente, mas amigavelmente não está dando certo.

Percebi que está mais imponente e segura de si. Isso não é bom para mim. Pelo menos, não agora, mas quando estivermos juntos, quero transformá-la em uma mulher forte, elegante e poderosa.

Seremos um casal invencível.

Achei que ninguém mais despertaria esse sentimento de paixão em mim e não vejo a hora de tê-la em meus braços.

Posso imaginar o toque da sua pele, seu gosto, a textura do seu cabelo, seu perfume... Ah, Anne... Preciso te tirar do Arthur o mais rápido possível.

Não deixarei que se casem de forma alguma.

Tiro o celular do bolso e ligo para o Martin.



Preciso falar com você. Digo, assim que atende.

Sim, senhor. — Confirma.


Finalizo a chamada e o aguardo por alguns minutos.

— Com licença. — Abre a porta. — Posso entrar?

— Sim. — Me sento e aponto para a cadeira à minha frente. — Quero que comece a dar andamento em nosso plano.

— Claro. — Acena com a cabeça. — Desculpe questionar, mas acho arriscado pegar...

— Tenho total certeza, Martin. — O Interrompo. — Tentei de outra forma, mas não deu. Eu quero a Anne para mim e o Arthur destruído. Não medirei esforços para isso. Faça tudo o que já combinamos. Não aceito atrasos. Gaste o que for preciso e não se esqueça que ela merece tudo da melhor qualidade.

— Pode deixar, Senhor. Dentro de algumas semanas, estará pronto. — Diz.

— Dias, Martin. — O corrijo. — Pode ir.

Acenando com a cabeça, se levanta e volta ao seu posto.

Falta pouco para estarmos juntos, meu amor.

Farei de tudo para que se sinta bem e nem se lembrará do Monteiro

Não deixarei.

Serei muito melhor que ele, em todos os sentidos e para sempre.

* Jorge Off 


É... O nosso vilão deu as caras. O que será que está planejando dessa vez? O que acham?

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