O verdadeiro Jorge?

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Alguns dias depois...

Preparei um sanduíche, peguei minha xícara e fui para frente da TV.

Minhas férias estão tão complicadas.

A viagem à Cancún foi a única parte boa.

Mando uma mensagem para a Lisa e após confirmar nosso encontro, subo para me arrumar.

Tomo um banho, me visto e depois de colocar o essencial na bolsa, saio do quarto.

Enquanto desço as escadas, a campainha toca.

Quem será?

Não estou esperando ninguém.

Caminho até a porta e me surpreendo com quem vejo.

— Jorge!?

— Olá, Anne. Bom dia. Posso entrar? — Pergunta.

— Bom dia. É... Eu estava de saída. — Digo, sem graça.

— Não vou demorar. — Insiste.

Concordo com a cabeça e lhe dou espaço para passar.

Seu rosto está com alguns hematomas, mesmo que quase imperceptíveis, pude notar.

Sem contar, que há um curativo em seu nariz, obviamente resultado do soco do Arthur.

— Tudo bem? — Deixo minha bolsa em cima do sofá.

— Não se preocupou comigo aquele dia. — Responde, áspero.

— Eu... — Confesso que me surpreendi com seu tom. — Não estava em condições para isso.

— Claro. Entendo. — Mesmo que suas palavras sejam tranquilas, sinto um pouco de ironia nelas.

Seu olhar intenso sobre mim, também me deixa desconfortável.

— Aceita alguma coisa? — Ofereço para quebrar o silêncio.

— Uma água, por favor. — Diz.

— Está bem. — Vou até a cozinha e volto, lhe entregando o copo.

— Obrigado. — Pega da minha mão e o leva até a boca.

— Aconteceu alguma coisa? Não esperava que viesse. — Comento.

Bebendo sem pressa, não tira os olhos dos meus.

— Nada de mais. — Diz, ao terminar. — Vim ver como estava. — Me entrega de volta.

— Estou bem. — Na verdade, desconfortável.

Sua maneira diferente de agir e me olhar, não me dá uma boa impressão.

— Tem certeza? Parece tensa. — Dá um passo em minha direção.

É por que estou (Penso comigo).

— É que marquei um encontro com uma amiga.

— Me mandando embora, Anne? Não é muito educado de sua parte. — Outro passo.

— Não, não estou fazendo isso. É que combinamos um horário e...

— Acho que quer se livrar de mim. — Me interrompe.

Me viro e deixo o copo em cima da mesa.

— Não tem nada a ver, Jorge.

Sinto que se aproxima das minhas costas.

— Juro que é a impressão que está passando. — Diz bem perto do meu ouvido.

Me afasto, nervosa.

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