Quebrando a Roda

O retorno dos meninos

Ned e Catelyn estavam sozinhos em Lannisporto, sem a companhia dos demais membros da família evitando que sua enorme presença intimidasse os meninos.

Os soldados mandados a Essos que foram dispensados chegariam de navio a qualquer momento.

Primeiro viram Rickon no meio da multidão, ele deu um sorriso radiante ao ver os pais. Ao se desvencilhar dos muitos que o cercavam, notaram que Rickon empurrava Bran em uma cadeira com rodas com certa dificuldade. O mais velho parecia abatido e triste. O mais novo continuou empurrando o irmão até o encontro dos pais.

-Meus meninos-Catelyn os abraçou e os encheu o rosto de beijos-como vocês fizeram falta.

-Sentimos sua falta também mamãe-Rickon sorriu-pai.

Eddard abraçou o filho mais moço.

-Brandon-chamou ele e Bran olhou para cima, continuando em silêncio.

-Pai-ele assentiu e seu pai se abaixou para abraçá-lo.

-Estamos aqui para o que precisar-Ned o lembrou-sempre vamos estar filho.

-Obrigado-Bran respondeu e se sentiu um pouco melhor.

Eles começaram a caminhar de volta a Fortaleza Vermelha. Era um longo caminho, mas decidiram que seria bom para os meninos observarem e sentirem o ar da cidade, amenizando a saudade que sentiam do lugar. Na verdade Porto Real era uma cidade que os Stark se acostumaram a viver, sempre sentiam que seu verdadeiro lar era Winterfell. Era de lá que Bran e Rickon sentiam mais falta.

A chegada deles em casa gerou uma certa comoção. Todos os receberam com muita alegria e animação, e os mais sensíveis derramaram algumas lágrimas.

Depois de toda agitação ter ficado pra trás, Rickon percebeu o quanto Bran só queria descansar da viagem.

-Estamos em casa irmão-disse ele antes de deixar o irmão a sós-é só isso que importa agora.

Bran assentiu e viu o irmão se afastar. Não queria ajuda de ninguém para sair da cadeira. Se a vida havia lhe dado aquele golpe, aprenderia a lidar com ele sozinho, como um bravo soldado. Com o próprio peso sobrecarregando os braços, ele se jogou com toda força  sua cama.

Só queria dormir e esperar o que o dia seguinte lhe traria.