Guerreiro Jaeherys

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Daenerys conhecia bem seus três filhos, e desde que decidiu estar bem mais presente na vida deles, nada escapava de sua atenção quando o assunto era eles. Tanto ela quanto Jon notaram a inquietação de Jaeherys durante o jantar.

-Aconteceu alguma coisa?-Jon perguntou ao filho mais velho.

-Nada pai, só...-o jovem tentou contornar o assunto-coisas na Academia, trabalhos, debates, discursos...

-Sei das suas responsabilidades, mas não esqueça de descansar um pouco-aconselhou o pai.

Jon percebeu que algo mais estava acontecendo, mas decidiu não pressionar o filho. Daenerys por outro lado já faria diferente e iria ser direta em uma conversa franca com o filho após o jantar.

-Jaeherys não minta pra mim-ela pediu quando os dois estavam sozinhos-sei que seu pai pode atê querer deixar o assunto um pouco de lado, mas eu preciso saber o que está acontecendo. Me diga.

-Ah mãe se ouvisse o que falam de você...-ele desmoronou de irritação ao lembrar de Walder-a acusaram de adultério e eu sei que é mentira. Desafiei um dos Walder pra um duelo por ele ter te insultado.

-Um duelo?-Dany se assustou-meu filho isso é muito perigoso! Não devia ter feito isso, poderia deixá-lo falando, já que sabia que era mentira.

-Eu sei que se estivesse no meu lugar agiria da mesma forma-respondeu Jaeherys-não importa o que você diga, não posso voltar com a minha palavra pra trás, defenderei a minha honra e a sua mãe.

Daenerys apenas abaixou a cabeça, indefesa. Então era assim que as pessoas se sentiam, ante a impetuosidade dela. O filho era um reflexo da sua personalidade ousada.

-Apenas...-murmurou ela-tome cuidado, e, se quiser, use meu velho mosquete. Não parta o coração do seu pai e nem o meu.

-Não vou, vou orgulhar vocês-sorriu o jovem Targaryen-Stark.

Jaeherys saiu dali, pensando estar tudo resolvido, mas Daenerys estava triste pensando que não era assim que queria que o filho surpreendesse a todos.

Na Academia de Porto Real era comum ver os estudantes chegando com seus livros em mão, mas era incomum portarem armas. O mais perto disso eram as lâminas para abrir cartas. E ainda mais incomum era ver o calmo e diplomata Jaeherys Stark armado com o mosquete da guerra da Independência. Era a evidência de que o duelo proposto no dia anterior estava de pé. Durante a manhã, o jovem Stark tentou focar nos estudos, mas nada tirava da sua mente a determinação de honrar sua palavra e defender o nome da sua família.

Ao meio dia com passos firmes rumou para o local marcado. Ao ver Grande Walder se aproximar, fechou seu olhar raivoso nele.

-Vejo que o sangue de lobo lateja em suas veias-disse o Frey no lugar de um cumprimento.

-E sentirá suas garras em breve-prometeu Jaeherys cuspindo raiva.

Pequeno Walder, o irmâo do Grande, se colocou como juiz da disputa.

-Contarei até 10 enquanto dão os passos de distância-anunciou ele-depois estarão livres para ataque, sendo a única arma a ser utilizada a espada, como proposto pelo desafiante.

Sentia-se a tensão no ar mesmo em meio ao silêncio. A contagem de Pequeno Walder o interrompeu e logo após o 10, Jaeherys partiu para cima de Grande Walder como um lobo, fazendo jus às habilidades de soldado de seus pais.

O Stark torceu o pulso de Frey, mas o segundo atingiu o primeiro  cheio no ventre num corte paralelo ao tronco. Cambaleando, Jaeherys caiu de joelhos, a mão pairando sobre o corte que sangrava, numa tentativa vã de parar a dor.

-Já foi decidido, Frey venceu a disputa-gritou o Pequeno um pouco horrorizado-chamem um médico!

"Como pude ser tão fraco e impulsivo a ponto de não ter ums estratégia e me deixar ser vencido tão facilmente?"-foi o que Jaeherys pensou enquanto desmaiava.

A última coisa que viu foi o Dr. Luwin se aproximando antes que sua visão escurecesse.

Quebrando a RodaOnde histórias criam vida. Descubra agora