Uma última vez

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Bran estava aos poucos re-acostumando com seu velho quarto. Não ficara fora por tanto tempo assim mas essa era a sensação, já que não havia muito o que fazer com as pernas paralisadas. Suas esperanças de voltar a andar foram perdidas e era difícil não se sentir triste com tudo isso. Além disso, Rickon começara a ter pesadelos horríveis com o campo de batalha. Muitas vezes ele acordava com a baioneta nas mãos. Nunca aconteceu dele dispará-la mas mesmo assim temia que isso acontecesse. Os dois irmãos tentavam se recuperar aos poucos do que vivenciaram, com a ajuda de toda família e principalmente, Jon Dany e Robb, que sabiam muito bem o que estavam passando.

Sansa conversava com Bran em seu quarto.

-Eu sei que é difícil-disse ela ao irmão caçula-passei algo parecido mas com o tempo... as cicatrizes não doem mais como doíam antes. Tem só que estar disposto a receber o apoio que te dão.

-E voltar a confiar nos outros-completou ele-confiar em mim, de que tudo dará certo.

-Sim, isso-ela sorriu.

-Soube que foi pedida em casamento pelo sr. Tyrion-Bran mudou de assunto-eu sei que ele é parente de Joffrey, mas deveria considerar.

-Não sei exatamente o que sinto por Tyrion-confessou ela-eu o admiro s gosto da sua amizade, gostaria de me aproximar,mas....

-Tem medo de que ele seja como Joffrey-deduziu Bran.

-Sim ele é gentil comigo mas Joffrey também era-ponderou ela-um casamento é para toda a vida.

Há muito tempo Sansa foi prometida a Joffrey Baratheon, filho da Antiga Rainha Cersei e Robert Baratheon, de quem a rainha havia se separado. Cersei desfez o noivado assim que Eddard se rebelou contra seu governo.

-Fale com ele e conte sobre isso-Bran aconselhou-independente do que decida, conte que o passado ainda a atrapalha de pensar na questão.

-Eu vou-Sansa concordou-obrigada por me ajudar irmão. Agora me deixe ajudá-lo. Venha e saia um pouco desse quarto. Por favor...

-Sansa...-reclamou Bran relutante.

-Por favor Brandon-insistiu ela.

-Ah está bem-ele deu de ombros.

Nesse tempo, Arya e Gendry vieram visitá-los trazendo o pequeno Ned Waters com eles. O novo sobrinho alegrou a todos.

-Ele parece ser tão esperto-comentou Jaeherys enquanto ele observava o priminho com as outras crianças.

-Logo ele vai estar andando-confidenciou Tia Arya.

-Só espero que ele não cresça tão rápido-suspirou tio Gendry.

De repente Bran se juntou a eles, o que surpreendeu e animou a todos. Sansa empurrava sua cadeira. Walder acabou tendo uma ideia. Cochichou algo no ouvido do tio Bran, que respondeu com uma careta e depois assentiu. Walder então falou algo com tio Gendry e tia Arya.

-Não é uma boa ideia-opinou o tio.

-Promete ter cuidado?-ponderou a tia.

-Sim-Walder pulou e bateu palmas.

-Eu vou segurá-lo firme-Bran prometeu.

-Tomara que Ned não goste disso-esperava Gendry.

-Talvez o vô Ned não goste mas ele não tá aqui-Walder deu de ombros.

-Mas o que é que você tá aprontando?-quis saber Arya a prima.

Em resposta, Walder pegou o priminho rapidamente e o colocou no colo do tio Bran, que segurou o bebê firme enquanto Walder os empurrava correndo. Aquilo fez Bran e o pequeno Ned rirem  coisa que o tio já não fazia há muito tempo.

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Um tempo depois Bran e Rickon estavam se sentindo melhor, embora lidando com suas dificuldades interiores todos os dias. Eles estavam presentes, junto de toda a sua família e os secretários do governo incluindo Tyrion para o último discurso de seu pai. Um pouco apreensiva, Daenerys entregou ao sogro seu discurso e o desejou boa sorte.

-Bom dia a todos-disse Eddard em alto e bom som da sacada da Fortaleza Vermelha, o povo o encarando de lá de baixo-Estão ciente de que deixarei a presidência. Conforme revejo meu tempo de serviço, estou ciente de que possa ter cometido muitos erros, mas confio que o meu povo os veja com indulgência, entendendo meus defeitos. Depois de longos anos dedicados ao serviço do meu país, espero que haja em sua consciência minha necessidade de me recolher a tempos e lugares de paz. Há em mim grandes expectativas de me juntar aos meus compatriotas como mais um cidadão, confio na benevolência da nossa nação sob um governo livre, é esse o desejo do meu coração, conforme caminhamos e continuamos a trabalhar com cuidados aos perigos. A história olha para nós. Obrigado por tudo.

Todos que ouviram aplaudiram seu último discurso, a última vez que Eddard Stark falava em público. De suas costas saíam o enorme peso da responsabilidade, mas seu coração continuava preocupado com o futuro. 

Quebrando a RodaOnde histórias criam vida. Descubra agora