No decorrer das semanas os alunos sempre comentavam o que viram nas lutas. Dessa vez, não só os campeões eram lembrados, mas todas as boas lutas. Claro que Jack foi novidade por empatar com a antiga campeã.
Na hora do almoço, os amigos se reuniram na mesa.
- As aulas estão cada vez mais intensas. ( Diz Heitor).
- Sempre é assim! O torneio acaba e os professores acham que a gente tem que evoluir cada vez mais rápido. ( Falou Alexandre).
Clara estava sentada ao lado de Jack, os dois ficaram mais próximos após o torneio. Ela o perguntou:
- Por que a gente não marca de sair todos juntos? Sei lá, pra relaxar depois do torneio e aulas.
Jack olhou para os amigos, como ninguém falou, ele respondeu:
- Por mim, pode ser. Mas só após as provas.
- Ok, combinado então. Depois das provas a gente vai sair.
Com o término das provas e o ano acabando os garotos saíram algumas vezes. Cinema, praia, shopping e lanchonetes. As vezes Jade e Dimitri iam juntos, as vezes iam só Clara e Jack como se fosse um encontro. Certo dia com todos reunidos tomando sorvete Alexandre iniciou um assunto:
- A onda de crimes só vem piorando na cidade. Vi no noticiário que um garoto da nossa idade estava ajudando alguns bandidos a roubar, lutar contra a polícia especial.
Heitor olhou pra o amigo e disse:
- Eu vi isso também, alguns agentes morreram. Disseram que o garoto estava envolvido nisso também.
- Vocês pensam em ser heróis? Ou da polícia? Já está chegando a hora de escolher uma área na escola. No ensino médio é que se direciona seu futuro. Eu quero ser herói. ( Diz Dimitri enquanto termina o sorvete).
- Eu quero ser agente. Ajudar mais como suporte, ter uma rotina no dia dia. Além disso, sou boa em seguir regras. Tem heróis que agem de qualquer forma e por isso a polícia e eles não se dão bem. ( Diz Clara)
Jack prefere não falar, mas Matheus não soube ficar calado.
- Acho que se a polícia especial não resolve, alguém tem que fazer. Seja civil com poderes ou não. Essa história de restringir a população a usar seus poderes pra não causar danos aos outros é furada.
Esse tema vai ganhando proporção entre a sociedade. Como naquele ano só haviam se passado 14 anos após a exposição de humanos com habilidades, o mundo ia se adaptando para que houvesse mais aceitação de pessoas normais com as modificadas. Os heróis eram amados pela população, mas os vilões eram mais freqüentes devido a diferença das classes sociais, isso fazia com que a polícia criasse uma unidade especial de agentes com poderes. A diferença deles para os heróis era que não precisavam esconder quem eram, seguiam um regulamento especial militar e trabalhavam no mesmo horário que os humanos normais, mas sempre podendo serem chamados para algum caso.
Já heróis tinham sua vida reservada, não revelavam sua identidade e evitavam contato direto com a polícia, já que eles queriam saber mais informações dos heróis, muitos deles passavam dos limites pra resolver um problema, e com isso eram considerados justiceiros, não heróis da justiça.- Pra você, o que vale é o resultado? ( Diz Marciel)
Na mesma hora Matheus responde:
- Sim. Essas leis fazem mais mal aos cidadãos de bem que aos bandidos. Os governantes corruptos financiam alguns ladrões, marginalizando os humanos que agem para proteger os outros a todo custo, mesmo que não seja herói ou agente especial.
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Heróis.
FantasyPara um mundo onde habilidades especiais, perigos e caos são atividades comuns; ser heróico nem sempre é sinônimo de subordinação, disciplina e afeição. As vezes, a necessidade de ser útil no combate ao inimigo e a personalidade forte de alguns heró...