Heróis.

Capítulo 27 - As Perguntas.

Após a reunião entre os envolvidos nas lutas, Ramón chama Marciel, Camilla, Samuel e Jade para sua sala, estes agentes mesmo com pouco tempo de corporação ganharam destaque no eficiente trabalho e dedicação, conquistando a confiança de Ramón.
- Ok, ouvimos todos lá fora, não só agentes como heróis. Creio que vocês sabem o que estou pensando pois são inteligentes o suficiente pra isso. ( Fala Ramón)
- Pelo que foi dito, temos um traidor entre nós. Ou na polícia ou entre os heróis que se uniram a causa. ( Diz Camilla)
Samuel coça a cabeça e fala:
- Eu pensei nisso assim que fui encurralado no bar, eles já me esperavam ou pelo menos esperavam alguém. Mas não sei se vazou por um traidor ou por meios alternativos usados pelos vilões.
- Que meios você quer dizer? ( Pergunta Marciel) Pra mim, está mais que óbvio que alguém nos entregou. Não eram muitos agentes que sabiam de sua missão e você foi atacado mesmo estando com um herói de suporte. Eu e Camilla só fizemos a ronda normal e não houve nenhum ataque contra nós.
Ramón observava as indagações, era realmente complicado decidir de última hora o que fazer, nessa hora sentiu mais falta de Félix. Jade ainda calada, não parecia tão ferida como estava após a luta, graças a ajuda dos médicos, mas sua energia ainda estava baixa.
- O que me diz Jade? ( Perguntou Ramón)
A garota parecia divagar nos pensamentos, quando questionada voltou a si e disse:
- Eu acho que as duas possibilidades podem ter ocorrido, basta saber qual delas.
- Ok, provavelmente irei assumir a delegacia e quero vocês como meus agentes de confiança. Jade você pode ir pra casa, volte em 2 dias mais descansada. Lutar com aqueles monstros não foi fácil. Camilla, fará parte da inteligência e investigação aprofundada da própria corporação. Não deixe nenhuma ponta solta. Marciel fiquei de olho nos heróis filiados a nós, sem deixar que percebam. Samuel, você vai continuar a lutar ao lado deles, dessa vez eu vou passar seu destino e que herói vai acompanhá-lo. Entendido? ( Fala Ramón ao grupo)
Todos assentiram e saíram da sala, agora tudo era suspeito.

Pouco tempo após saírem da delegacia os heróis foram se separando, mas Médium, Jack e Fantástico se juntaram por um momento.
- Eu sei o que fez. ( Fala Médium ao garoto) Seu mentor tentou proteger você e eu ajudei a te acobertar lá dentro, mas quero que saiba que não concordo com isso e não fiz por você. Tem sorte da polícia está muito abalada por tudo que houve hoje, só assim pra Ramón deixar passar, por que senão ia ser alvo de investigação.
Elementista o olha, ainda não tinha expressão no olhar mesmo sendo enquadrado por um herói de fama exemplar.
- Eu sei que não fez por mim. Você fez por Fantástico, agradeço e vindo do Herói conhecido por ser o mais forte de nós, é um sermão e tanto . Mas percebi que vocês querem ouvir de mim arrependimento. Ok, isso não vai acontecer, eu não estou nenhum pouco arrependido de ter feito o que fiz. ( Diz o garoto com olhos frios)
Seu mentor o olha com certa surpresa e Médium o encara com desconfiança.
- Vamos nos acalmar. ( Diz Senhor Fantástico) Vocês estão cansados e estressados pelos combates de hoje. Depois conversaremos e vamos ver o que vai acontecer. Precisamos estar mais unidos principalmente agora com a força que os vilões ganharam.
O clima ainda estava pesado, só a presença de Médium era algo sufocante pra qualquer um. O herói respira fundo e diz:
- Tudo bem, não vamos falar disso por ora. Voltemos pra nossos afazeres. E você ( aponta para Jack) Esfrie sua cabeça e fique um tempo consigo mesmo.
O garoto não o responde, os três se despedem e cada um segue seu caminho.

Mais tarde dá noite os vilões estão reunidos no local de sempre, a antiga indústria abandonada. Todos os que participaram dos ataques combinados estão se recuperando nas máquinas de cura criadas pelos gênios da medicina. Algumas pessoas obtiveram como habilidade uma inteligência muito acima do normal, fazendo com que criem coisas para ajudar as pessoas e tornar suas vidas mais fáceis. Assim como as prisões feitas para anularem os poderes dos hóspedes, também foram responsáveis por criarem máquinas que curam mais rápido os ferimentos, quase como algum usuário de cura. O processo dentro do item dura de 3 a 5 horas dependendo da gravidade. Claro que os vilões roubaram algumas dessas pra eles.
Kaleb estava sentado na sua cadeira enorme, acompanhado do irmão que já tinha se medicado. Ninja, Gelo, Penélope e outros resgatados estavam se tratando. O dragão falou para o grupo:
- Ótimo trabalho de todos, mesmo os que não voltaram estão de parabéns. Hoje a cidade perdeu seu pilar, e agora estão com mais dúvidas que nunca em quem confiar. Quero que conheçam os idealizadores desse nosso grupo.
Ele faz uma referência para o lado, e de trás das sombras surgem 3 pessoas, uma mulher loira com roupa colada azul, possui 1,83 metros de altura, máscara cobrindo parte do rosto, seu nome é Sandra e mesmo com a roupa cobrindo seu corpo se percebe que possui muitos músculos, ela saúda todos com um movimento de cabeça. O homem a sua direita é Marcelo, este não precisa esconder o rosto de ninguém pois todos ali o conheciam. Era o governador do Estado, vivia na mídia dando entrevistas e falando sobre os heróis e suas atitudes exageradas. Tinha 1,80 metros de altura e cabelo grisalho, usava óculos e era moreno. Não parecia ser forte, mas tinha corpo definido. E o terceiro era Jhon, um homem de 2 metros de altura, cabelo preto liso penteado pra trás, era musculoso ao extremo, fazendo com que Kaleb e ele ficasse quase do mesmo tamanho em termos de largura, diferente do homem/dragão, ele não tinha DNA unido com nenhum ser, era branco e tinha uma cicatriz que ia da testa passando pelo olho até parte da bochecha, mesmo com isso era bonito. Apenas sua presença afetou todos no local, esbanjava força e poder, até Kaleb se sentia intimidado por ele.
Marcelo sorriu pra o grupo e falou:
- Estou orgulhoso de tudo que fizeram hoje, isso será o marco de uma nova era. Vou continuar fazendo minha parte no governo e dentro da polícia ( Ele olhou pra o homem/dragão que assentiu) Vocês vão ter mais liberdade para agirem e os heróis, menor espaço. Conto com todos.
Gelo pigarreou e disse:
- A frente da mídia eu vejo que tenta diminuir os feitos dos heróis, mas não vejo influência sua na polícia.
- Calma meu amigo, vocês não precisam ver e nem saber de tudo. O que importa é que está tudo dando certo. ( Fala Zeba)
Sandra anda para o centro da sala e pergunta:
- Onde está Caveira?
- Ele está numa sala isolada, de todos aqui foi o que mais se feriu. ( Fala Kaleb)
A mulher assente e decide andar pelo local.
John olha pra todos e fala:
- A partir de hoje vamos tentar causar mais danos na polícia. Mas os heróis podem ganhar visibilidade com isso, por isso irei coordenar com alguns que eu vou escolher para fazer certos trabalhos.
- O problema é Médium ou Fantástico aparecerem, nem Kaleb deu conta deles. ( Fala Ninja)
John o olhou com frieza, se aproximou do bandido e perguntou:
- Está me comparando a um mago e a um telepata? ( A energia emanada do seu corpo fazia Ninja suar de medo, nunca sentira isso na vida)
- Não... Não senhor. ( Respondeu o rapaz amedrontado)
John se afastou e voltou para o lado de Kaleb.
- Pois bem, iremos atuar mais com vocês, mas temos nossos discípulos que são fortes, treinados por nós, para ajudar a derrotar alguns heróis. Os ataques serão feitos com vocês e eles, mandaremos a locais específicos para enfrentarem pessoas específicas, entenderam? ( Diz Sandra)
O bando concorda e Kaleb encerra a reunião. Agora tudo vai ficar mais difícil.

Jack foi pra casa após a conversa com Médium. Tomou banho, comeu e sentou no sofá pensando no que tinha feito. Após tantos anos com raiva, achava que depois de vingar Clara o sentimento acabaria. Não foi o que ocorreu, se sentia aliviado por ter feito o que achava certo, por ter vingado a amiga, mas a raiva não acabou. Algumas horas se passaram e a Alexandre apareceu no seu apartamento, os dois comiam pizza bebiam enquanto contavam seus casos.
- Então você também tem imunidade a veneno. Que merda é você? Se eu for lutar com você, tenho que tentar ser rápido e acabar logo a luta pra não dá tempo de surgir outra habilidade ( Fala Jack sorrindo)
- Realmente tenho muita energia pra combater por muito tempo, e se você quiser ganhar tem que ser forte para me parar. ( Diz o garoto enquanto come um pedaço) Onde está Matheus?
- Ainda não chegou. Disse que depois de rondar a cidade, ia na casa dos nossos pais. ( Diz Jack tomando um copo de uísque)
- Então ele não lutou hoje nesses ataques. Ainda bem, houveram muitas baixas. ( Fala Alex)
A campainha toca, Jack se levanta e vai até a porta pra ver quem era, quando olha no olho mágico se espanta. Abre a porta e a garota diz:
- Sabia que estava em casa. ( Camilla já vai entrando)
Jack fecha a porta e olha pra garota intrigado.
- É, pode entrar. ( Diz o rapaz) Não que eu não goste de sua visita, mas o que tá fazendo aqui a essa hora? Faz tempo que não vem me ver.
Camilla cumprimenta Alexandre com um beijo no rosto, e volta sua atenção para Jack. Seu rosto é severo e então a garota pergunta:
- Você matou Dante não foi?
O garoto a olha sem mudar seu semblante, Alexandre engasgou com um pedaço que comia.
- Está aqui para me investigar? ( Pergunta Jack) Isso é um interrogatório?
- Não, você teria que está em combate comigo ou numa sala da delegacia, estou aqui não apenas como amiga, mas também como agente do governo. ( Diz a agente) Você é meu amigo de longa data e sei como ficou com a morte de Clara, mas você agora é um herói, eu reconheço sua voz onde for e sei que é o Elementista. Fantástico contou a luta por cima, mas sei que ele não teria motivos para matar. Você tem todos, mas tem o dever para com a sociedade de não ser tornar um assassino igual aos vilões.
Alexandre consegue engolir após beber um pouco e fala:
- Você fez isso? Por que não me contou?
Jack encara os amigos, apenas responde:
- Você quer uma bebida? ( Põe uísque no copo e serve Camilla) Se isso não é uma investigação oficial, e não estamos numa delegacia ou em combate, não tenho o que responder.
- Jack, eu sou sua amiga. Não quero o seu mal, se estou perguntando é prezando por sua carreira. Pode contar comigo, mas não vou acobertar essas atitudes. Será que você me entende?
O garoto assente. Camilla bebe um pouco e os três ficam em silêncio por alguns minutos. Matheus chega em casa e encontra os amigos e o irmão bebendo e comendo.
- Olha quem apareceu, a miss peitões. ( Diz o garoto para a policial) Finalmente deu as caras em.
Camilla o olha e revira os olhos:
- Você não cresce nunca? Esse apelido é ridículo. Desde a escola te digo isso.
- Haha não me culpe, quem inventou foi o Alexandre. ( Fala Matheus)
A garota olha pra Alex e o belisca, os garotos riram relembrando alguns momentos felizes de quando eram mais novos.
Após conversarem e comerem, Matheus pergunta para Camilla:
- E agora que Félix estar morto, quem assume?
- Ramón é o mais cotado. A polícia está bem danificada, todos tinham Félix como um espelho, e não só ele. Jônatas era outro agente muito importante.
- Onde estava? ( Pergunta Alex ao amigo)
- Fui fazer ronda perto de casa, prendi alguns ladrões, nada demais. Depois fui pra casa da mãe e fiquei com meus pais lá um tempo, vi no jornal que houveram vários ataques em locais diferentes, mas a delegacia era o foco. Nossa mãe não me deixou ajudar, estava com mau pressentimento. ( Diz Matheus olhando para o irmão)
- Que bom que ficou com eles. Foi melhor assim, mas nossa mãe ler mentes, não é vidente. ( Fala Jack rindo)
Todos sorriem de forma tímida. Após uns minutos Camilla e Alexandre vão embora, os irmãos conversam sobre os acontecimentos do dia. Mesmo após saber o que Jack tinha feito, o garoto só assente e diz:
- Me prometa que foi o único. Que não fará de novo!
- Eu prometo. ( Fala Jack)
- Ótimo, pois se tentar quebrar sua palavra, eu vou tá lá pra parar você. ( Diz Matheus)
Os dois de despedem e vai cada um pra seu quarto. Os heróis também precisam de descanso.