Capítulo 10 - A Consequência.

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   As crianças estavam rodeadas por enfermeiros e os familiares já estavam no local. Heitor conversava com seus pais com Jade ao seu lado preocupada, já Dimitri estava de frente ao seu pai que procurava algum sinal de ferimento no filho, aparentemente ele estava apenas com arranhões. Marciel era tratado por um enfermeiro, pois o chute na barriga foi mais forte do que pareceu, a mãe segurava a mão do menino e chorava.

Alexandre conversava com um agente especial acompanhado de seus pais. A mãe do garoto estava com sua irmã mais nova nos braços, era a Karen. Ele contava a polícia o que tinha acontecido, apesar dos agentes já terem falado com Garuda, queriam saber mais das testemunhas.

Matheus e Jack estavam mais isolados com seus pais em silêncio próximo a eles. Jack observava um casal ao lado de uma maca que tinha o corpo de Clara já coberto. O casal chorava e gritava com o agente, como se isso fosse uma forma de trazer a garota de volta.

Garuda se aproximou de Jack e sua família, e falou:

- Garoto, eu sinto muito! Não fui forte o suficiente pra parar aqueles assassinos. ( O herói tocou o ombro do menino que se mexeu desconfortável com o toque) Eu sei que é difícil registrar de perto um crime desse nível. Peço perdão por trazer minha luta a vocês, era a mim que eles queriam.

- Você foi valente em lutar com os dois. Não eram vilões comuns e nos protegeu. Obrigado, ficaremos bem. ( Respondeu Matheus).

A mãe dos garotos agradeceu as palavras, o pai assentiu, mas Jack o olhou com um olhar vazio e frio, e falou:

- Você a deixou morrer. Não sei como se considera um herói se nem uma criança que estava na sua frente conseguiu salvar. Você foi fraco.

- Jack! ( Diz José)

Maria encosta no marido, como se pedisse pra não interferir.

- Chega Jack, ele fez o que pôde! Nós não podíamos fazer nada com nosso nível. ( Matheus repreendeu o irmão).

Garuda observou o garoto que lhe dissera palavras duras, baixou a cabeça e falou:

- Você pode ter razão, de qualquer forma. Me perdoe.

O herói se afastou e foi na direção dos pais de Clara, tinha que prestar apoio.

- O que deu em você? Por que disse aquilo pra ele? Garuda nos salvou. ( Falou Matheus para Jack).

- Ela está morta! Você não percebeu isso? Estávamos juntos a um tempo e agora a perdi pra sempre. Tudo por que um herói não foi forte o bastante e aquele monstro a matou.

- Garuda está sentindo a morte dela também, pode não ser igual você, mas ele queria ter salvado a todos. Ele pensou que algum humano forte o bastante para ajudar estaria por perto. Mas... ( Disse Maria a seu filho).

- Será que você não pode ficar um minuto sem está na cabeça de alguém? ( Esbravejou Jack com sua mãe) Não quero saber se ele está sofrendo ou se esperava ajuda e não teve ou se o sistema atrapalha. Eu a queria viva.

Maria se espantou com a reação do garoto e estreitou os olhos em sua direção.

- Se você tentar ler minha mente, juro que vou embora sozinho e não será pra casa.

Sua mãe preferiu não discutir, a família decidiu ir embora. Com acenos de despedida aos amigos os gêmeos e seus pais se afastavam rumo ao carro, quando estavam saindo do cerco policial, um agente especial chamou:

- Senhora Maria Fernandes? Posso falar com seu filho um minuto?!

Jack virou e reconheceu o agente, para o garoto era professor Jônatas. O garoto não sabia que ele trabalhava com a polícia também.

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