Capítulo 65 - O Fim da Guerra.

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Médium se encontrava agora na indústria, ou pelo menos no que restou dela. As demais batalhas destruíram o lugar e os sobreviventes estavam numa área descampada, mais distante dos escombros da fábrica. Heróis, agentes da polícia especial, antigos reféns e vilões estavam reunidos em um só local. Haviam vários corpos pela propriedade; tudo era nitidamente uma cena de guerra. O mago havia feito uso do seu poder para eliminar o maior adversário que já teve e por isso sua aura estava no fim, mas conseguiu se teleportar para onde, minutos atrás, o melhor amigo se fez presente; nada mais restava ali.

- Médium, o senhor está bem? (Perguntou Gavião para o herói).

O mago acenou com a cabeça em concordância; seu semblante divergia da resposta, e não mostrava a realidade por trás da sua afirmação.

- Onde está Fantástico? (Perguntou Médium).

Gavião baixou a cabeça, ele também sentira a força da explosão e a ausência de qualquer resquício da aura que o herói sempre emitia; não havia nada.

- Ele... Não foi encontrado. Nem mesmo seu corpo. (Respondeu o rapaz).

Médium entendeu que a força do ataque de Neto foi grande demais; ninguém podia prever um poder tão potente vindo daquele lunático. O mago avistou Carmesim, mais a frente, entre os escombros, o herói de uniforme vermelho retirava as pedras à procura de alguém. Médium naquele momento desejava que o amigo paresse a busca; Senhor Fantástico não seria encontrado nunca mais.

- Carmesim, já chega...Você sabe o resultado tanto quanto eu. (Disse se aproximando do companheiro).

O herói não parava de tatear os escombros; sua aura, alerta, estava em busca de algum resultado. Antes de Médium tocá-lo, Carmesim saltou mais a frente, e continuou incessantemente pela procura do que queria.

- Por favor, vamos acabar com isso. (Suplicou Médium, cansado e deprimido demais para insistir).

Um agente se aproximou, correndo, no local:

- Senhor! A guerra foi contida em todos os lugares além daqui; a fronteira foi tomada e agora a Força Federal está em nossa cidade.

Gavião agradeceu pelas notícias, ao menos uma vitória, algo para amenizar a dor. Mas a que preço? Será que a guerra valeu a vida de tantas pessoas? Olhando ao redor, com pesar, engoliu a resposta para si. O gosto era amargo demais.

Médium já estava preparado para consolar Carmesim, quando este enfim falou:

- Finalmente, achei você!

Carmesim retirou uma placa de rocha quadrada e jogou para o lado, com facilidade, como se ela não pesasse nada. Debaixo da rocha um corpo surgiu deitado, hematomas e feridas abertas cobriam toda a extensão da pele; um bloco de pedra comprimia uma das pernas e os braços jaziam abertos em sinal de derrota, a ausência de poder e aura estavam estampados no corpo daquele que, outrora, havia matado o herói que todos admiravam.

Médium não acreditou quando viu, em meio à destruição, aquele maldito sorriso decorando o rosto desfigurado de Neto. O desgraçado estava vivo.

- Sabia que eu tinha sentido algo. (Carmesim cuspiu, enojado) Irá pagar caro pelo que fez, seu merda!

Carmesim se deixou irritar pela atitude do vilão e se moveu em direção ao ataque, mas Médium gritou:

- Não! Pare! A guerra já acabou. Devemos aprisionar esse infeliz em um lugar onde nunca mais ele vai sentir o gosto de liberdade novamente.

- Como você consegue dizer uma coisa dessas? (Retrucou Carmesim, surpreso e indignado) Esse desgraçado matou seu melhor amigo, matou Fantástico! Você não tem remorso? Não tem pesar nem luto?

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