Dessa vez, Marcos e Nina estavam na arena chamando os adversários Alexandre e Jade. Dois alunos que já foram campeões anteriores de torneio e que deveriam ter uma supervisão maior. Sim, eram crianças com poderes, mas isso não as tornavam menos mortais.
Era nítido que Alexandre estava com o olhar mais sério do que era de costume, mas Jade parecia confiante como sempre.
- Boa sorte menino músculo (Disse Jade).
- Boa sorte. (Falou Alex, secamente).
Os dois alunos eram colegas próximos, e tinham Heitor como laço mais forte. Então, claro que se respeitavam.
- Estão prontos? (Marcos perguntou).
- Sim! (Ambos responderam unanimemente).
- Nós vamos interferir ao primeiro sinal de exagero. (Dessa vez foi Nina quem alertou severamente) Compreenderam?
Os dois acenaram com a cabeça e os juízes liberaram a luta.
Alexandre não esperou Jade e atacou primeiro com uma sequência de socos pesados. Ele realmente parecia um pugilista, mantendo-se com a guarda alta e deferindo socos alternados. Porém, a antiga campeã também sabia lutar e, em vez de desviar, trocou golpes com a mesma velocidade de Alex. Alguns socos pegaram nela e nele, o garoto usou isso para aumentar a força dos seus golpes. Alex pensou que estava fácil demais, ela sabia que ele tinha o contra golpe como vantagem, não havia motivo para trocar socos.
Depois dele acertar alguns golpes no seu corpo, Jade resolveu tentar paralisa-lo, com um golpe perfeito prendeu um dos braços de Alex e o jogou no chão. O impacto foi forte e o garoto sentiu uma pontada de dor nas costas. Enquanto Jade o prendia, Alex tentava se soltar usando apenas a força.
Quando percebeu o motivo de não conseguir se libertar, mesmo sabendo que detinha de mais força física, Jade já estava em volta de sombras e isso a fazia mais forte, enquanto minava a aura do oponente, a garota usava essa técnica tanto para o ataque como para defesa. Como forma de escapar, Alexandre usou seu braço livre e liberou o contra ataque no chão à sua volta. Aquela região explodiu e jogou os dois para o alto. Alexandre se soltou e caiu de pé, enquanto Jade flutuava e olhava ainda de maneira interessada, meio sorridente.
Alexandre queria arrancar da garota aquele semblante de vitória certa, por isso usou sua velocidade e partiu para o ataque. Jade teve tempo apenas de esquivar do primeiro soco, mas o chute a pegou em cheio e ela foi arremessada à dois metros de distância. Mesmo depois disso, Alex não aliviou e continuou na ofensiva. Jade recebeu vários golpes e não entendia como ele ficara tão rápido em pouco tempo, ela sentia dor, mais do que esperava sentir. Após chegar muito próximo do limite da arena, Jade criou um portal e se afastou de Alexandre.
- Demorou bastante pra fugir. (Disse Alex, mais animado) Achei que aguentaria mais um pouco. O erro da maioria dos meus adversários é achar que os danos que sofro só servem para me dá força na hora do ataque! (Alex foi andando em direção da oponente) Na verdade, transformo os danos que recebo para aumentar certos atributos, posso ter perdido força, mas minha velocidade é bem maior que a sua.
E de novo correu para atacá-la. Jade não falava mais, apenas agia, tentando se esquivar dos golpes como podia. Alexandre ficou empolgado, estava confiante e nesse momento não reparou que todo ar a sua volta tinha mudado. Jade estava coberta de trevas, não eram simples sombras negras, parecia uma névoa densa e negrume que envolvia seu corpo e o ambiente. Tudo estava na penumbra. Heitor, que assistia a luta ao lado dos amigos, se levantou por impulso. Ele já estava sentindo algo muito ruim.
Quando Alex se aproximou de Jade para dar um último golpe, sentiu uma energia pesada de desespero, isso ocorreu assim que viu os olhos da adversária, ele não havia notado que as sombras também o envolvia. Aqueles olhos estavam completamente escuros, não existia nada ali além do vazio. Esse vazio inundou Alexandre por dentro e ele desabou. Jade voltou a flutuar, lançando com a mão, uma rajada escura no rapaz, que sentiu uma dor irracional no corpo. Alex foi ficando cada vez mais fraco, mais lento e menos resistente. Um instante depois, Jade ficou frente a frente com o garoto, que nada mais podia fazer para se defender. Ele já aceitara a derrota, não apenas pela dor, mas por que, de alguma forma, o olhar da garota o abalou profundamente.
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Heróis.
FantasyPara um mundo onde habilidades especiais, perigos e caos são atividades comuns; ser heróico nem sempre é sinônimo de subordinação, disciplina e afeição. As vezes, a necessidade de ser útil no combate ao inimigo e a personalidade forte de alguns heró...