Capítulo 2 - A Escolha.

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   Naquela mesma noite, quando chegaram em casa, Jack e seus amigos assistiram o jornal local que noticiava os últimos crimes do dia. A notícia principal retratava uma mulher jovem que havia sido brutalmente agredida por um homem, de porte másculo, identificado como o autor de recorrentes crimes pela cidade. O homem ja estava sendo procurado e tinha ficha criminal na polícia com acusações de roubo, sequestro e estupro de vulneráveis. A mulher havia sido transferida para um hospital próximo. O estado clínico dela era estável. O autor da ação, entretanto, foi encontrado em estado grave e bastante debilitado. No momento ele se recuperava em um dos hospitais prisionais do Estado. Durante a reportagem, algumas fotos do crime, incluindo lugar, arma e participantes, iam sendo transmitidas, mas o assunto principal se concentrava em um trecho de vídeo, de câmeras locais, que mostrava a gravação exata do momento em que a arma do criminoso “milagrosamente” sumia das suas mãos, e em seguida, a cena em que ele era arremessado por uma força invisível contra a parede. Um dos agentes da polícia especial ao ser questionado pelos repórteres lançou uma advertência: "Nós não sabemos o que aconteceu exatamente. Se tivesse sido um herói, ele teria ficado até nos chegarmos ou teria entregado o culpado à delegacia, mas ninguém viu ao certo, então presumimos que foi ação de uma pessoa não habilitada para agir contra o crime. Não façam isso! Os dados já estão sendo apurados. Tudo foi ação isolada e quem fez pode ser classificado como justiceiro, não como alguém que está ajudando".

   Para Jack, que escutava tudo aquilo atônito, o aviso soou mais como uma ameaça direta; principalmente porque ele tinha sido o único responsável. A raiva se instalava nele aos poucos. Após o fim do noticiário, o garoto conversou com os pais; depois de tantas revelações ele havia tomado uma decisão.

- Então finalmente você resolveu não mais limitar seus poderes em casa; agora quer se aperfeiçoar em uma nova escola!? É isso mesmo? (Perguntou José, o pai de Jack).

- Sim, pai! Mesmo treinando em casa ou quando vamos para locais isolados, eu sinto que não vou evoluir além do que já sei. Eu preciso ir para a escola especial, que me ensine novas técnicas e táticas. Eu já tenho isso em mente. A que o Marciel e Camila estudam é boa demais, a escola "Os Escolhidos" seria um bom lugar para começar. (Disse diretamente ao pai, evitando olhar para a mãe, Maria, que o encarava).

- Por que você citou seus amigos e não o seu irmão querido, como um dos motivos de ir para a essa escola!? - Matheus, era irmão gêmeo de Jack, e se intrometeu na conversa - Eu sempre te chamei para se mudar pra lá!

Jack o encarou:

- Se eu falasse para nossos pais, que quero ir por sua causa, eles iam achar que eu estava mentindo ou no mínimo, que a gente estava tentando se matar.

- Faz sentido!! Como eu não tinha pensado nisso antes?!! Agora que você falou, podemos treinar com mais liberdade....hehe! (Matheus riu, maliciosamente).

- Podem parar por aí! Senão acaba agora esse desejo repentino de mudança!! (Ordenou José).

Depois de um tempo de silêncio e uns sorrisos trocados entre os irmãos, Jack olhou pra sua mãe:

- Eu sei que a senhora já sabe e que já tem uma opinião formada como sempre...Mas será que podia falar logo o que acha?

Maria o encarou e suspirou brevemente:

- Você não vai contar ao seu pai o que fez hoje? Ou prefere que eu conte?!

- Odeio quando lê minha mente! Por que não para de fazer isso e sai logo da minha cabeça? - respondeu frustrado.

José surpreso, olhou para Maria e depois para Jack:

- O que aconteceu hoje que eu tenho que saber? E só pra reforçar, também não gosto quando ela lê minha mente.

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