capítulo 2

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- Mãe essa roupa realmente está boa? Pergunto mais uma vez. Enquanto me examino em frente ao espelho.

- sim Ana. Deixa essa ansiedade boba  de lado, você está linda.

- se você diz - digo meio incerta. Não sei se linda seria o termo correto a se usar pra me descrever, não que eu me achasse feia, eu só não me achava uma beldade. Meu cabelo era castanho e estava preso em um rabo de cavalo, tinha a pele de cor parda, herança da minha mãe, e diferente de alice com seus olhos azuis herdados dos meus avós maternos, eu tinha os olhos verdes como os de nosso pai. Era o que eu mais amava em mim: meus olhos. E essa era de longe a melhor roupa que eu tinha uma calça jeans preta e uma camiza branca de mangas até o antebraço. É teria de servir.

- muito bem está quase na hora. Acho melhor que eu vá logo, não posso perder o coletivo.

- boa sorte Ana. - diz ela me dando um abraço. - acaba com eles.

- não dá idéia mãe, lembra o que aconteceu na última entrevista - ao ouvir isso ela bem que tenta conter o riso mas não consegue

- como eu poderia esquecer? Você prendeu o salto no ladrilho do escritório - ela fala entre risos. - e quando puxou o pé caiu em cima do não mais futuro padrão...

- é pra isso que eu vivo. Pra ser motivo de risinhos. - finjo tristeza.

- acaba com eles depois de ser contratada nesse caso filha.  -ela ainda tá rindo da minha cara quando eu saio. Mas antes de passar pela porta eu agradeço o que ela acaba de fazer por mim
- obrigada. Pela distração.

- de nada. Mais calma agora?

-sim... Tchaw, até mais tarde.

***
- para minha sorte e também surpresa o ônibus não estava lotado como normalmente. Então isso com certa facilitaria para que eu chegasse a entrevista com uma aparência aceitável.

- Oi. Bom dia Sr. Jonas. - comprimento o senhor já de idade que além de ser o motorista do ônibus que eu usava com mais frequência, também era um antigo amigo da minha família.

- bom dia Ana. Outra entrevista? - pergunta um pouco alarmado e brincalhão ao mesmo tempo.

- sim Sr. Jonas outra entrevista - respondo rindo e já entrando no ônibus.

milagrosamente encontro um assento vago. Estava até estranhando tanta facilidade. No caminho para a sede da empresa eu tento conter a ansiedade me distraindo com a paisagem urbanizada que passava pela pequena janela. E acho que consigo por tempo suficiente, pois, quando percebo já era hora de descer do ônibus, e encarar a tão decisiva entrevista.

- boa sorte! - me deseja Sr. Jonas quando passo por ele.

- dou um rápido obrigada. E me apresso a caminho do prédio perto dali

não estrague tudo dessa vez Ana - aconselho a mim mesma em silêncio enquanto entro no prédio de dois andares grande e imponente a minha frente.
- quando passo pelas portas de vidro me deparo com uma ampla sala de espera. Bem iluminada, e que refletia exatamente o que se esparava quando olhada de fora. - caminho em direção a recepção em um canto da sala.

- bom dia! - digo a moça que estava atrás do balcão.

- bom dia! - ela me responde sem nem ao menos desviar os olhos da tela do computador diante de si. Até que era bonita cabelo loiro falso preso em um coque frouxo. Branca feito um grão de arroz cosido... comparação ruim eu sei. Mas foi o que me veio a mente quando olhei pra ela
-em que posso ajudar? - pergunta com voz desanimada.

gente quem tá sem enprego sou eu como ela ousa estar deprê???

- Eu gostaria de saber sobre a entrevista de emprego que teria aqui esta manhã. - nesse exato momento ela olha pra mim. E é impressão minha ou ela está mais animadinha agora.

De repente agente duplo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora