capítulo 6

101 15 0
                                    

-depois de receber todas as instruções do meu mais novo patrão, sobre como fazer o meu trabalho. Comecei a trabalhar. Me sentei na minha mesa e liguei pra minha irmã.

- oi Ana

- o que tá rolando?

- nada de mais.

- aram. Me engana que eu gosto.
- ela suspira. E responde após longos minutos.

- É que eu não tenho amigos. E você sabe disso. Nem todo mundo gosta de mim na escola. E você também sabe disso. Só que quando você falou sobre isso. O fato que eu já sei de cor e salteado ficou na minha cara e eu fiquei triste

- desculpa Ali. Eu não quis..

- eu sei - ela me corta.

- eu sei como é isso. Não é à toa que eu tenho um único amigo. E que nem sequer o conheci no médio. Você ainda vai achar amigos de verdade

- assim espero. Obrigada pela preocupação. Te amo.

- também te amo irmãzinha.

- depois que minha irmã desligou percebi o quanto ela era sozinha. Tá, nós estávamos sempre por perto. Mas não é a mesma coisa quando se têm seus próprios amigos. - eu tinha outro problema pra resolver. E rápido. Teria ficado pensando em alguma coisa mas...  O telefone pareceu desperder de uma soneca ou sei lá por que não parou mais de tocar.

-no fim. Se analisarmos com muita generosidade. Podemos até dizer: que não foi nada muito difícil. Na verdade era meio estranho. Sim era estranho, as pessoas ligavam pedindo pra marcar hora, para poder falar com seu Nelson esse tipo de coisa. Só que essas tais pessoas nunca. Quando eu digo nunca é NUNCA mesmo. Elas nunca diziam seus nomes.

Estranho? É foi como disse ainda a pouco. Quando eu tinha a educação de perguntar: com quem eu falo? O que recebia como resposta era:

- não é da sua conta. Eu sou um ninguém que quer marcar um horário. - sério? precisava ter tanta gentileza em me dizer isso? Ou talvez seja mais gentil a resposta de uma mulher pelo que identifiquei através do tom de voz. Que teve a decência de responder:

-Meu nome vem ao caso. Só quero marcar um horário, será que não tem capacidade pra isso queridinha? - não! Sério queridinha? Era só o que me faltava.

Na hora eu quis dizer poucas e boas pra quela mulher, não chingamentos. Mas dizer como ela estava sendo grossa e que aquilo não era necessário, no entanto ia perder muito tempo com isso. Tempo em que poderia estar fazendo outra coisa ao invés de estar dando uma lição de moral na mulher irritante. E como eu queria dar o meu máximo naquele emprego. O que disse a ela foi um: desculpe não quis ser invasiva. E sua hora já está marcada. Tenha um bom dia! Ela bufou do outro lado da linha. - ora mas que original. Pensei comigo mesma. - E desligou sem devolver o comprimento. Porém é como diz minha mãe :

" eu é que não ia me arrastar no asfalto por causa disso".

-foi nessa maravilhosa ocupação que se resumiu o meu espetacular primeiro dia de emprego. Depois do que pareceram anos. Olhei pro meu relógio de pulso. Pedindo em silêncio que já fosse seis da tarde. E né que deu certo. Eram seis da tarde uhuhuhuhuhuu... -comemoro. Mentalmente é claro.

Já estava arrumando minha bolsa quando um Felipe todo alegrinho junto de uma Margo com um sorriso largo estampado no rosto aparecem por trás.

-Oiii  - diz Felipe. Quase me matando de susto. - as vezes eu achava impressionante a capacidade de algumas pessoas como minha irmã por exemplo de gritar, mesmo que não tão alto. E sair assustando meio mundo de desavisados.

- como foi o primeiro dia de trabalho?  - pergunta Margo em seguida.

- bom... - digo tentando soar convincente. Hoje mais do que nunca eu entende por que a antiga secretária queria tanto ir embora.

-hahaha. Ela odiou Felipe. - diz Margo vitoriosa.

- NÃO. Eu não odiei. - me defendo.

- Ana. Posso de chamar assim? Só de Ana?

- pode sim Felipe.

- nós somos investigadores, detetives e caçadores de recompensa. Tudo junto. Você acha mesmo que nos engana? - argumenta ele rindo.

- desculpa. Mas eu não ODIEI o emprego.

- mas você não se apaixonou por ele. - sugere Margo

- Isso. - concordo.

- tudo bem. Nós sabemos que nosso trabalho pode ser um pouco confuso pra você. Mas estamos fazendo tudo dentro da lei não se preocupe. E pode contar conosco se precisar de ajuda.

- isso mesmo Ana. Você parece legal. Então aqui estamos. Colegas? - Margo pergunta estendendo a mão.

- colegas?  - pergunta Felipe estendo a mão ao mesmo tempo

- colegas! - digo apertando as mãos dos dois ao mesmo tempo. O que foi uma cena meia engraçada.

- tudo bem então. Tenha uma boa noite colega.  - diz Felipe já escapulindo pelo corredor. Sendo seguido por uma Margo que grita um tchaw Ana, meio apressado. - então esse foi o ponto alto do dia. Fiz dois colegas. Quem diria não é?

***

Quando chego em casa sou recebida por três expressões diferentes. A primeira da minha mãe é claro que tava com preocupada. A segunda de Alice. Que estava toda alegrinha. E a terceira de Fred que tava ansioso. Pelo menos é o que eu acho.

- Detalhes... - cantarolam juntos.

- ok.ok. só deixem eu chegar direito. Tomar um banho.  Aí sim, falaremos sobre isso.

- mas...

- Volto daqui a pouco. - digo determinada correndo em direção ao quarto. Depois de fazer todo o processo higiene pessoal. E etc e etc... vou pra sala. Já pensando em como vou contar tudo o mais rápido possível. Afinal tinha um assunto pra falar com Fred. E que não podia esperar.

De repente agente duplo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora