Capítulo 42

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- Ana! - exclama Selso assim que entro na sala, olho ao redor e noto que Calebe não estava ali. - Que bom que está bem. - ele se aproxima e nos cumprimentamos, todos os demais fazem o mesmo. Eu recebo abraços e parabenizações de todos, que parecem estar bem felizes.

- Você mandou muito bem garota! - elogia Derick - nem eu teria feito melhor.

- Obrigada!

- Ela arrasou como eu sempre soube que faria! - se gaba Margo antes de se sentar ao lado de Felipe, no caminho até a sala eu havia conseguido fazer eles falarem que estavam juntos, ou se conhecendo melhor, como respondeu Margo.

- Obrigada a todos! - digo sinceramente após ter recebido todas as parabenizações e me sento ao lado da morena que é toda sorrisos.

- Bom, nem preciso dizer o quanto estamos felizes por sua conquista já que na verdade ela é nossa, e todos serão beneficiados. - começa Selso na cabeceira da mesa. - Além de seu salário você ganhará 30% da recompensa. - diz ele se dirigindo a mim, Calebe 20%... - como se tivessem chamado por seu nome em um convocação ele logo aparece na sala com uma pasta transparente e é visível a grande quantidade de papéis dentro dela. Ele ainda está com o traje preto, mas retirou a máscara e o colete a prova de balas.

- Eu o quê? - pergunta caminhando em direção a mesa. - Desculpe a demora, estava recebendo os documentos com o tenente. Ele foi chamado a delegacia e não pode ficar na reunião. - explica se sentando ao meu lado sem nehuma cerimônia, meu coração se agita abobadamente com essa atitude, mas olhando em volta me repreendo pela animação infantil ao ver que aquela era a única cadeira vaga e por isso sua escolha.

- Tudo bem. Eu estava explicando sobre a divisão da recompensa. - continua o homem grisalho parecendo tranquilo. - todos os demais membros ficarão com 5% e a empresa com 10%.

- Para mim está ótimo. - diz Vitor com animação na voz, e não era para menos isso daria uma quantia generosa para casa um, já que a recompensa total era um valor substancial.

- pois bem, nos mostre o que o tenente já lhe repassou. - ordena Selso em direção a Calebe, finalmente se sentando em sua cadeira.

- ele me entregou a ficha de prisão de todos. - começa abrindo a pasta e retirando de lá os papéis. - em média as penalidades foram de 30 anos para todos, com mínima de 28 e máxima de 50 anos no cárcere fechado sem direito a recorrer e pedir liberação. - ele repassa os papéis para cada um de nós e eu analizo o que estava em minhas mãos. Não sei se propositalmente, mas ele havia me entregado justamente a ficha do lobo mal, que a propósito se chamava mesmo Augustus, era animadora para mim e bem desanimadora para ele eu diria, já que ele tinha uma lista imensa de crimes o homem pegou merecidamente 35 anos de regime fechado.

Graças a Deus!

Depois disso vejo as outras fichas e percebo que Calebe tinha razão, eles não sairiam tão cedo de trás das grades.

- Ótimo. - diz Selso quebrando o silêncio. - dever cumprido Ana. Pode contar com uma vaga de emprego em uma das maiores empresas de advocacia da cidade. Vou fazer uma ligação hoje mesmo e seu emprego está garantido.

- Isso é ótimo! - comemoro sorrindo pela primeira vez com total sinceridade - obrigada!

- você merece e foi o combinado. Eles entrarão em contato com você e poderá começar muito em breve.

- Arrasa garota! - diz Felipe divertido.

- Agradecemos por sua colaboração. - diz Selso se dirigindo a mim. - está pronta para voltar para casa? - sua voz é calma e eu fico em silêncio sem saber o que dizer. A verdade é que eu não estava pronta para enfrentar minha família preocupada ainda, não enquanto meus pensamentos eram uma bagunça sem rumo. - foi o que imaginei. - diz ele com um sorriso terno.

- é como você sempre diz chefe: a missão só termina quando estamos em casa e em segurança. - comenta Izabel. Selso apenas assente e eu fico sem entender o que estava sendo decidido ali.

- a WL poderia pagar um quarto de hotel para você se quiser Ana. - sugere Selso, eu assinto aliviada e contente com a ideia. - nenhum de nós tem como hospedar você, mas podemos arcar os custos de um lugar para você pelo tempo que precisar. - explica.

- Isso não é bem verdade Selso. - a voz grave e séria dele ecoa ao meu lado e percebo que ele não estava de acordo com a ideia. - ela pode ficar em meu apartamento.

Peraí... O QUÊ?!

- não sei se concordo com isso Calebe.

- Me poupe desse olhar Selso, sabe que não se trata disso. Assim como a missão não acaba até que ela esteja em casa e em segurança eu também não deixo de ser seu parceiro até que isso aconteça. A minha tarefa aqui é protegê-la. - sua argumentação era séria e convicta, eu olho para ele que ainda encara Selso e me sinto completamente confusa.

Eu estava mesmo ouvindo isso? Ou era algum tipo de síndrome pós missão?

Interrompo meus pensamentos por Margo que me olha e sorri descaradamente, não entendo seu olhar de imediato, mas isso logo se resolve quando ela fala em favor da ideia de Calebe, que a propósito, eu acho absurda.

- Eu concordo com o Calebe chefe. - começa... Margo sua traíra!... Ela estava mesmo colaborando com isso? Ah! É claro que estava. - Calebe a manterá segura.

- Obrigada Margo. Mas não sei ao certo se isso é uma boa ideia. A empresa bancária o hotel. - rebate o senhor ainda com um pé atrás. - ele olha em minha direção antes de perguntar se eu estava de acordo com isso, mas eu nem mesmo consigo responder pois Margo toma as rédeas.

- É claro que ela está. É a decisão mais sensata a se fazer. - diz confiante e com seriedade. O Senhor parece ainda ponderar a idéia.

- Selso pense bem. - pede Calebe.

- Ela ficará bem acomodada?

- É claro! Eu me mudei recentemente lembra? Apenas quatro meses, o apartamento está como novo e tem dois quartos. - Selso respira aliviado com a última informação.

- Tem razão, ela ficará mais segura com você. - diz o homem por fim.

- Mas... - Calebe me interrompe.

- pois bem.

- mas... - tento outra vez com uma das mãos erguidas. Não funciona outra vez.

- Ela poderá ficar lá pelo tempo que precisar? - pergunta Felipe sorrindo.

O que era tudo isso? Um complô?

- Sim. - diz Calebe por fim me olhando e sorrindo levemente, eu lhe lanço um olhar furioso e ele apenas dá de ombros casualmente.

- Estão está resolvido! - diz Margo antes de se levantar da cadeira. - a reunião está concluída Selso? Quero fazer umas compras. - ela pisca em minha direção.

Eu mereço.

- Sim. Agora que já repassei as informações, peço que antes de cada um seguir para suas casas e comece a curtir a vitória do milênio, passem em minha sala para receber o cheque de pagamento. - pede Selso antes que todos comecem a falar e ele se retire da sala. Recebo os últimos parabéns e me despeço de todos.

- Vou sentir sua falta Ana, mas sei que talvez a gente vá se ver com frequência se... enfim. - ela mesmo de interrompe, me abraça e sai com Felipe para fora dali. Agora estamos apenas eu e Calebe na sala.

Era o meu fim...

De repente agente duplo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora