Capítulo 31

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- você está agindo de forma muito estranha... - comento ao seu lado. E ele de fato estava, aquela cara calado não era o Calebe Jollen que eu conhecia.

Bem tecnicamente, eu não o conhecia tão bem assim, mas enfim.

- estou? - ele pergunta erguendo uma das sobrancelhas e me olhando rapidamente parecendo não entender do que eu falava.

- sim. - confirmo arrumando a peruca sem nem mesmo perceber. Passo a mão lentamente pelos fios, e os penteio com os dedos.

- estranho como exatamente? - agora eu estava mechendo na pequena franja repicada, tentando deixa-la mais natural e os fios mais soltos, ele me olha parecendo interessado pelos meus movimentos.

- quanto você ouviu? - pergunto preocupada, sem responder sua pergunta e evitando seu olhar que vez ou outra me observava.  

- tudo. - responde despreocupado, mas sei que por dentro ele está em um estado de espírito bem diferente.

E com certeza não é de serenidade e paz...

- bem, quanto ao que eu disse sobre você... - começo tentando me explicar, mas ele me interrompe.

- você não falou nada do que eu já não soubesse. - diz simplesmente, ele agora está com os olhos focados na rua. - sei que tiro você do sério, e você faz o mesmo comigo na maioria das vezes. Na verdade eu apenas devolvo a irritação que recebo de você, sabe como é. Damos o que recebemos. - ele ri.

Perai... O que ele disse?

- Tudo bem. - respiro profunda e lentamente tentando manter a calma...

o que estava sendo difícil com ele me olhando com um sorriso debochado.

- então quer dizer, que você só é o maior chato comigo por que, segundo você, eu te irrito. É isso mesmo?

O sorriso dele aumenta...

- isso. - confirma.

seria um sonho se ele sumisse da minha frente.

- sim, um sonho de fato... - penso comigo mesma...

- está querendo sonhar comigo agora é Laurell? - pergunta me olhando, seu sorriso convencido surge e as sobrancelhas estão erguidas.

Não acredito que disse isso em voz alta...

- Peraí o quê? - eu preciso aprender a pensar sem abrir a boca! - claro que não! Não. Não e não. - nego indignada.

Eu sonhar com ele? Até parece.

- Eu estava pensando que seria um sonho, muito bom, se você sumisse! - explico sorrindo largamente.

- entendi. E quem te salvaria quando precisasse? - pergunta com divertimento.

- eu não sou do tipo que precisa ser salva! - retruco brava.

- não? - ele finge confusão. - porque eu me lembro de salvar sua pele alguns minutos atrás. - lembra dando uma piscadela em minha direção.

Ele piscou pra mim! Quem é esse cara novo? E o que fez com o antigo Calebe?

- bem, aquilo fou uma bela exceção a regra. E eu com certeza teria dado um jeito. - digo tentando soar convincente, nem eu mesmo acreditava nisso.

- ah-hãm. Sei. - ele não acreditou, nem por um segundo, no que eu acabo de dizer.

- Mas e quanto a Sam? - questiono.

De repente agente duplo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora