De repente agente duplo (CONCLUÍDO)

capítulo 16

- E então,... Como funciona essa raiva que existe entre você e meu irmão? - Sam está dirigindo e desviando os olhos da rua pra mim curiosa a cada dois segundos... já estou começando a ficar com medo de que ela bata com o carro em algum poste na calçada ou atropele os pedestres distraídos que caminham por ali.

- sei lá. Ele que não dispensa uma oportunidade pra me insultar ou seja lá o que for. - respondi ignorando o fato de que ela não está prestando a atenção necessária ao trânsito. Falei isso com toda sinceridade porquê afinal, eu realmente não sei de onde saiu esse desentendimento que eu e Calebe temos.

- ahhh. Só isso? Que decepção.

- decepcionada por quê Sam? Seu irmão é um chato, desculpa a expressão mas ele é. E eu não posso fazer nada com relação a isso. Ah e por favor olha pra frente.

- certo! Desculpe - ela finalmente se concentra na direção que o carro está tomando. - E que sei lá. Ele te olhou de forma diferente. Intensa. - completa logo depois.

- a raiva é um sentimento intenso. - rebato rindo... ela me olha com desânimo.

- tudo bem então chata. Vamos falar sobre o seu novo namorado?

- não.

- porquê?

- porque eu não tenho nenhum.

- hummm.

- por que não falamos da sua vida como médica em uma metrópole? Amigos novos?

- ahhh sério? Você quer falar de mim? Negativo vamos quero detalhes sobre como está sua relação com Fred...

- oi? - pergunto abismada - como assim?

-como está a relação de vocês?

-Esta ótima, ele é um único que não me  perturba por namorados então acho que a amizade é pra sempre.

- não haveria outro motivo de ele não te incentivar heim?? - ela me olhou com expressão mais sugestiva impossível

- pirou Sam? Eu e Fred somos como irmãos. Eu heim.

- aram ok. Se você diz né. Mas, tenho que dizer você e ele juntos é tão fofo. Ele é lindo não esquecendo disso, você também por dentro e por fora. Vocês dois de completam - ela diz piscando os olhinhos e com um sorriso bobo.

- a gente não tem nada a ver. Deixa de maluquice.

- não tem nada a ver. Ana? Você é a maior chata ele o cara mais legal que eu conheço, você é a banda da laranja dele.

- banda da laranja?? Sam você está bem?  - coloco a mão em sua testa pra ver se ela tem febre.

- rarara. Eu tô bem sua chata. - diz tirando minhas mãos de seu rosto - Só queria saber como anda a vida amorosa da minha melhor amiga.

- quer saber da minha né? Mas, e a sua como anda?

- pois é. Vamos mudar de assunto. - diz apressada e com um enorme sorriso.

Ela estaciona o carro, e nós descemos.

-negativo... vamos conte se você conheceu...

- ai eu não acredito o sr. Júlio ainda vende picolé nessa praça? - ela pergunta eufórica me atrapelando e impedindo que eu pergunte mais alguma coisa assim que vê a barraquinha de picolés em um canto afastado da praça.

Vivíamos aqui quando estávamos na faculdade Sempre que achávamos uma moeda ou ganhavamos alguma nota alta no curso a gente vinha até aqui pra comprar dois picolés, um pra cada. Sam sempre escolhia de chocolate e eu de flocos. Esse era nosso lugar, tantas lembranças boas.