capítulo 20

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A aula com Derick terminou e eu estou neste momento sentada em uma das cadeiras da recepção recuperando as energias, descansar um pouco, antes de ir para a parada pegar um ônibus, é com certeza uma boa ideia já que em um horário de pico como esse o trânsito de pessoas no coletivo vai ser bem grande, tenho que estar descansada para suportar 25 minutos da viagem em pé.

Minha respiração ainda está acelerada e é bem provável que eu já tenha tomado um litro e tanto de água tentando repor todo o líquido que perdi no treino, porém ainda me sinto desidratada e exausta além da conta, por esse motivo tomo mais um pouco da água que peguei a pouco na recepção.

- olá Laurell. - surge a voz do nada quase me fazendo cuspir a água em minha boca na direção dele.

- Jesus!!! - digo suspirando de alívio por não ter passado uma vergonha em plena recepção. Olho em sua direção e ele apenas dá um leve sorriso de canto de boca, vendo o que eu poderia ter feito - sim? O que quer Calebe? - pergunto vendo ele se sentar na cadeira ao meu lado.

- eu preciso falar com você sobre algo referente a missão. - começa sério me olhando nos olhos.

- pode falar. - digo deixando o copo de água de lado.

- sugiro que você comece a pensar em uma desculpa para uma saída de casa Laurell. Você não pode ficar na sua casa, tem que sair até que a missão termine. - continua ele.

- como assim? Eu não posso ficar lá? Por que tenho que sair? - pergunto preocupada, eu não quero ter que sair de casa e deixar mamãe e Ali sozinhas e ainda por cima ter que mentir para mamãe, visto que eu já contei a Ali.

- se você continuar lá, vai colocar a vida de quem mora atualmente com você em perigo. E além do mais, você vai ter que morar na sede da quadrilha e não em uma apartamento no centro da cidade. Você precisa se infiltrar. - continua ele calmamente, ele está falando em um tom contido olhando naturalmente para os lados, afinal, estamos em plena recepção.

- mas... - tento argumentar.

- sem essa de mais. - repreende sério, mas ao mesmo tempo gentil.

- mas, eu ainda não vou dizer nada, afinal precisamos saber quando haverá a tal seleção, e ficamos de saber apenas nesta sexta. - aponto.

- certo. - concorda ele - Mas assim que souber a data avise que vai sair. E não se esqueça que eu vou estar lá para te ajudar, então aceite... - pede ele.

- ai não me lembra dessa parte horrível que é ter você me ajudando. Como eu vou sobreviver a isso? - pergunto desanimada.

- ele suspira parecendo cansado - olha eu já estou indo. Quer carona? - pergunta ele já indo em direção a porta e parecendo não ter ouvido o insulto que acabou de receber. Olho para os lados em busca da pessoa a quem ele ofereceu a carona. Por que lógico que não foi para mim. Mas, não vejo ninguém.

- o que você tá fazendo Laurell? - pergunta impaciente me vendo ainda parada. - vai querer a carona ou não?

- você tá oferecendo carona para mim? Desculpa é que isso é até um pouco assustador. - comento surpresa ao que ele dá novamente um sorrisinho de canto de boca, só que desta vez, no entanto, posso ver a tristeza presente em seu rosto e que impede o sorriso de chegar aos seus profundos olhos azuis.

- sim. É para você sua chata. E não sei porque o susto tão grande não é a primeira vez que te ofereço carona - responde irritado.

- e o toque final que não poderia faltar: o insulto. Saiba que o chato aqui é você. - ele está me olhando com cara de tédio e ai me lembro de que ainda não disse se aceitava o não a oferta. - Mas, aceito a carona. Obrigada. - cuido logo de responder.

De repente agente duplo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora