Ele parece ser o chef.
- como vai senhorita Lana Magalhães? - pergunta o chef se sentando na cadeira do lado oposto da mesa, ou seja, bem de frente para mim. Se eu visse esse cara na rua, seria bem difícil imaginar que ele faria parte do mundo criminoso, ele é jovem, mais ou menos uns trinta anos de idade com certeza, é bonito se você concorda com o padrão de beleza atual, cabelos loiros e olhos cor avelã. Mas por hora deixo de lado a fisionomia do criminoso a minha frente e me concentro em responder seu comentário.
- estaria melhor de não tivesse tido que aguardar tanto. Se essa espera faz parte do processo de seleção, então espero ter sido apenas esta etapa a ter tanta espera. - lanço tentando ser corajosa e dura como Isabel me intruiu a fazer.
- a senhorita sabe que nós presamos mulheres com cabelos longos? - pergunta olhando fixamente para meu cabelo, e ignorando o comentário anterior que fiz, eu tive que me esforçar muito para não vacilar e mostrar todo o pânico que eu estava sentindo.
- se me permite dizer, acho que mais do que isso prezam por pessoas únicas e inovadoras. Criativas. É por isso que estou aqui. - falo tentando passar toda a confiança que eu não tinha nem de longe nesse momento.
- é. - concorda se movendo em seu assento. - devo concordar que sim. - acente exalando uma desconfiança apavorante - me fale sobre você. Aqui na sua ficha diz que já tem un longo caminho no mundo dos roubos a bancos.
- eu lido com o projeto, eu arquiteto o plano, e faço eles darem certo, mesmo os mais absurdos e perigosos.
- entendo. - ele se ajeita novamente em seu acento - quantos anos tem?
- 32.
- carreira?
- 15.
- uma grande experiência. - comenta agora analizando um papel em suas mãos.
- eu gosto de nominar mais como estrada. A experiência é fruto de erros, e eu não cometo erros nesse trabalho. - coloco a cereja no bolo, e me seguro para não respirar fundo em alívio.
- só um segundo. - diz quando o celular toca em suas mãos, ele sai da sala rapidamente.
É agora que os capangas entram dizendo: você foi descoberta, acha que podia nos enganar com essa sua conversa? - em seguida dariam aquelas risadas forçadas e fariam sabe se lá o quê comigo... ...
- esse é Guim ele vai leva- la até os dormitorios e lhe indicará onde vai ficar. - o cara de terno chef fala e sai da sala.
- venha. - o tal Guim fala antes de sair também, eu me esforço para acompanha- lo pelos corredores. - eu não sei o que ele viu em você, mas está dentro. - completa parando do nada em frente a uma das portaz do imenso corredor em que estamos. - é aqui. - fala apontando para a porta de um dos quartos antes de se virar e ir embora.
Então tá...
O quarto até que não é tão ruim, mas no corredor a uma sequência deles lado a lado, então ligações comprometedoras aqui estão fora de cogitação levando em conta as paredes atentas e finas. No cômodo há uma cama pequena, para uma pessoa apenas, uma cômoda, que não usarei com certeza, uma porta na lateral onde possivelmente é o banheiro e logo perto da cama uma pequena janela de vidro por onde entra luz, meu instinto de defesa me diz para sair correndo o mais rápido possível daqui, ele até mesmo traça rotas de fuga pela janela, mas já é tarde de mais.
Eu já entrei na quadrilha... sou uma barker provisoriamente agora.
E isso é apavorante. Mas já que estou aqui vamos começar logo a trabalhar...
Coloco a mala perto da cama e pego meu celular dali, pego algumas mini câmeras e saio para "explorar" o lugar.
...
O lugar é muito suspeito suspeito, todo mundo perece normal, mas um normal estranho
Se é que isso é possível.
Sigo pelo corredor e passo por algumas pessoas que me encaram desconfiadas enquanto conversam em frente a alguns dos quartos... meu instinto de sobrevivência me manda desesperadamente evitar os olhares, mas ao invés disso eu não os evito e encaro de volta tentando ao máxima não demostrar medo. Viro a direita no corredor e vejo uma porta que dá para fora da casa, ali na lateral a uma porta larga, ou seja, é uma garagem ou coisa parecida, olho para os lados para confirmar que estou sozinha e coloco uma das câmeras próximas a porta, assim Calebe poderá vistoriar o que entra em sai por aqui. Após finalizar com a câmera sigo em frente, atrás da casa há uma parte enorme de jardim e gramado, percebo o quanto os muros do fundo do terreno são altos, tornando quase impossível fugir sem ser percebido, continuo andando e sigo para a outra lateral da casa... ouço uma voz mais já é tarde demais.
- olá senhorita Lana. O que faz aqui? - pergunta o tal cara intitulado Guim me olhando arrogantemente. Ele se aproxima de onde estou e eu continuo parada sentindo o coração a ponto de pular para fora de mim... ai meu coração!...
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De repente agente duplo (CONCLUÍDO)
RomanceAna Laurell não podia estar mais feliz com seu grande feito, depois de um ano sendo mais uma nas estatísticas, a garota finalmente havia conseguido um emprego em um escritório de investigação da cidade. Ana não queria correr risco de vida, mas o pos...