Magcon?

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O garoto me olhou dos pés à cabeça e isso provavelmente me deixou com as bochechas coradas.

— Oi, você deve ser o meu primo. – dei um sorrisinho e me encostei de lado na porta. Eu já havia visto aquele garoto em algum lugar, só não estava lembrada de onde. Nossa, ele é bastante... Interessante. Seu cabelo era um pouco curto e bagunçado, sua boca parecia que tinha sido desenhada cuidadosamente, seus olhos tinham uma cor linda e pelo o que eu tinha visto do corpo, era bem... Admirável.

— S-sim.

Ai meu Deus, ele é gago? Não tenho nenhum tipo de preconceito, mas se ele gaguejar demais eu vou começar a rir.

— Eu sou o Cameron.

Ahhh, sabia que já havia visto aquele rostinho em algum lugar, e acho que ele não é gago.

— Cameron? O garoto que entrou hoje na sala todo sujo de farinha e ovo? – dei um riso abafado e ele olhou pra minha boca.

— Ih, você estava naquela sala. – ele colocou a mão na cabeça rindo. – É, é... – ele mexeu no cabelo e voltou a olhar nos meus olhos.

— Prazer, Lauren. – estiquei a mão e ele apertou devagar, logo depois dando um beijo nela, sorri sem jeito e ele arqueou uma sobrancelha.

— É... a Leslie falou pra eu vir falar com você, dar as boas vindas e tal. – falou soltando a minha mão e bagunçando mais o seu cabelo que aparentava estar úmido.

— Então você veio falar comigo só porque ela pediu? – disse num tom brincalhão e ele riu, parando de mexer no cabelo.

— Não, claro que não. – ele mordeu o lábio inferior e agora eu que estava fitando a sua boca. Para, Lauren, para, esquece a sua tara por boca (e pescoço) só por um momento. Voltei a olhar em seus olhos e ele estava sorrindo. – Eu cheguei meio estressado, não queria que você tivesse me visto ou escutado daquele jeito.

— Você ainda estava melado de farinha e ovo? – perguntei cruzando os braços e semicerrando os olhos.

— Sim. – ele pareceu meio envergonhado.

— Então seria legal se eu tivesse visto. – dei uma risada fraca e ele acabou rindo também.

— Poxa, você não deixa escapar uma. – dei de ombros como se dissesse "Fazer o que, né?" e ele sorriu. – Bom, seja bem vinda à família, qualquer coisa eu estou aqui no quarto do lado. – fechei a porta atrás de mim e o agradeci. – Você vai sair? – ele perguntou parecendo surpreso.

— Eu estava pensando em dar uma volta no condomínio pra não ficar no quarto sem fazer nada. – dei de ombros.

— Se você quiser eu posso te levar comigo pra onde eu vou, o Bart vai fazer uma reunião comigo e com os meninos.

— Bart? Reunião? Não vou ficar por fora?

— Você não conhece o Bart ou a Magcon? E não, você não vai ficar por fora. – Ele disse sorrindo enquanto íamos em direção à escada.

— Não conheço, desculpa.

— Nossa. – Ele riu. – De onde você é? – Aquilo pareceu uma pergunta do tipo "você mora numa caverna pra não saber da Magcon?" mas preferi falar aonde eu nasci mesmo.

— Do Brasil, mas me mudei pra cá ainda bebê. E você? – Sorri e ele arregalou os olhos, parecendo surpreso.

— Wow, brasileira? – ele deu um sorriso largo, me fazendo sorrir.

— Sim, não vivi muito tempo no Brasil mas aprendi português nas minhas aulas do colégio.

— Legal... Então, a Magcon vai para o Brasil no começo do próximo ano, esse mês de setembro está complicado com a faculdade. – suspirou.

Kiss me hardOnde histórias criam vida. Descubra agora