I'm back.

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Quebrado.

Eu me sentia quebrado.

Ao vê-la passando por aquela porta e afirmando o pensamento de que não a veria por um bom tempo, o meu coração parecia estar sendo esmagado.

Não teria nada que eu pudesse falar, nada mudaria.

Voltei pra casa meio sem cabeça, sem rumo, não sabia quando voltaria pra faculdade e daria a notícia a todos.

(...)

Passei a tarde dormindo pra ver se me esquecia um pouco de tudo, mas não adiantou, as memórias ousavam em aparecer nos sonhos e não foi nada fácil...

Os dias foram passando e todos reagiram de uma forma que eu já imaginava. Ficaram chocados como foi algo de uma hora pra outra e sentiram muito pela avó da Lauren.

(...)

Eu tentei manter contato com ela, estaria mentindo se ela também não tentasse, mas os horários eram diferentes, tudo mudou em alguns meses e eu tive que seguir a minha vida sem ela.

Não, eu não a esqueci, provavelmente nunca vou esquecer, mas é algo que eu preciso deixar de lado por enquanto pra poder... Viver.

Seis meses.

Seis meses não são seis dias, não são seis semanas, são 179 dias, 4296 horas, é muita coisa, principalmente quando é pra ficar longe de quem a gente ama.

Eu nunca disse que eu amava a Lauren e nem ela disse que me amava. Eu sussurrei, a voz não saía, era como se eu estivesse gritando, mas a força emocional foi maior, como se estivesse deixando ela ir porque eu sabia que era o melhor pra ela.

Pra ela, não pra mim.

LAUREN P.O.V.:

Não pensei que seria tão difícil pra mim, tudo mudou nos seis meses que eu passei no Brasil e agora estou voltando para San Diego.

Tudo passou muito rápido por um lado, mas por outro se rastejou. Conheci a minha mãe, algo que eu nunca imaginei que aconteceria, foi algo mágico, nós passamos uns cinco minutos abraçadas, pareceu coisa de filme.

Resumindo, sim, eu fui pra faculdade, conheci novas pessoas, novos garotos, e sim, eu posso ter ficado com alguém, mas o tal do Cameron Dallas não sai da minha mente.

Não consigo, eu não conseguia ficar nenhum dia sem pensar nele, era algo mais forte que eu.

Eu estava no avião, eu não sabia se o Cameron sabia que eu estava voltando, mas eu meio que não queria que ele soubesse, acho que seria menos doloroso se eu mantivesse distância.

Peguei um papel na minha bolsa e coloquei em cima do apoio que puxei das costas da poltrona da frente, peguei um lápis, respirei fundo e comecei a escrever.

"Você provavelmente nunca irá ler isso, se um dia você ler, quer dizer que eu fiquei louca e te dei. Ok, vamos começar. Seis meses, tudo passou tão rápido, mas ao mesmo tempo tão devagar. Eu me perguntava todos os dias como você estava, imaginava se estaria com dificuldade na faculdade, se você transferiu cinema pra algum outro curso... Cameron, não vou negar que eu me segurava pra não ir no seu twitter e ver as novidades, vi que a Magcon acabou, não consigo imaginar vocês separados, imagino o quanto tenha sido difícil, não imaginei que o Bart fosse tão louco por dinheiro. Soube que você, o Nash, Carter e Hayes estão numa turnê nova, vi que o Taylor seguiu com o seu próprio projeto, o Matthew foi junto com ele e tem uns projetos com um tal de Sammy, não é? O Shawn conseguiu um contrato com uma gravadora, ele está ficando tão famoso. Aconteceu tanto em pouco tempo... Quem diria que o Aaron e a Lox ficariam tão amigos? Eu não soube nada do Aaron nem da Mahogany, mas vi que ela está investindo nos covers e estou amando isso, sou apaixonada na voz dela. E o senhor fez um filme, não foi? Você não tem noção do quanto eu fiquei orgulhosa quando vi o trailer (menos a parte que você beija uma menina), confesso que quis pausar e parar de ver, mas fui até o final. Cam, eu não sabia que você atuava tão bem. O meu voo chega em algumas horas, eu estou morrendo de saudade, mas ao mesmo tempo eu não quero sofrer ao te ver, sei lá, mudado, eu não sei se você ainda sente algo, provavelmente não. Não quero dar uma de stalker, mas ouvi umas coisas sobre sua vida, é bom saber que você está bem, isso me faz bem. Não sei se quando eu voltar você ainda vai ser o meu primo irmão, se é que me entende. Eu também passei por umas coisas no Brasil, uma agência de modelos me contratou e eu me senti muito bem fazendo tudo aquilo. Você sabe que eu pretendo ser escritora e trabalhar com roteiros de filmes, mas eu curti demais essa vida de fotografar. (Não, eu não estou anoréxica desfilando pelas passarelas, sou só modelo fotográfica, continuo amando comida.) Tem tanta coisa pra te falar, tanta coisa aconteceu.

Kiss me hardOnde histórias criam vida. Descubra agora