Your lips.

83 6 0
                                    

​Os olhos de Cameron eram lindos, mas nunca tinha notado o brilho que tem neles, era algo mágico. Meu olhar desceu para a sua boca que era bastante convidativa.

"O que você tá pensando em fazer, Lauren? Ele é seu primo.

Mesmo se ele não fosse, você nunca beijou na vida, sai de cima dele!"

Pensei comigo mesma.

Sorri meio sem jeito pra ele e me levantei, ele se levantou em seguida.

— Tarde agitada, hein? – o Nash disse se levantando com um olhar malicioso pra mim. Franzi o cenho sem entender direito e o observei indo em direção à cozinha, enquanto nós continuamos na sala conversando.

Ficamos um bom tempo ali, os meninos eram divertidos e engraçados. O Matt sempre ficava puxando assunto comigo, sua risada me fazia chorar de rir, não queria sair dali nunca.

Acabou ficando tarde e o Cameron me chamou pra irmos embora, teríamos aula no outro dia, assim como todos os outros.

Nos despedimos dos garotos e fomos pra casa. Confesso que o abraço do Matt é muito bom, muito gostoso, parece que ele não vai te soltar tão cedo, e eu não queria que ele me soltasse.

(...)

Chegamos em casa e comemos os biscoitos que a Leslie tinha feito, estavam uma delícia. Lavei meu prato e fui pro meu quarto, Cameron ainda estava terminando de comer.

Fui no banheiro e me despi, entrando no chuveiro logo em seguida.

Deixei a água percorrer todo o meu corpo e fechei os olhos. Coloquei o cabelo molhado pra trás com as mãos e estalei o pescoço.

Está tudo bem, graças a Deus, parece que a minha vida está melhorando. Nunca pensei que ter colegas fosse me fazer tão bem. O Cameron é um amor, um ótimo primo.

Primo... Se eu sentir atração pelo meu primo eu vou pro inferno? Meu Deus, ele é tão maravilhoso, sua voz, sua risada, seus olhos, seu corpo, seu cabelo, seu... Ah, o seu sorriso... Senti um arrepio longo no momento em que me lembrei da primeira vez que vi seu sorriso.

Resolvi terminar logo o banho, pois estava ficando tarde. Saí do banheiro enrolada no roupão e coloquei um pijama quente, a noite estava fria, não tanto, mas estava. Penteei o cabelo e sequei só com a toalha, fazendo com que continuasse úmido. Passei perfume, mesmo que fosse ficar em casa, eu sempre gosto de ficar cheirosa.

Escutei umas batidas na porta e a abri, era o Cameron.

CAMERON P.O.V.:

Depois que chegamos da casa do Bart, comemos os biscoitos da Leslie e conversamos um pouco até a Lauren subir pro quarto.

— Está gostando da sua prima, Cameron? – Leslie perguntou enquanto me entregava um prato molhado pra eu enxugar. Eu não era obrigado a lavar louça ou algo do tipo, mas eu gostava de ajudá-la.

— Muito. – eu disse sorrindo e secando o prato.

— E esse sorriso besta no rosto? – parei de sorrir e a fitei.

— Qual é? Não posso mais sorrir? – falei em um tom de brincadeira.

— Cuidado com o coração, Cameron...

— Eu tenho cuidado, Les, não se preocupe. – terminamos de enxugar a louça e eu dei um beijo em sua cabeça, logo depois subindo pra um banho demorado.

Tudo passava pela minha cabeça: o filme hoje de tarde, a Lauren sorrindo, a Lauren tapando a visão com as mãos, a Lauren tendo medo, a Lauren levando uma queda do sofá, a Lauren cantando, a Lauren me derrubando no chão e caindo por cima de mim, a Lauren, a Lauren, a Lauren... A Lauren.

Pô, Cameron, você deveria mudar o nome dela pra prima, assim você pararia de pensar nessas coisas.

Ou não.

Terminei logo o banho pra não pensar em besteiras e vesti uma roupa de ficar em casa. Resolvi ir no quarto da Lauren, seria ótimo nós conversarmos um pouco. Sei lá, apenas primos que nunca se viram se conhecendo melhor.

Bati em sua porta e ela abriu rapidamente, dando um sorriso quando me viu. O cheiro que eu senti foi uma coisa surreal, o mesmo cheiro que eu senti da primeira vez que ela abriu a porta, o cheiro dela.

Maravilhoso.

— Oi... Então, eu estava pensando se você não queria conversar e tal.

— Claro, seria uma boa... Aonde?

— Vem cá, eu vou te mostrar um lugar que eu acho que você vai gostar. – a puxei pela mão e ela fechou a porta do quarto.

— Mas espera aí, eu to de pijama. – ela disse rindo.

— Não tem problema, ninguém vai te ver.

— Como assim ninguém vai ver?

— Confia em mim, só vem comigo. – ela parecia meio receosa, mas deixou que eu a puxasse pela mão e a levasse pro sótão.

— O que a gente tá fazendo aqui? – eu já tinha subido a escada e ela estava subindo, acabou batendo a cabeça no chão/teto, quando terminou de subir. – Ouch! Essa doeu.

Acabei rindo e ela fez cara de reprovação, massageando a cabeça. Fechei a "porta" do sótão e notei que estava tudo escuro. Peguei meu celular no bolso e liguei a lanterna. O caminho era fácil, era só ir até a janela, mas não sabia como estava o chão. Chegamos na janela que era enorme e com facilidade eu abri. Passei por ela e eu já estava no telhado.

— Vem! – estendi a mão pra ela e notei que o medo controlava seus movimentos.

— Eu tenho medo de altura. – ela nem tinha visto o telhado ainda, a janela era alta.

— Você não vai precisar olhar pra baixo. – ela mordeu o lábio inferior e segurou na minha mão. Sua mão estava gelada.

A puxei pra fora segurando-a pela cintura e ela agarrou meu pescoço com medo de cair. Percebi que seus olhos estavam fechados com força. A abaixei um pouco e seus pés tocaram no telhado.

— Eu nunca conheci uma pessoa tão medrosa. Tem mais alguma coisa que você tenha medo?

— Palhaços, borboletas, barata, cobra, tenho medo de olhar pra fechadura de uma porta e aparecer, do nada, um olho. – ela disse ainda de olhos fechados.

Não me contive, comecei a rir e ela abriu os olhos, levantando a cabeça e olhando pra mim.

— Por que você tá rindo? Isso não é nada engraçado. – ela disse ainda agarrada a mim.

— Pra mim é. – ela semicerrou os olhos. – Olha só, você abriu os olhos. – acidentalmente, eu meio que desequilibrei e ia caindo, mas não tinha perigo, o telhado era bastante largo.

— AI MEU DEUS, EU VOU MORRER! JESUS, MARIA, JOSÉ, ME PERDOEM POR TUDO, EU JURO QUE VOU APRENDER A TOCAR O VIOLÃO QUE VOVÓ ME DEU, MAS POR FAVOR NÃO ME DEIXEM MORRER! – ela fechou os olhos com força e falou num desespero que me deu uma crise de riso, mas eu parei quando vi que era sério.

Eu não conseguia acreditar que ela era mesmo tão frágil daquele jeito.

— Lauren, você tá bem, eu to aqui com você. – tentei acalmá-la, mas ela ainda estava de olhos fechados e achava que estava em perigo.

— VOCÊ ESTAR AQUI COMIGO NÃO MUDA O FATO DE ESTARMOS A DEZ MIL METROS DO CHÃO. – Ela falou enquanto fincava as unhas nas minhas costas, seus olhos estavam fechados com mais força do que antes e sua voz trêmula.

— Dez mil metros? Não estamos no prédio mais alto do mundo, apenas numa casa de primeiro andar.

— Cameron, eu não posso morrer, eu não fiz nada na minha vida! – ela disse abrindo os olhos e olhando pra mim, nossos rostos estavam a pouquíssimos centímetros de distância, e mesmo com os olhos abertos, ela não conseguia olhar pra baixo e ainda acreditava estar em perigo.

— Vem cá. – tentei me soltar dela, mas ela me agarrava com muita força. – Lauren. – ela olhou pra mim, fitava meus olhos com medo, mas depois olhou pra minha boca, e confesso que a sua boca ficava mais convidativa a cada minuto que passava.

Kiss me hardOnde histórias criam vida. Descubra agora