Say something.

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— Cameron! – gritei.

Não deu tempo de nada, ele fechou a porta e ao mesmo tempo trincou meu coração. Aquilo doeu em mim, eu me sentia culpada.

— Se vocês não estão juntos por que estão assim?

— Desculpa, Matt. – saí correndo do quarto e fui atrás do Cameron, ele estava no final do corredor. – Cameron, espera! – ele apenas continuou andando, eu o alcancei e o puxei pelo braço. – Cameron, para! – ele se virou e eu não queria ter visto aquilo.

Ele não estava chorando, mas eu percebi que seus olhos estavam marejados e ele não conseguia olhar pra mim.

— Cameron... – eu tentei tocar em seu rosto mas ele se afastou.

— Eu sei que a gente não tem nada sério, Lauren, mas eu pensei que pelo menos você se importasse com o que eu sinto já que você não sente nada. – eu não tinha o que responder, eu poderia explicar o que tinha acabado de acontecer, mas nada iria fazer com que eu me sentisse menos culpada.

O que eu fiz havia sido errado, eu estava me sentindo... Suja.

Ele se virou, se soltando da minha mão e continuou andando. Me encostei na parede e fechei os olhos.

— E o Nash marca um ponto. – escutei a voz do Nash e abri os olhos assustada. – Você só gosta de iludir. – ele piscou um olho pra mim e eu tive vontade de socar sua cara. Que garoto escroto.

Ele surgia do nada e ainda falava merda... Eu, hein.

Acabei desistindo de ficar ali no corredor e desci pra pegar um ar.

Tudo estava passando pela minha mente, o quanto eu havia sido burra e ferrado com tudo... Como que eu pude fazer isso?

Não vou negar que o beijo do Matt foi delicioso... Ai, Lauren, para!

Me lembrei do rosto de Cameron com os olhos marejados e meu coração estava apertado...

Eu sou uma pessoa horrível.

CAMERON P.O.V.:

Sinceramente, eu não esperava aquilo da Lauren, não esperava que ela me "esquecesse" tão rápido assim, eu achava que tinha algo rolando, que ela também estivesse afim de mim.

A cada dia eu me surpreendo mais, a cada dia eu vejo como é perigoso gostar das pessoas.

Eu não queria chorar, não por frescuras do tipo "homem não chora", mas porque... Eu não queria me ver naquela situação, estava doendo tanto, mas tanto...

Eu só queria que aquilo parasse.

Confesso que algumas lágrimas ousaram em escapar, mas eu me controlei.

Eu poderia chorar por dias, mas aquela dor não iria sair de mim, aquele aperto no peito seria contínuo.

(...)

LAUREN P.O.V.:

No outro dia todos estavam conversando no quarto e eu só observando. Os meninos estavam animados por passarem uns dias no Brasil mas eu só queria ficar na cama.

O Shawn estava tocando violão e eu sentei ao lado dele, sempre quis aprender a tocar.

Ele começou a tocar Say Something e eu olhei pro Cameron na hora, que estava apenas fitando o violão.

"Say something I'm giving up on you"

Shawn começou a tocar e a voz dele era maravilhosa.

Ele olhou pra mim sorrindo, como se fosse pra eu continuar a música. Neguei com a cabeça e os meninos começaram a falar "Canta, canta, canta!" e eu acabei criando coragem.

"I'll be the one if you want me too"

Cantei meio timidamente, quase que a voz não saía. Olhei pra Cameron e agora ele estava de cabeça baixa.

"Anywhere I would've followed you"

Shawn cantou e olhou pra mim, eu deveria cantar o resto mas estava me segurando pra não chorar.

"Say something I'm giving up on you."

Dessa vez cantei mais alto, deixei a voz sair e todos olharam surpresos pra mim, o Cam levantou a cabeça e olhou em meus olhos. Seu olhar era triste e acho que ele percebeu que o meu também era.

Shawn continuou a cantar e eu cantei junto, ainda olhando pro Cameron.

"And I... I am feeling so small
It was over my head
I know nothing at all"

E aquilo era a verdade, eu estava me sentindo pequena, diminuída, um lixo.

Shawn olhou pra mim e fez sinal pra que eu continuasse.

Essa parte me resumia...

"And I will stumble and fall
I'm still learning to love
Just starting to crawl"

Eu apenas estava aprendendo a gostar dele, eu não sabia direito o que eu estava sentindo, só sabia que era muito forte.

Os meninos estavam olhando pra mim, eu não sei por que, mas me senti confiante enquanto cantava. Comecei a me soltar mais e o Shawn sorriu pra mim, como se eu estivesse indo bem.

Terminamos de cantar a música e no último "Say something" Cameron se levantou e saiu do quarto.

Os meninos acharam estranho mas não comentaram nada, Matt foi atrás dele e fui atrás, mas fiquei escondida atrás de uma pilastra.

CAMERON P.O.V.:

Saí do quarto em que estava com os meninos e a Lauren, eu não aguentaria mais ficar lá olhando pra ela e me lembrando dela agarrada com o Matthew, aquilo não estava me fazendo bem.

— Cameron, o que tá acontecendo? – quando eu escutei a voz do Matthew, me subiu uma raiva que eu tive que respirar fundo pra não fazer besteira.

— É sério, Matthew?

— Matthew? Nossa. – me aproximei dele e olhei em seus olhos, ele parecia estar com medo.

— Não se faça de inocente, eu tenho é pena de você, ela te beijou por dó, você estava praticamente implorando por isso desde o dia que a conheceu.

— E você não? Olha, eu não sei o que vocês dois tem, mas você não tem noção da química que eu tenho com a Lauren. – não aguentei e comecei a rir, Matthew ficou sem entender. Me aproximei dele e fitei seus olhos.

— O que é química comparado a sentimentos, hein, Matthew Lee? – eu me virei e escutei ele dando uma risada de deboche.

— Sentimento? Você nem sabe o que é gostar de alguém, Cameron, e acho que ela também não, senão não teria me beijado. E que beijo gostoso...

A raiva me consumiu, eu me virei e acertei um soco no rosto do Matthew que fez com que ele andasse pra trás. Eu não estava arrependido, mas se tivesse sido mais fraco minha mão teria doído menos. Matthew partiu pra cima de mim mas eu o joguei no chão.

Escutei a porta sendo aberta e os meninos vieram em nossa direção.

— Vocês estão loucos? – o Aaron disse ajudando a levantar o Matthew do chão.

— O que aconteceu, cara? Por que você fez isso? – o Carter perguntou enquanto ajudava o Matthew, que estava com a mão no rosto.

Olhei na direção de Lauren que estava apreensiva encostada numa pilastra e dei um sorriso sínico.

— Porque eu sou um babaca. – olhei em seus olhos pela última vez antes de me virar e fui em direção ao elevador.

Droga.

Kiss me hardOnde histórias criam vida. Descubra agora