What is love?

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Tentei tirar isso da minha mente e voltei a olhar em seus olhos.

— Olha pra baixo, você consegue.

— Eu vou cair. – ela falou olhando pra mim.

— Deixa de ser dramática, o telhado é plano, se você cair, cai no telhado. – ela olhou pro telhado, viu que era plano e logo em seguida se soltou de mim.

— Por que você não disse que era tipo um chão? – ela disse colocando as mãos na cintura e eu comecei a rir.

— Chão? Isso é um telhado. – disse rindo.

— Eu falei "tipo" um chão. – ela falou gesticulando com as mãos. Olhei rindo pra ela e ela sorriu de lado. – Que foi? – ela cruzou os braços e sorriu pra mim. – Para de me olhar!

— Ok, parei. – eu disse e me sentei, ela se sentou logo em seguida.

— Viemos aqui pra conversar, né?

— Pois é, eu já sei bastante, sei que você ganhou um violão da sua avó e ainda não aprendeu a tocar e que você não aproveitou nada da vida. – ela riu e agarrou as pernas, apoiando o queixo no joelho.

— Ah, é isso mesmo. Sempre quis aprender a tocar violão, mas nunca tive tempo, sempre estava ocupada cuidando da minha avó. E quanto à vida... Acho que a vida é o violão que não aprendi a tocar.

— Wow, poética. – aquela garota me impressionava cada vez mais.

— Que nada, fiz isso agora. – ela riu e eu sorri.

— Mas... Como assim você não aproveitou nada da vida?

— Tipo, eu nunca saía pra festas, só fui em algumas, mas sempre me privei de tudo. Nunca tive melhores amigos, nunca tive paixões ou algo do tipo.

— Hm, paixões. Nunca teve? – fiquei curioso.

— Não. – ficamos em silêncio por uns segundos. – Como é amar? – ela olhou pra mim e eu olhei diretamente pra ela.

— Como assim? – franzi o cenho enquanto seus olhos pareciam implorar por uma resposta.

— Tipo, eu sei como é amar um familiar e tal, sei como é um amor fraterno, mas... Como é amar alguém a ponto de namorar?

— Por que você acha que eu sei? – dei uma risada fraca.

— Ué, você namora. – acabei rindo e ela pareceu não ter entendido.

— Não mais. Acabou tudo hoje de manhã. – disse olhando pra frente.

— Ah, eu sinto muito... Mas você a amava, não? – voltei a olhar pra ela.

— Pra falar a verdade, não. Perdi boa parte da minha vida namorando com ela, era por popularidade da parte dela, uma coisa estúpida. Ainda tentamos levar adiante depois do colégio, mas não dava certo. – dei de ombros.

— Ah, entendo... Eu acho que o amor deva ser uma coisa tão maluca. – ela disse suspirando e olhando pra frente.

— Maluca?

— É... Tipo, você ama e chora pela pessoa, chora de felicidade e de tristeza, chora junto com a pessoa, você sorri, você apoia, você conhece a pessoa mais do que a você mesmo, suas mãos devem ficar trêmulas toda vez que você fala com ela, seu coração acelerado a cada palavra que ela pronuncia, você deve ser o motivo do sorriso dessa pessoa e ela o motivo do seu. É... Estranho pensar que alguém pode ter tanto domínio sobre você quando você achava que você nunca seria dominado. Deve ser estranho amar, mas deve ser tão bom. – ela suspirou, enquanto eu parecia estar hipnotizado pela sua inocência, enquanto o meu olhar não saía de seu perfil bem desenhado.

Nossa. Quem é essa garota? Aonde ela estava esse tempo todo? Ela seria mesmo real? Ela é minha prima?

Droga, ela é minha prima.

Eu estava praticamente boquiaberto olhando pra ela.

— Cameron? – ela se virou e olhou pra mim, segurando o meu rosto com suas mãos. Não faz isso comigo pelo amor de Deus. Suas mãos fizeram com que eu tivesse um longo arrepio e fechasse os olhos. Balancei a cabeça e ela tirou suas mãos do meu rosto. – Acorda! – ela disse rindo, me fazendo sorrir.

— O que você disse... Foi lindo. – eu sorri sem jeito e percebi que ela ficou envergonhada.

— Obrigada. – ela sorriu e se deitou no telhado, olhando para o céu. Me deitei ao lado dela e ficamos olhando as estrelas. – É lindo, né? – virei minha cabeça de lado e fiquei observando ela falar.

— O que é lindo?

— O céu, o infinito, as estrelas, a lua. Eu sou totalmente apaixonada pelo céu. – ela virou a cabeça e nossos olhares se encontraram. Ela riu e colocou a mão do rosto. – Você deve achar que eu sou maluca por falar essas coisas, né?

— Claro que não, eu to adorando ouvir. – E, realmente, eu estava. Tudo o que ela falava fazia tanto sentido.

— Ah, então tá bom. – ela riu e voltou a olhar pro céu. – Eu amo observar as estrelas. Eu amo o jeito que elas brilham pra nós. São tão lindas.

— Você é linda. – Juro que escapou. Droga, por que eu falei isso?

— Que? – ela olhou pra mim sorrindo e eu me enrolei todo.

— Tipo, as coisas que você fala, são muito lindas. – falei sem jeito, fazendo-a rir.

— Ah... – ela voltou a olhar pro céu. – Obrigada. – ficamos uns minutos em silêncio olhando para as estrelas. Escutei um barulho de choro baixo e me virei pra Lauren.

— Tá tudo bem? – eu perguntei preocupado, me aproximando dela e ficando próximo do seu rosto.

— Tá sim, eu estou um pouco preocupada com a minha avó, mas tirando isso... Eu estou bem. Finalmente, sabe? Eu posso dizer que estou bem. – eu sorri e enxuguei uma lágrima que havia escapado de seu olho.

— Fica tranquila, nada de ruim vai acontecer com ela... E nem com você, eu estou aqui pra fazer você se sentir bem. – ela se virou completamente em minha direção e segurou meu rosto com uma mão, sorrindo.

— Obrigada. – seu rosto se aproximou do meu e senti seus lábios quentes encostarem em minha bochecha. Droga, esse arrepio de novo. Não vou negar que me deu uma vontade enorme de virar o rosto quando seus lábios se aproximaram de mim, foi o mais perto que chegamos, aquilo estava me torturando. – Eu tô com frio, é melhor a gente entrar. – ela disse se sentando. Eu me levantei e estendi minha mão pra ela, com o impulso que a puxei, nossos corpos ficaram colados e nossos rostos muito próximos, mais que o normal, mais que o aceitável entre primos.

Kiss me hardOnde histórias criam vida. Descubra agora