Kiss me hard

I can't do that.

​LAUREN P.O.V.:

— Cameron. – eu disse quando paramos de nos beijar.

— Oi? – ele disse ainda de olhos fechados, me dando um selinho demorado.

— Isso é certo? – eu disse enquanto ele encostava sua testa na minha e segurava meu rosto com as duas mãos.

— Se é certo eu não sei, mas desde quando a gente controla o que sente?

O que eu sinto... O que eu sinto? Eu fico tão nervosa quando estou perto dele, quando eu olho em seus olhos tudo o que eu vejo é um brilho que nunca havia visto em minha vida, quando ele toca na minha mão é como se só existisse nós dois, quando ele sorri eu fico sem chão, é o sorriso dele que passa a me sustentar.

O que eu to sentindo? Eu nunca senti isso em toda a minha vida. Eu não quero... não quero me machucar.

Cameron tirou uma mecha de cabelo que tinha caído em meu rosto e colocou atrás da minha orelha, segurando meu pescoço em seguida.

Seu nariz encostou do meu e percebi que ele estava sorrindo, sorri automaticamente e ele me deu um beijo, um beijo demorado, cheio de desejo e eu senti como se fosse o último.

(...)

CAMERON P.O.V.:

Eu estava meio sem acreditar no que tinha acontecido. Como essa garota conseguiu fazer isso comigo? Eu achei que fosse apenas uma atração, mas quando os nossos lábios se encaixaram, percebi que ia mais além disso.

Como ela conseguia causar aquele efeito em mim? Era tudo uma coisa nova, porém eu estava gostando.

LAUREN P.O.V.:

Eu não conseguia dormir, passava mil coisas pela minha cabeça e o barulho da festa não ajudava muito. "E se os pais dele descobrirem que nos beijamos? E se os meninos ficarem estranhos com a gente?"

Parei de pensar um pouco e peguei meu celular, fui no search e coloquei o user do Cameron, havia várias mensagens pra ele.

Me surpreendi quando vi aquilo.

"Eu vi o Cameron com aquela garota que ele estava na sorveteria, eles estavam muito próximos!"

"Não acredito que o Cameron tá namorando com aquela vadia."

"Que ridícula! Ela não sabe que o Cameron é nosso?"

Nossa, tudo isso? E pelo visto nem viram o beijo. Eu vou acabar atrapalhando tudo, a Magcon, a vida do Cameron, tudo... É melhor eu ficar quieta.

(...)

Acordei com o sol batendo em meu rosto e fui tomar um banho gelado. Escovei os dentes e sequei o cabelo com a toalha, logo depois penteando-o. Vesti um shorts jeans e uma blusa básica, desci as escadas e a casa estava uma bagunça.

Ainda tinha umas pessoas saindo. Nossa, acordei tão cedo assim ou eles que estão saindo tarde demais?

— Bom dia, Leslie. – disse dando um beijo em sua bochecha e pegando uma maçã, logo depois dando uma mordida nela.

— Bom dia, meu amor. – a casa estava cheia de funcionários de limpeza, estavam organizando tudo.

— Você soube da faculdade?

— Não, o que?

— Vão entrar em greve.

— O que? – eu disse quase me engasgando com a maçã.

— Pois é, os professores querem aumento de salário e pelo visto não vai voltar tão cedo.

— Como assim? Acabaram de começar as aulas.

— Na verdade eles já estavam organizando isso há um tempo, deixaram pra fazer agora só pra gerar mais polêmica.

Eu não acredito, quando eu começo a estudar, tenho que parar por conta de greve. Mereço.

Fiquei conversando com a Leslie e eu até acabei me esquecendo de um problema que rondava minha mente... Mas eu estava decidida, eu não iria deixar que um beijo fizesse com que eu me apegasse tanto ao Cameron e pudesse atrapalhar algo em sua vida e na minha vida também.

(...)

Eu estava sentada no sofá quando Cameron sentou do meu lado.

— Bom dia, Laur. – ele disse dando um beijo na minha bochecha. Eu apenas sorri ele fez uma cara estranha. – Tá tudo bem? – ele perguntou, provavelmente estranhando o meu comportamento.

— Cameron, eu acho melhor... A gente esquecer o que aconteceu ontem. – tive medo de olhar em seus olhos, quando olhei, me arrependi profundamente. Não vi mais aquele brilho, sua expressão era triste e ele arqueou as sobrancelhas, como se estivesse surpreso. – Desculpa, mas... Eu não posso fazer isso. – ele continuou calado e parou de olhar em meus olhos. – O que foi? – eu perguntei com receio que escutar a resposta.

— Eu achei que tivesse significado algo pra você. – ele disse se retirando dali, ignorando todos os "Cameron!" que eu falei.

Droga. Eu não queria fazer isso.

Oh, droga de pensamento certo.

Joguei a cabeça pra trás e fechei os olhos.

CAMERON P.O.V.:

Não sei descrever detalhadamente o que eu senti quando a Lauren disse que era pra nós esquecermos o que tinha acontecido na noite anterior... Sei que foi mais forte do que o sentimento de uma criança que tem um doce roubado e um pouco mais fraco do que um soco no peito.

Eu não sabia exatamente o que estava sentindo pela Lauren, mas sabia que algo normal não poderia ser. Ela me deixava feliz, me fazia sorrir que nem um otário e eu não sabia se isso era bom ou ruim.

É difícil aceitar que ela quer esquecer o que vivemos ontem, pode-se dizer que ela quer que eu esqueça de um dos melhores momentos da minha vida, isso se não foi o melhor...

Normalmente é a garota que se ilude, a garota que quebra a cara ou coração, mas quem foi o besta que se iludiu? Isso mesmo, eu.

LAUREN P.O.V.:

Não vou negar que a noite passada foi a melhor de toda a minha vida, eu nunca havia me sentido daquele jeito, tão feliz, tão segura, tão querida. Se eu pudesse eu teria passado a madrugada toda com o Cameron.

Mas... Como as coisas na minha vida não são nada legais, algo ruim tem que acontecer, tem que ter algum problema pra atrapalhar tudo, e dessa vez o problema sou eu. Sim, eu. Eu e minha insegurança, eu e meu medo que dê algo errado pro Cameron, eu e minha mania de colocar a felicidade dos outros acima da minha.

Mas eu estaria fazendo Cameron feliz? Eu deveria desistir de algo que me faz bem pensando no seu bem? Quer dizer... Eu estaria fazendo bem a ele?