Por um motivo, quinta-feira havia se tornado um dia ruim para mim e esse motivo se chamava Barkley, o conselheiro. Eu estava pateticamente esperando do lado de fora da sala dele enquanto atendia alguém, uma voz na minha cabeça insistia em dizer " É um sinal, saia daí", mas então eu lembrava de Andrea. Deus, como ela me irritava.
Aquela foi uma semana estranha, devo admitir, o clima na casa não estava nada bom, Aaron não estava falando com minha mãe, eu não estava falando com minha mãe, sem falar que Lucas e Elliot estavam estranhos e podia chutar os motivos, Lucas era por causa da drogas e Elliot deveria estar preocupado com o que meu tio disse, que eu iria destruir sua família e tudo mais.
Já que agora parece que são melhores amigos, Aaron ligou para Bob e contou o que aconteceu, o que fez Bob me ligar e falar horas sobre o como eu era uma ótima pessoa, mas tinha esse problema de não conseguir não guardar rancor.
Eu não havia falado com DJ nessa semana, estava esperando quando me contataria, afinal eu tinha que dizer a ele que não correria mais ao seu lado e que na verdade estaria torcendo pelo meninos. Eu o admirava e respeitava por como sempre foi um parceiro de Charlie, mas aquilo era apenas uma conquista pessoal, quando para os irmãos era tudo. Acredite se quiser, só se quiser mesmo, mas Gabriel veio me agradecer, isso mesmo, ele topou comigo nas tendas, deu-me um bebida e falou "Valeu", saindo logo em seguida como se nada tivesse acontecido.
Perdi a conta de quantas vezes girei naquele corredor, a cada volta eu me perguntava "Será?". O "Será? " não era para entrar ou não na sala, porque isso, infelizmente, eu tinha que fazer, essa coisa era uma pergunta um pouco mais específica, a última vez que eu respondi foi com um sim, mas não me senti muito melhor com isso.
A porta da sala finalmente abriu e Barkley saiu junto com o garoto que conversava com ele.
- Ah, Lucinda - ele disse ao me ver - Você veio! Mas infelizmente agora é meu intervalo.
- Oh...
É outro sinal Lucinda. Fuja enquanto é tempo.
- Na próxima quinta então? - falei.
- Não - ele pensou - Não sei o que te deu coragem para vir aqui, não sei de vai dar de novo.
Ele olhou para dentro da sua sala por alguns segundos e então fechou a porta.
- Vem, eu estava indo almoçar.
Ele começou a andar sem nem mesmo esperar minha reação, então eu o segui.
- Vamos chamar o que vai acontecer agora de "Conversa Franca" - ele disse enquanto andava. - Nossa última consulta...
- Praticamente obrigada.
- Vamos, você contou várias mentiras naquele dia. - ele acenou para uma mulher que passava por nós - Para ser justo, eu também.
- Já sei, o lance do " Você parece bem, só precisa conversar " - eu ri lembrando de como achei estranho ele ser a única pessoa que pensava isso sobre mim.
- Eu estava tentando não te assustar, mas depois percebi que não era a abordagem certa.
- E então foi me procurar no campus.
- É claro, no entanto estou curioso, só achei que viria quando algo grave acontecesse, mas não, veio de repente. Ou aconteceu algo sério e não estou sabendo?
Minha mente voou até aquela sexta feira com Eric, aquela terrível sexta feira. Por um momento, eu estava prestes a falar que havia acontecido algo, mas não queria falar sobre aquilo.
No entanto eu parei para analisar aquela situação, eu estava ali porque queria? Eu queria? Não sabia ao certo, mas Andrea havia notado algo, ela não fez questão de falar sobre o assunto quando comentei, achei que estava entendendo que não queria falar daquilo, mas na verdade ela queria que eu falasse aquilo com ele porque sabia que ia ser mais difícil falar para ela. Por algum motivo senti que ele sabia disso e então eu percebi, isso era bem a cara dela.
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Hall
RomanceConcluída e sob revisão. Lucinda Hall é uma garota que cresceu com seu pai, afeiçoando-se a coisas como carros e esportes. No entanto foi nas corridas que viu sua grande paixão. Com a morte do pai, ela vai morar junto de sua mãe que cria outra famíl...