14: Não Faça Isso Comigo, Por Favor!

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     Ele a matou e eu sentia que aquele também era meu futuro.

     - Eu acho que Gabriel não vai querer ver você agora. - ele disse - Não por sua causa, por causa dele.

     - Eu preciso ver ele.

     Falei e saí andando antes que ele dissesse mais alguma coisa. Caminhei em passos apressados até o escritório de Gabriel, mas ele não estava lá, então eu fui para o segundo lugar que eu achei que ele estaria: o escritório de Tara. Lembrei que a última vez em que estive lá foi quando tive uma crise.

     Entrei na sala e vi Gabriel sentado no sofá de cabeça baixa. Assim que abri a porta, ele ergueu a cabeça e olhou para mim.

     - Então você já ficou sabendo. - ele disse seco.

     Eu fui até ele e sentei ao seu lado.

     - Eu sinto muito. - segurei sua mão. - Eu gostava dela.

     Ele ficou um tempo calado, e eu apenas fiquei ao seu lado, respirando fundo e me segurando para não desabar, para não chorar, para não derramar um lágrima sequer.

     - Ela foi conversar com você, não foi? - ele perguntou.

     - Sim, ela foi, e me contou o que aconteceu com ela.

     Ele olhou para mim.

     - Ela morreu esfaqueada. - disse - Meses atrás ela me falou que esse homem estava solto e poderia vir atrás dela. Parece que ele veio.

     Eu respirei fundo e fechei os olhos. Senti no tom de voz de Gabriel que ele não iria querer deixar isso barato. O pavor tomou conta de mim, se ele fosse atrás desse homem iria descobrir que ele é o Monza, e então iria estar a um passo de descobrir tudo, e eu não poderia deixar isso acontecer. Olhei ao redor, sabendo que provavelmente haviam câmeras ali, já que aquele era o escritório da Tara, e com a escuta no meu bolso, ele ouviria tudo que eu estava prestes a falar.

     - Eu tenho que te dizer uma coisa. - falei. - Sobre esse homem.

     - Tara te disse alguma coisa?

     Eu respirei fundo.

     - Você tem que confiar no que estou prestes a falar. - coloquei a mão no bolso.

     - É claro que eu confio. - respondeu Gabriel, mas eu não estava falando com ele.

     - Esse homem que abusou da Tara é Frederick Monza.

     Ele me encarou por alguns segundos.

     - O homem que tentou abusar de você?

     - Sim. Quando ela veio conversar comigo, nós acabamos descobrindo que era a mesma pessoa.

     - Lucinda, então ele está livre?

     - Sim, e não. Depois que ela me disse que ele estava livre, eu fiquei com medo e procurei descobrir onde ele estava. Descobri que alguém matou ele logo que saiu da prisão.

     - Hall, isso pode ser mentira, você tem certeza?

     - Tenho, tenho certeza absoluta. Você acha que eu provavelmente não estaria bem mais nervosa se não tivesse certeza, pensando que ele poderia estar solto por aí?

     - Então...?

     - Tara tinha algum inimigo? - perguntei.

     - Eu não sei, ela não falava muito da vida social. A única coisa que já me falou foi sobre esse cara.

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