21: Ele Estava Bêbado

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- E nada de data? - perguntou minha avó.

- Por enquanto, não. - respondi. - Acho que tanto por minha parte quanto da dele, nós dois sabemos que não é um bom momento.

- Ah, que pena, vou adorar ver você casada. - ela disse.

- Não se preocupe, não pretendo desistir do Gabriel. - eu terminei de tirar os bolinhos do forno. - Ele vai ter muito trabalho para se livrar de mim, e ele sabe disso.

- Que bom. - ela pegou a forma da minha mão. - Aquele rapaz, ele ama muito você.

- E eu o amo.

Ela tirou minhas luvas de proteção.

- Querida, você não quer mesmo me contar o que anda acontecendo? Eu prometo não falar para ninguém, estou preocupada com você.

- Vovó, não fique pensando nisso, é só uma fase ruim, mas que vai passar. - eu sorri. - Agora vamos terminar o jantar, antes que a missa comece. É Natal, não podemos perder, não é?

- De forma alguma.

Como de costume, fomos passar o Natal na casa da vovó, o que significava uma semana longe da tortura quase diária que eu passava com Monza. Aquilo era como respirar para mim. O Natal foi como de costume, missa e jantar, a diferença foi que como Willow e Aaron estavam casado e trouxeram seus parceiros. Nossa família ficava cada vez maior.

No dia seguinte, eu, Aaron, vovô e Samuel fomos andar a cavalo.

- Acho que vou tentar vir aqui em um primavera ou um verão. - comentei. - Não que não seja bonito no inverno, mas vai ser bom ver a grama verdinha desses campos.

- Você deveria vir. - comentou vovô - É bonito mesmo, sem falar que é época de muita fruta.

- As maçãs da macieira do vovô são boas como nenhuma outra que já comi. - disse Aaron.

- Isso é comprovado cientificamente. - vovô brincou. Ele estava em um cavalo junto com o Samuel - Vou correr um pouco com Sammy, Aaron cuide da sua irmã, não esqueça o que aconteceu da última vez.

Eu revirei os olhos rindo e ele saiu cavalgando. Sim, eu havia caído do cavalo da última vez, não foi nada sério, apenas motivo para todos rirem da minha cara.

- A culpa é de Penélope, que é muito afoita. - retruquei e fiz carinho nela. - Mas agora nós somos amigas, não é?

- Agora deu para falar com os animais, igual vovô?

- Shhh, ela pode te escutar. - brinquei e ele riu.

Nós continuamos uns bons quilômetros a frente.

- Fiz as pazes com tio Phillipe, você sabia? - comentei.

- Que bom para você, porque, sinceramente, não me vejo tendo relação com a família do nosso pai de novo.

- Eu não queria ter causado isso.

- Que bom que causou, eu estava sendo enganado. Eles são falsos, Lucy, tio Phillipe é falso.

- Não acho que Phillipe seja falso, acho que ele é uma pessoa que cometeu um grande erro e magoou muito alguém que o amava, e que demorou tempo demais para perceber o mal que tinha feito. Seu arrependimento parecia sincero, acho que ele percebeu que sua indiferença causou mais danos do que sua ações em si, e então sentiu o peso das consequências que nunca poderiam ser concertadas.

Depois que falei isso, Aaron ficou em silêncio, de início não entendi porquê, mas quando refleti minhas palavras, pude compreender.

- Eu não falei isso com intenção de...

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