54: Uma Luta Que Nunca Acaba.

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     - Lilian? - chamei e ela olhou para mim parecendo aliviada e eu também estava aliviada em vê-la, pensei que depois que ele percebesse que não precisava mais deles, iria matá-los, estava feliz que não fez aquilo.

     - Lucinda, eu estava procurando você. - ela disse. Parecia abatida, os dois pareciam, mas seu filho parecia mais.

     - Como me encontrou?

     - Como você não estava em casa, pensei que talvez estivesse aqui.

     - Porque não passou lá em outro momento? É tão urgente assim?

     - Sim, eu... - ela começou a chorar -  Não é por mim, é por ele, sei que não  tenho o direito de te pedir nada, mas... mas eu não sei mais o que fazer, não tenho mais ninguém a quem recorrer.

     - O que? O que aconteceu?

     - Eu não tenho mais ninguém além do meu filho, tenho minha mãe mas ela já estava bem idosa quando parti de Nova York, nem mesmo sei se está viva. Quando ele decidiu fugir com você, ele nos mandou embora, sem nada, absolutamente nada. Eu consegui pegar um pouco de dinheiro na casa, mas não foi suficiente, nem de perto, consegui pagar uma pensão por uns quatro dias com um desconto que a dona ofereceu porque ficou com pena de nós dois. Depois disso eu fiquei perdida com meu filho, eu não conheço ninguém aqui, não sei o endereço de ninguém, a não ser o seu e o da sua família.

     - Por que não me procurou?

     - Antes eu não sabia se você havia escapado, depois eu fui até o seu apartamento, faz uma dois dias, mas...mas...

     - Mas o que?

     - Seu marido disse que era melhor que a deixássemos em paz.

     Era a cara do Gabriel fazer aquilo, tinha certeza que ele não sabia da situação de Lilian.

     - Desculpe por isso.

     - Não, sou eu que tenho que me desculpar, ele estava certo, mas eu não estou fazendo isso por mim, estou fazendo por meu filho. Eu vim pedir sua ajuda.

     - Como conseguiu chegar aqui? Você tem ficado na rua?

     - Sim, no dia que fui no seu apartamento, o porteiro viu que não estávamos bem, eu acabei passando mal, ele ficou sabendo da situação e me deu algum dinheiro, o resto dele usei para chegar ao prédio e depois implorei com tudo que pude para o taxista nos trazer até aqui. Eu não ia tentar de novo, mas meu filho começou a ficar doente e eu não sabia o que fazer. - ela chorou mais

     - Tudo bem, tudo bem, fica calma, certo? Eu vou resolver tudo para você. Venham comigo.

     Eu comecei a andar com eles ao meu lado. Encontrei com Francis no caminho.

     - Francis! - chamei e ele veio até mim.

     - Precisa de ajuda? Oi, garotinho. - ele acenou sorrindo para Collin. Eu adorava o Francis.

     - Sim, preciso que vá até o restaurante e mande preparar uma refeição para dois e entregar no quarto... fala um quarto disponível.

     - 21.

     - 21, quarto 21. E diga para Aaron me encontrar lá também.

     - Tem certeza? Porque ele ficou responsável por enrolar Isaak.

     - Diga ao Marlow para fazer isso.

     - Certo.

     Ele saiu e depois caminhei com eles para o motel/hotel. Peguei o cartão do quarto 21 na recepção e segui para lá com os dois. Os quartos eram bons, cama grande, mesa, TV, banheiro. Nada na pista era feito de mau jeito.

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