59: Mais Que 500 Pistas

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Ponto de vista de Lucinda Hall.

Quatro dias depois...

Eu deveria ganhar um prêmio, sabe, deveria ter um prêmio para esse tipo de coisa. Primeiro lugar em pessoa que mais pisa na bola com certeza seria meu. Houve um tempo em que eu simplesmente pensei que era azar, mas ninguém tem tanto azar assim, então eu pressupus que a culpa era minha mesmo, e se era minha, então eu deveria ganhar um prêmio, porque, olha, eu estava de parabéns.

- Você ainda está aí fora? - perguntei.

- Mas não queria - ele respondeu.

- Eu tenho que ir no banheiro.

- Você tem que ir no banheiro muitas vezes ao dia. - ele reclamou.

- Que bom que você percebeu.

Ele abriu a porta do quardo e veio me soltar da cadeira. O banheiro era ali dentro mesmo, ele ficou na porta e eu entrei, logo fechando esta.

Era a hora. Desde que cheguei ali, disse que tomava uma remédio de quatro em quatro horas para controlar minha ansiedade, que se eu não fizesse isso, eu ia ficar com falta de ar e morrer. Os idiotas acreditaram. Todas as vezes que ele me davam o remédio, eu deixava de baixo da língua, adorava a forma de cápsula, minutos depois eu pedia para ir no banheiro, dei a desculpa que o remédio ajudava na digestão também, e depois vinha para o banheiro e guardava ali no armário. Sim, um pouco nojento, mas ainda assim, o plano deu certo, eu tinha calmantes o suficiente para uma overdose.

Eu suspirei e me encarei no espelho. Hughes não mataria minha família, disso eu sabia. Eu havia me despedido de todo mundo,quer dizer, de quase todo mundo, mas tudo bem, eu havia conseguido proteger ele novamente. Eu peguei os comprimidos. As pessoas diziam que aquilo não tinha perdão, mas talvez tivesse se foi para proteger outras pessoas, eu não tinha como saber, mas não tinha que ficar preocupada com aquilo no momento.

Ingeri os remédios.

□ □ □

Eu tentei respirar o mais calma possivel, de modo que não fizesse barulho. Papai tinha que chegar logo, ele tinha que chegar logo.

Ouvi os passos dele se aproximar da porta, comecei a pensar se me esconder de baixo daquela pia tinha sido mesmo uma boa idéia, se ele conseguisse abrir a porta, iria me pegar.

- Vamos pequena Lucy, não dê tanto trabalho ao tio Monza. Estou tentando não me irritar com você pelo que fez agora a pouco, é só você aparecer para mim e ficará tudo bem.

Eu não podia começar a chorar, ou ele ia me encontrar, eu tinha que controlar o choro. Papai tinha que chegar logo.

- Papai não vai chegar a tempo - ele girou a maçaneta da porta e percebeu que estava trancada - Achei você.

□ □ □

Quando acordei, eu estava em um quarto, deitada em uma cama, mas fraca demais para fazer qualquer movimento. Havia pelo menos umas quatro pessoas no mesmo ambiente, elas falavam alguma coisa, mas eu não conseguia entender, falaram algo para mim, mas continuou da mesma forma. Eu dormi.

Acordei pelo menos umas três vezes e foi assim, mas na quarta eu estava melhor, mas estava amarrada naquele droga de cama. Droga, não havia dado certo.

- Você é bastante esperta, sabia? - reconheci que quem estava no quarto era Drew.

- Sabia - respondi.

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