33: Área Amarela, Camada 3.

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- Eu estou pensando algo - ela continuou - Sei que seu tio fez errado, mas ele tinha algum motivo, quero dizer, teve algo que você fez para que ele tenha tanta raiva de você?

Ela parecia tão receosa em me perguntar aquilo, provavelmente com medo que eu me ofendesse, mas como poderia? Eu seria hipócrita se o fizesse.

- Sim, na verdade, eu dei um bom motivo para que falasse tudo aquilo.

- E você acha que pode me contar?

- Elliot estava preocupado, não é? - ri - Ele acha que deve dar atenção aos alertas do tio Philippe.

- Filha...

- Ele está, não precisa admitir, sei que está.

- Só estamos preocupados, estamos no escuro, tem tanto sobre você que eu não sei e quando acho que estou descobrindo me deparo com um breu novamente.

- Às vezes, você também é um breu para mim.

Eu me levantei.

- Não me respondeu quanto a seu tio.

- Respondi sim, ele tem um bom motivo para não gostar de mim, agora eu vou estudar, porque mais tarde tenho um compromisso.

- Agora deu para chamar as corridas de compromisso? - ela revirou os olhos.

Eu dei de ombros e subi as escadas. Quando voltei ao quarto, deparei comigo indo escolher uma roupa para o encontro. Nunca me arrumei para sair com David, mas com Simon não era o mesmo, ele era sofisticado, então eu tinha que dá um tempo das roupas de zé droguinha, Willow estaria super animada para me arrumar, mas eu não queria companhia no momento, na verdade de ninguém da família, eu estava um pouco de saco cheio da Família Moore, então eu queria dar um tempo daquela relação.

Acabei escolhendo um dos vestidos novos que minha mãe me deu, um azul de tecido grosso justo realçando bem minhas curvas, não era tão simples, mas também não tão chique.

Dada às oito horas, eu já tinha banhado, colocado o vestido e amarrado o cabelo. Tentei passar pelas partes da casa onde não haveria ninguém e finalmente cheguei à porta.

- Boa noite - Simon falou e veio me cumprimentar com beijos na bochecha.

- Boa noite.

- Você está linda - ele sorriu simpático.

Eu retribui.

- Você também.

Ele fez sinal para que fossemos e eu entrei em seu carro, que, sem querer ofender, era um carro para pouco entendedores, o carro era lindo e provavelmente o olho da cara, mas se eu pudesse escolher não seria aquele. Bebia demais e a equipagem não compensava a velocidade, mas guardei aquilo para mim. Para minha surpresa, ele gostava de pegar velocidade no carro, o que fez com que aquela noite começasse bem.

No cinema, ele deixou eu escolher o filme, mas não adiantou muita coisa, já que não tinha nenhuma assim tão bom em cartaz, então acabei escolhendo uma comédia, o que acabou sendo bom.

- Imaginei que fosse escolher um filme de terror ou algo assim.

Ele disse quando sentamos na mesa de uma lanchonete. Eu estava feliz com toda aquela situação, era simples e confortável, era uma boa sensação.

Eu ri.

- Gosto de comédias também. - falei - E o filme foi bom, não foi?

- Foi sim - ele se ajeitou na cadeira e estava prestes a falar algo quando o garçom chegou.

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