13: A Noite Em Que Ele Veio.

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Foi como um filme de terror.

Aquela noite.

A noite em que ele veio.

Eu tinha 23 e voltei a ter 8 anos.

Ele veio.

Como em um filme de terror.

Surgindo da escuridão.

Pronto para me atormentar.

Eu quis lutar naquela noite.

Quis lutar com todas as minhas forças.

Mesmo que ele tenha deixado aquilo apenas na minha imaginação.

Eu não imaginei com quanta determinação ele estava. Eu tive total terror, mas como na minha infância, eu não podia me mover. Ele não deixou. Ele era um monstro, que apareceria na minha vida mais uma vez para ser tormento. Para acabar com minha paz.

     - Ah, minha Lucy, você não tem noção do quanto eu sinto sua falta.

     Ele disse com a mão na minha boca enquanto injetada em mim a terceira e última dose do que quer que fosse aquilo. Cada célula do meu corpo sentia o instinto de sair dali, de correr, mas ao mesmo tempo, eu não conseguia ter nenhum controle sobre meus movimentos.

     - Bonequinha, eu quero tanto você, quero tanto você, mais do que já quis qualquer outra coisa na minha vida.

     Eu não sabia como ele havia entrado no apartamento, não sabia como havia entrado no meu quarto, só torcia para qualquer pessoa aparecer ali, e para me tirarem daquela situação. Mas eu não estava contando muito com isso.

     Ele finalmente tirou a mão da minha boca e me amordaçou.

     - Hoje não é dia para você falar, apenas para eu falar. Eu estou aqui para conseguir compensar aqueles dois meses e os 15 anos que eu fiquei preso, e estou dizendo a você que vou conseguir isso de qualquer forma. - minha respiração já estava alta, e por mais que não conseguisse sentir meu corpo, ele já demonstrava os sinais de nervosismo. - Não se preocupe, não será hoje, eu não faria tão fácil e simples assim, Lucinda. Eu fiquei sabendo que tem um ótima vida atualmente, estuda em um boa faculdade, trabalha na melhor firma de advogados do estado e namora um rapaz, que... bom, está sendo minha maior dificuldade atualmente.

     As lágrimas de pavor já desciam pelo meus olhos. Ele limpou com as mãos, a única iluminação que havia no quarto era a lanterna de seu celular.

     - Você deve saber que... bem, eu estou na cidade há meses já, planejando como vamos fazer isso. E enquanto estive aqui, eu investiguei tudo, tudo sobre sua vida e as pessoas ao redor dela, principalmente Gabriel Taylor, não imaginaria as coisas que eu descobri. A questão, minha Lucy, é que eu não estou aqui sozinho, mas com um grupo de pessoas muito bem preparadas, com ótima pontaria. É claro que eu deixei um deles responsável por cada uma dessas pessoas que você tanto se importa, sua mãe, seu padrasto, seus irmãos, seus amigos e o seu querido Gabriel, e tudo isso está apenas em suas mãos.

     Ele colocou a mão no meu rosto, eu fechei meus olhos.

     - Como esclareci a situação, está na hora de explicarmos as regras. Há câmeras na sua casa, na casa da sua mãe, na do seu namorado, na do seu irmão, na pista, na firma e na empresa, assim como escutas em todos esses lugares, e você também vai andar com uma escuta. - ele me mostrou um aparelho minúsculo e depois deixou no criado ao lado da cama. - Se eu notar qualquer coisa estranha, qualquer coisa, eu ou alguém do meu grupo, se alguma das câmeras ou das escutas foram desligadas por pelo menos um segundo, eu vou saber, e as consequências vão ser instantâneas para as pessoas que você ama, acho que pode imaginar o que vai acontecer. Nesse momento tem algumas pessoas ouvindo essa conversa, e a primeira morte está a um estalar de dedos.

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