Eu queria completa distância da pista naquele dia, não queria ver Gabriel ou Aaron ou qualquer pessoa. Eu estava com raiva de tudo e todos, e me tornava bem danificavel perto das pessoas. Meu corpo ainda doia, mas eu não me importei, não conseguia ficar mais dentro do 67, estava com um pouco de dificuldade para respirar. Então eu fui caminhando a pé até meu destino. Meu celular não parava de tocar, então eu desliguei.
- Garota, você está bem? - um senhor que passou por mim perguntou.
Ainda existia esse tipo de pessoa? Que paravam as pessoas na rua preocupadas com ela. Eu ri por dentro, e não o respondi, apenas seguindo em frente com meu caminho. Para completar a triste cena da garota andando desolada pela rua, começou a chover. Apressei o passo, ou o dinheiro que eu tinha guardado no bolso molharia.
Eu só fui uma vez naquele bairro de Seattle, com Zara e Theo, ia ter uma "reunião particular" na casa de um amigo deles. Era apenas droga liberada, lembro que não usei, deveria ter usado. Droga, pai.
No caminho para essa casa, eu havia visto esse bar, esse pequeno bar, que seria o lugar ideal para ir quando quisesse afogar as mágoas. Eu não tinha tantas mágoas, eu tinha dores, a droga da dores, mas ainda assim era um lugar ideal para mim naquele momento.
Eu cheguei àquele bar um tanto molhada e arfante, e por isso eu corri até a mesa mais próxima e sentei para não desabar no chão. O lugar estava praticamente vazio e não tinha música tocando, era quieto e sem nenhum tipo de higiene sanitária. Era perfeito.
Esse homem, o único atendente do bar veio até minha direção.
- Você está bem?
Aquilo só poderia ser algum tipo de brincadeira com minha cara. Eu sorri baixo e ele me encarou confuso. Eu coloquei dinheiro em cima da mesa.
- Tequila, uma garrafa.
Ele me encarou por alguns segundos, provavelmente pensando na merda que eu deveria estar para vir em um bar aleatório e sem qualificações e pedir uma garrafa inteira de tequila. Ele se virou para voltar ao balcão.
- Ei - eu chamei - Uma de vodca também.
Ele assentiu e continuou seu caminho. Eu deitei a cabeça na mesa suja enquanto esperava.
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- Que bom que conseguiu vir, achei que seria difícil com Gabriel Taylor e Aaron Hall no seu pé.- Pesquisou sobre mim.
- Você se tornou o que imaginei que se tornaria sem mim, uma merda. Mas essa não é a questão, temos coisas para tratar.
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A noite virou e eu continuei ali bebendo uma atrás da outra, até ficar bêbada e chorosa naquela mesa sozinha. A noite virou e aquele havia se tornado meu lugar preferido em todo o mundo. O atendente camarada me dava o olhar que meu irmão costumava me dar, só que tinha uma diferença, ele não se importava, ele não se importava nenhum pouco, e por isso havia se tornado minha pessoa preferida no mundo.
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- Viu os homens na entrada? Os que receberam você?
Eu engoli em seco.
- Vi seus corpos.
- Eles me traíram, mereceram isso. Mas não foi tão ruim quanto o que você fez, e quando descobri o que você fez era exatamente isso que eu queria fazer com você.
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Hall
RomanceConcluída e sob revisão. Lucinda Hall é uma garota que cresceu com seu pai, afeiçoando-se a coisas como carros e esportes. No entanto foi nas corridas que viu sua grande paixão. Com a morte do pai, ela vai morar junto de sua mãe que cria outra famíl...