28: Um Nome.

635 48 7
                                    

Ponto de Vista de Charlie Robbins.

5 MESES ATRÁS...

    - Charlie! - Lucinda se jogou em cima de mim. - Charlie, vamos ao shopping.

     - Sai, Luh. - reclamei. Eu estava dormindo na minha cama antes dela pular por cima e me acordar com um susto.

     - Não, vamos! - ela me balançou.

     - Por que não sai com Gabriel?

     - Ele ainda não pode sair muito, lembra?

     - Eu só queria dormir mais um pouco.

     - Tudo bem, então. - ela saiu de cima de mim e sentou na ponta da cama.

     Eu olhei para aquela cena rindo.

     - Você voltou a ter 15 anos? - balancei ela com o pé.

     - Eu só queria sair com meu amigo, mas parece que dormir é mais importante.

     Gargalhei.

     - Eu escolho o filme.

     - Não, eu escolho. - ela virou para mim animada de novo.

     - Não, você sempre escolhe filme de tragédia.

     - Mas hoje tem um tão bom, na verdade eu já assisti ele com Gabriel, mas adoraria assistir com você de novo.

     - Nada feito.

     Ela puxou meu cobertor.

     - Você é um saco, sabia?

     - Olha quem fala. - puxei meu cobertor de novo. - Você me acorda para irmos assistir um filme de pessoas sofrendo.

     Ela ficou alguns segundos calada.

     - Hoje é primeiro de setembro.

     Primeiro de setembro marcava o dia que Lucinda chegou em Seattle, ela dizia que vir para aquela cidade a salvou e por isso nunca queria passar essa data em branco. Naquele dia completavam dois anos que ela estava ali. Suspirei e rolei para fora da cama.

     - Você sempre dá um jeito de conseguir o que quer, não é?

     Caminhei até o banheiro e fechei a porta ainda sonolento.

     - Eu te amo. - ouvi ela exclamar animada do lado de fora.

     - Tá, tá. - bocejei.





ATUALMENTE

     Lucinda continuava deitada naquela cama, com olhos às vezes fechados e às vezes abertos, mas nunca algum movimento. Aquilo doía tanto.

     - Ele está bem nervoso, não é? - comentou Kate assim que Gabriel saiu no quarto.

     - Acho que ele deveria ficar aqui. - falei. - Acho que se ele estivesse mais presente falando com Lucinda, poderia ajudar.

     - Essa é a forma que ele encontrou de lidar com isso. E vai saber, talvez encontrar o responsável por isso traga paz a Lucinda.

     Eu olhei para ela, continuava da mesma forma. Quanto tempo aquilo ainda duraria?

     - É interessante como a vida nos proporciona reviravoltas. - ela comentou. - Quanto tempo eu estive presenciando essa cena ao contrário naquele hospital.

HallOnde histórias criam vida. Descubra agora