Eu respirava fundo, tudo em mim doia como numca doeu, eu tinha quase certeza que tinha uma costela quebrada, meu peito doia e eu não parava de suar.
- Você me deu o que pensar. - ele falou e saiu da sala.
Eu suspirei de alívio. Era aquilo que a gente precisava, tempo, tempo para a polícia nos achar, e eu também precisava que ele saísse daquele ambiente. Eu olhei para Lucinda que chorava, seus braços sangravam sem parar, a polícia tinha que chegar antes que ela morresse.
- Olha para mim. - ela balançou a cabeça com os olhos fechados - Olha para mim, loira, por favor, olha para mim. - ela olhou - Eu sei que está doendo, e que está com medo, mas eu estou aqui, tudo bem? Eu ganhei tempo para nós, a polícia vai nos achar, e vão fazer isso antes que ele mate você.
- Eles não vão... - ela arfou. - Não vão!
- Devemos confiar no Marcus, ele não vai deixar a operação terminar dessa forma. Escuta, você é forte, e sei que está em pânico, e com medo do ataque, mas respire fundo, você vai conseguir controlar.
- Não... - ela chorou e balançou a cabeça.
Se ela tivesse um ataque só iria piorar tudo.
- Aguenta, meu amor, por favor. Eu sei que você consegue, você vai ficar bem, Lucinda, você vai ficar bem.
Ela me encarou como se quisesse me dizer alguma coisa. E foi aí que eu entendi algo que não estava entendendo até aquele momento, ela não estava nervosa por causa dos cortes nos braços, não era o medo de morrer a afligia, não era por esse motivo que estava temendo um ataque.
- Eu vou ficar bem! - falei. - Nós dois vamos. Ele não vai matar nenhum de nós.
- Eu pensei que você estivesse morto. - ela sussurrou.
- Mas eu não estou. Só estou um pouco machucado, mas nada que uns remédios não resolvam. Hall, escuta, nós vamos sair daqui, Jace vai se fuder, e nós poderemos viver nossas vidas juntos e em paz. Eu acredito nisso, você deve acreditar também.
Eu não acreditava muito naquilo, porque o que eu estava prestes a fazer, colocava tudo em risco, especialmente eu. Da segunda vez que amarraram não deixaram as cordas tão apertadas quanto antes, por isso, depois de me contorcer tanto naquela cadeira, em certo momento eu percebi que conseguiria me soltar. Eu só tive que movimentar minhas mãos durante certo tempo, e consegui escapar. Eu me levantei da cadeira.
- Onde você vai? - ela perguntou.
Eu sabia que ela ficaria ainda com mais medo, mas eu não iria aguentar mais nenhum pouco daquilo, e por isso eu ia arriscar, assim como ela sempre fazia. Eu ia arriscar nossas vidas para que pudéssemos sair dali, ou pelo menos ela pudesse. Eu estava com bastante medo também, e iria agir em cima daquilo. E por isso eu respondi:
- Vou matá-lo.
- Gabriel, ele vai machucar você. Ela vai matar você!
- Não se eu matar antes. - passei por ela mancando.
- Não vai! - ela sussurrou. - Gabriel, não vai!
Eu ignorei ela e entrei na sala que Jace havia entrado, surpreendi-me ao encontrá-lo apenas com dois homens.
- Como você se soltou? - ele olhou para mim confuso e surpreso.
- Convenci um dos seus caras a fazer isso. - menti
- O que? - ele olhou para um de seus homens - Vá ver que merda aconteceu.
O cara passou por mim e saiu da sala. Ou seja, ele fez exatamente o que eu queria que fizesse. Jace puxou a arma e apontou para mim.
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Hall
RomanceConcluída e sob revisão. Lucinda Hall é uma garota que cresceu com seu pai, afeiçoando-se a coisas como carros e esportes. No entanto foi nas corridas que viu sua grande paixão. Com a morte do pai, ela vai morar junto de sua mãe que cria outra famíl...