● Ponto de Vista de Rebecca Carter
Entrei no escritório de Isaak e percebi que ele não estava lá, suspirei. Eu não sabia porque aquilo me incomodava tanto, eu não deveria me importar. E se aquilo desse problema e eu perdesse meu emprego? Antes eu via a pista como um quebra galho, mas depois de aprender a dinâmica e entender o desafio que era ser gerente de um lugar como aquele, eu descobri que gostava de trabalhar ali, que ali eu teria uma experiência que nenhum outro lugar me daria. E se eu me fizesse perder aquilo?
Em contrapartida eu não conseguia parar de pensar em nosso beijo, ele era bom naquilo, ele era tão bonito, tão tudo. Eu ficava triste em pensar quão galinha ele era. Saí de seu escritório, deixando ali os papéis que eu esperava que ele entendesse que era para assinar.
Resolvi voltar para o meu escritório, mas antes passei na pista e percebi que era Isaak que narrava a corrida. Não pude explicar a felicidade que me tomou ao perceber que era por isso que ele não estava no escritório. Parei para pensar e percebi que fazia tempo que eu não o via com ninguém, aquilo era estranho.
De repente, no meio da corrida, seu olhar parou sobre mim por longos segundos. Marlow correu até lá e tomou o microfone dele para continuar narrando a corrida. Ele continuou a me olhar, eu apenas me virei e saí. Eu não queria mais pensar nele, ou cogitar ter qualquer coisa com ele. Isso nunca ia dar certo, Rebecca, nunca vai dar certo, deixe de ser idiota. Voltei para o meu escritório e tranquei a porta, não queria interrupções, eu só queria trabalhar, trabalhar sem parar e não pensar naquele... naquele... corredor.
Oh, droga. Respirei fundo, puxei meu notebook. Lembrei que tinha mil e uma coisas para fazer lá fora, mas eu não queria arriscar dar de cara com ele. Quer saber? Eu queria trabalhar ali, então não tinha que aprender a lidar com Isaak e meus sentimentos por ele.
Mas quais eram os meus sentimentos por ele?
Ouvi alguém tentar abrir a porta.
- Rebecca? - Lucinda chamou. - Está tudo bem?
Corri até lá e abri a porta.
- Oi. - falei.
- Está tudo bem? - ela perguntou. - Porque fechou a porta.
- Sim, tudo bem, é que eu estava terminado uns relatórios ali e não queria me distrair.
- Eu posso voltar depois então...
- Não, não, eu já terminei, entra. - dei espaço para que ela entrasse.
Eu e Lucinda tínhamos a mesma idade, mas ela parecia bem mais madura, talvez porque fosse casada, tivesse dois filhos e sempre andasse com as roupas mais elegantes. Ela não aparecia muito pela pista a noite, o que era aceitável, já que tinha que cuidar da carreira e dos filhos.
- Onde está a pequena Emma? - perguntei lembrando que eles tinham uma regra de nunca trazer os filhos ali a noite.
- Ela e Jack ficaram na casa dos avós hoje, por minha mãe, ficariam sempre lá. E eu aproveitei para vir correr hoje, não faço isso desde que Emma nasceu, eu acho.
Aquilo era outra coisa que não batia para mim, mesmo com tudo que tinha em sua vida, ela ainda era uma corredora como os outros. Nunca a vi correndo desde que cheguei, só ouvi os outros falarem que era boa.
- Queria falar comigo? - perguntei quando sentamos no sofá que havia ali.
- Sim, sobre a cena que acabei de ver na pista. - ela sorriu.
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Hall
RomanceConcluída e sob revisão. Lucinda Hall é uma garota que cresceu com seu pai, afeiçoando-se a coisas como carros e esportes. No entanto foi nas corridas que viu sua grande paixão. Com a morte do pai, ela vai morar junto de sua mãe que cria outra famíl...