Hall

11: Casa Comigo?

● Ponto de Vista de Lucinda Hall.

     Assim que cheguei na pista naquela noite, vi todo mundo em uma enorme aflição. A expressão de susto e tragédia na cara de todos.

     - O que está acontecendo? - parei um cara aleatório.

     - Gabriel Taylor, parece que... Eu sinto muito, parece que ele morreu. - ele disse.

     Um ataque do coração não faria meu coração doer tanto quanto doeu naquele momento. Aquilo não podia ser verdade. Eu paralizei no meio da área por alguns segundos, mas então comecei a correr, desesperada, com os olhos cheios de água, com mais medo do que já tive em toda minha vida. Parei alguém para perguntar onde ele estava, todos me olhavam com cara de luto.

     Eu olhei para cima do palco e vi um amontoado de pessoas. Haviam muitas pessoas falando muitas coisas, mas não ouvi nada, eu apenas tinha que chegar até lá e comprovar que aquilo era verdade.

     Eu subi as escadas do palco e passei por todas aquelas pessoas, para encontrar meu irmão em cima de Gabriel fazendo várias compressões.

     - O que aconteceu? - eu disse.

     - Alguém tira ela daqui! - Aaron disse arfando.

     - Aaron! - eu exclamei me ajoelhando ao lado de Gabriel.

     Isaak quase praticamente arrancava os cabelos.

     - A ajuda está a caminho, Lucy, agora eu preciso que saia daqui. - disse Aaron claramente cansado, ele já devia estar fazendo aquilo há muito tempo.

     - Lucinda. - Marlow me puxou - O coração dele parou, mas seu irmão não vai parar de fazer as compressões até a ajuda chegar.

     - Então ele está morto? - eu me aterrorizei.

     - Não! - Aaron gritou. - Ele não está morto, e eu não vou deixar ele morrer aqui na frente de vocês... ar... eu não vou deixar...

     Durava uns 30 minutos do hospital mais próximo até a pista.

     - Aaron! - Naomi apareceu correndo. - Que bom que eu resolvi vir aqui hoje. Deixa eu fazer...

     - Você não deve se cansar...

     - Sai! - ela gritou e tomou a ação dele que sentou para trás e respirou fundo descansando.

     Eu continuava a encarar aquela cena com o meu coração na mão. Aaron se levantou e veio até mim.

     - Lucy, vamos sair daqui.

     - Não... - eu disse aos prantos. - Não...

     Eu sabia porque ele queria me tirar dali, porque se Gabriel morresse de fato, ele não queria que eu visse aquilo. Mas eu não queria sair dali até ter uma certeza do que aconteceria. Eu sentia que minha vida aos poucos se esvaia de dentro de mim.

     E se ele morresse, se ele morresse... se ele morresse...

     - Lucinda... - Aaron tentou me puxar, mas eu empurrei ele.

     - Eu não vou sair daqui!

     Nesse momento vi alguns paramédicos chegando com uma máquina.

     - Espaço! - eles pediram.

     - Eu sou médico. - disse Aaron já puxando as pás dos desfibrilador.

     Os paramédicos carregaram, Aaron deu o choque. Nada.

     - Vamos lá, vamos lá, Gabriel. - Aaron insistiu e deu mais outro choque.