26: Eu Não Quero Gritos.

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Mais um vez houve batidas na porta, meu celular começou a tocar. Eu paralisei sem saber o que fazer.

- Luciiiinda! - ouvi a voz de Jace cantarolar do outro lado da porta - Lucinda, sou eu, Jace, você pode abrir a porta?

Eu não respondi.

- Sabe, se eu fosse você, eu abriria, não é só um pedido.

Eu fiquei com medo de continuar a hesitar, por isso caminhei até a porta e a abri.

- Que bom, estou morrendo de sede. - ele me entregou o jornal que tinha em suas mãos e passou por mim entrando no apartamento.

Eu deixei a porta aberta.

- Dê uma olhada nisso aí - ele disse enquanto caminhava até a cozinha.

Eu abri o jornal e li uma manchete.

Detetive, Jared Ross, da polícia de Whashington é encontrado morto essa madrugada.

Eu engoli em seco.

- Aqui não tem nenhuma bebida? - ele gritou da cozinha.

Eu olhei para o corredor em frente ao meu apartamento e percebi que haviam quatro homens ali. Certo, sair correndo não era uma opção.

Jace voltou da cozinha com uma garrafa de vodka e sentou no sofá. Meu celular continuava a tocar.

- Deve ser o Charlie - ele falou tranquilamente - Eu encontrei com ele quando estava entrando, só não quis bater na porta antes para não atrapalhar sua conversa com Kirton. De toda forma, eu mandei eu ir correr e fazer dinheiro para mim, mas ele deve querer ver se está tudo bem, então sinta-se a vontade para atender. Ah, e feche essa porta, quero um pouco mais de privacidade.

Eu fechei a porta e atendi o celular.

- Lucinda! Jace está no prédio! Saia do seu apartamento!

- Ele está sentado na minha frente nesse exato instante. - falei tensa.

- Droga, o que ele faz aí?

- Eu ainda não descobri.

- Diga a ele para sair do estacionamento do prédio - avisou Jace - Eu quero ele correndo em meia hora.

- Você ouviu? - perguntei.

- Ouvi - ele respirou fundo - Eu já estou indo. Escute bem, Lucinda, Jace é orgulhoso por isso não provoque ele, e me ligue assim que ele sair daí.

- Tudo bem - falei e desliguei a ligação.

- Ele me chamou de orgulhoso, não foi? - Jace riu - Ele vive me chamado disso.

- O que você veio fazer aqui?

Ele pegou o jornal que eu havia colocado em cima da mesa de centro e tomou mais da vodka.

- Jared Ross foi o quinto, sabia? - começou - Porém, o primeiro em Seattle. Teve um em Nova York, aquele nos deu trabalho, outro em Los Angeles, em Denver e em Miami. Até hoje nenhum tomou coragem de aparecer em Washington DC. Mas esse Jared Ross, ele foi corajoso, principalmente em ir atrás de você, imagino que não vá aparecer outros por aqui.

- Tudo bem, você sabe tudo que eu faço, devo tomar cuidado, eu já entendi o recado.

Ele me encarou por alguns segundos e então sorriu.

- Eu aluguei um apartamento por aqui, sabia? Achei mais prático, já que por causa do Charlie e do Gabriel, eu tenho que passar bastante tempo nessa cidade. É um bom prédio, fica perto da mansão da sua mãe. Você sabia que meu pai era um funcionário na empresa de Elliot Moore? Ele trabalhava feito um condenado por uma merreca de salário. Mas eu o tirei desse situação.

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