17: Cinco Por Cento.

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Ponto de Vista de Lucinda Hall.

Quando vim para aquela casa e passei meu primeiros meses ali, nunca imaginei que usaria aquele lugar como refúgio. Normalmente meu refúgio era quando eu saia dali, mas eu aprendi a amar minha família, e em parte isso foi por causa da Willow.

Eu olhava para ela tão alegre naquela mesa tentando me animar, ela ainda tinha que ir no hospital todo mês e o cabelo agora era curto, mas fora isso, ninguém poderia imaginar tudo que aquela menina havia passado. Eu olhava para sua felicidade e pensava, ainda podia haver esperança, e aquilo me assustava, eu não podia me deixar enganar. Eram situações diferentes, eu tinha que lembrar daquilo.

Willow havia mudado tanto desde o dia em que a conheci, ela tinha 16 na época, agora tinha 18, estava na faculdade, e essa era uma grande vitória, afinal, a doença veio bem no final do seu ensino médio, claro que Elliot teve que ajudá-la, mas ela não se importou muito com isso. Willow amadureceu naquele tempo, e aquilo foi bom, estava noiva e mais do que feliz.

Ponto de Vista de Willow Moore.

Eu queria tanto ajudar a Lucy, assim como ela havia me ajudado. Queria vê-la sorrir naquele almoço, na verdade era o que todos queríamos, mas estava difícil, Lucy parecia tão longe dali, eu não sabia se estar em casa estava a fazendo bem, mas esperava que sim. Esperava que pudéssemos ajudar de alguma forma.

Mais de um ano atrás...

- Não sei, Willow, acho que não tem necessidade. - disse Lucinda.

Nós estávamos no shopping, Lucinda ia começar a trabalhar com mamãe, e por isso, precisava de roupas adequadas.

- Claro que tem, Lucy, outra coisa, você também vai precisar na universidade. Vai ter um ponto em que não vai mais poder usar essas suas roupas por lá. Meu sonho ia ser conseguir com que você finalmente se vestisse bem.

- Podemos ir só comer na praça de alimentação? E depois ir na parte dos carros?

- Ah, Lucinda, da para pelo menos uma vez você não pensar em carros?

- Você disse que iriamos a um passeio divertido, não que iamos fazer compras.

- Por mim! - insisti e ela me olhou fundo.

- Tudo bem - ela cedeu - Mas vamos logo, se não vou me atrasar para a pista.

Ela começou a caminhar para a frente, mas eu parei, porque fiquei enjoada de repente. Mas não era enjoo, eu estava tonta.

- Willow? - Lucinda veio até mim.

- Lucy, eu não estou bem.

Fazia tempo que eu não tinha um mal estar assim, minha mente explodiu com a ideia do que poderia ser.

- Lucinda, chame ajuda agora.

E então eu caí.

□ □ □

- Ele está certo, você não vai morrer - disse Lucas.

Eu estava com tanto medo, mas não queria fazer minha mãe ficar ainda mais preocupada.

- Vamos deixar esse quarto um pouco mais vazio - disse o médico. - Sr.Moore, gostaria de falar com você.

- Certo - ele disse e seguiu o médico.

- Eu vou sair também - falou Lucas.

Eu sabia que era porque ele estava com vontade de chorar e não queria fazer isso na minha frente.

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