48: Coisa Estranha.

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Ponto de Vista de Gabriel Taylor

     Dessa vez eu havia sido burro, não pensei na possibilidade deles usarem Francis contra mim, ele não estava protegido pela Equipe. Não passou uma hora do momento que eu deixei  ele em sua casa, recebi uma mensagem dizendo que ele havia sido pego e que eu deveria aguardar novas instruções.

     Passei o dia que nem louco, tentando encontrar ele, mas o grupo realmente era bom. A noite chegou e nenhum contato. Elliot me ligou algumas vezes, ele já devia saber que eu estava em Seattle e queria notícias, não atendi, não queria conversar.

     Já estava em início de madrugada, quando recebi a seguinte mensagem.

     Vá ao seu escritório.

     Na mesma hora me dirigi para a pista, se eles queriam me matar, porque não faziam aquilo de forma mais simples?

     Assim que coloquei o carro no estacionamento, percebi uma movimentação estranha na pista. Meu celular começou a tocar, peguei e vi que era o pai do Francis. Ele queria notícias do filho, eu ainda não tinha notícias para dar, ele ligou uma segunda vez e não atendi, na terceira nem olhei mais, apenas desliguei o celular. Eu tinha que tirar o Francis daquela furada.

     Caminhei em direção ao meu escritório, percebi que havia um amontoado de pessoas ao redor. Assim que cheguei a frente, vi Rick Sellers apontando sua arma para Francis bem perto dele, um pouco afastados da porta do escritório.

     - Bem vindo de volta a Seattle, Gabriel. - ele disse. - Tire sua arma e a coloque no chão. - eu obedeci. - Agora chute na minha direção - eu o fiz. - Agora entre no escritório.

     Suspirei. Não entendi o porquê de todo aquele show. Frederick Monza era mesmo doente.

     Entrei no meu escritório, percebi que estava destruído. Sabia que Isaak faria aquilo, mas nem para ajeitar depois? Inclusive, onde estava Isaak? Ele deveria estar segurança, eu confiava que a Equipe iria protegê-lo. Kirton não falharia comigo dessa forma.

     Percebi que a TV estava ligada, logo seu rosto apareceu, meu bom amigo, Vicent Mack, o falsário Frederick Monza.

     - Meu velho amigo, Gabriel. - ele sorriu. - Seja bem vindo a Seattle de volta.

     - Por que esse show todo? - perguntei.

     - Por que não? Eu não perderia a oportunidade de ter essa última conversa com você. Sempre que estávamos juntos como amigos, eu pensava em como ficaria sua cara quando descobrisse tudo. Imagino que a esse ponto já deve ter associado muitas coisas. Você já parou para pensar em todas as vezes que comentei com você que iria aproveitar a noite com minha mulher? Não era com minha mulher que eu ia aproveita, era com a sua. Lembra quando fomos assistir o Jogo na sua casa, ela serviu bebida para nós? Eu a provoquei sobre filhos, é porque eu sabia que não estavam transando. Ouvi todas as suas lamúrias, o quanto estava arrasado com isso. Olha que ironico, você desabafava comigo sobre sua mulher estar te rejeitando quando na verdade eu era o causador disso.

     - Eu vou matar você. - eu sabia que só queria me provocar, mas lembrar de tudo aquilo me causava um incômodo que eu não conseguia explicar.

     - Lembra quando foi na minha casa receber conselhos? No dia que Lucinda surtou, enquanto você reclamava dela para mim, ela estava lá atrás amarrada em uma cadeira morrendo de medo de eu fazer qualquer coisa com você. Meu plano era me divertir bastante com ela durante dois meses e no fim fazer ela se matar. Depois de dois meses, eu precisei lhe dar uma informação: que o pai dela havia se matado. E pronto, ela cuidou do resto para mim, ela acabou não se matando, mas foi quase isso, não é?

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