5: Vai Ter Que Se Acostumar Com A Chuva.

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Eu não conseguia acreditar que ele havia ne desafiado. O que diabos ele queria? Eu nunca havia falado com Gabriel Taylor, mas de repente ele se achava no direito de me desafiar. Aquilo me deixou com raiva.

Eu me levantei e desci as arquibancadas tão rápido que acompanhei Evie e Zara. Já tinham levado Theo para o carro que iria levá-lo ao hospital. Graças a Deus quando chegamos lá ele já estava consciente.

— Quebrou alguma coisa? — perguntou Zara.

Mas Theo apenas se voltou para mim. Ele sabia. De alguma forma Gabriel conseguiu passar o recado para ele.

— Hall, não vai — ele disse.

— Cale a boca — falei.

— O que eu perdi? — perguntou Evie — Não me diga que...

— Ele usou Theo? — perguntou Zara — Por quê?

— É exatamente o que vou descobrir — falei e sai andando.

— É melhor você não fazer isso — Evie me acompanhou. — Se ele te desafiou dessa forma é porque não está com boas intenções

— Não importa. Viu o que ele fez? — falei —Eu não posso ignorar quando alguém me desafia assim. Ele vai ter o que quer. Pode até ser que eu não ganhe, mas não vou perder fácil.

Eu caminhei em passos pesados até Isaak.

— Vou na próxima — bati a mão na mesa em que Isaak estava organizando as corridas.

— Opa — ele sorriu — Vai precisar de um carro, Hall.

— Você consegue para mim — afirmei.

— Tudo que você quiser, amor — Ele tirou a caneta de trás da orelha e escreveu meu nome no papel.

Eu peguei sua garrafa de cerveja e saí dali. Logo depois vi Gabriel se direcionar à mesma bancada, e vi uma expressão nada boa no rosto de Isaak. Seu olhar se voltou para mim como se quisesse dizer alguma coisa.

— Seu carro está pronto — Marlow, o amigo de Isaak, sentou ao meu lado alguns minutos depois. Ele apontou para o carro vermelho no estacionamento pré corrida.

— Um Porsche? — ergui as sobrancelhas surpresa.

— Ter um dos Taylor querendo sexo e o outro querendo detonar você ajuda em alguma coisa — ele riu.

Vi Isaak começar a subir para seu posto de narrador e percebi que estava na hora de me preparar. Desci até o Porsche enquanto ouvia Isaak narrar.

— Vamos ter uma corrida privada dupla, pessoal — ele anunciou — É, essas são as melhores, e é entre Gabriel Taylor e um Hall, mas não o Hall que estamos acostumados a ver por aqui. Essa noite temos a Hall. A corredora Lucinda Hall.

Assim que disse isso as pessoas começaram a gritar, não porque me conheciam, mas por causa a minha classificação. No mundo dos rachas o melhor título que se pode ter é o de corredor. Haviam os apostadores, que corriam só pela grana, isso quase a maioria; os baderneiros, caras que só entram em uma corrida para sair batendo em todo mundo, esses morriam cedo; e os desqualificados, que só estavam ali para se divertir, passar o tempo ou apenas exibir o quanto eram filhinhos de papai com seus carros de mauricinho.

Já os corredores, também conhecidos como donos das pistas, concentram-se apenas em passar da linha de chegada, em ser o melhor, o mais rápido e o mais habilidoso. Não correm por dinheiro ou diversão, correm pela velocidade, como se dependessem dela. Gabriel com certeza era um corredor. Zara me parecia mais uma apostadora e Theo um desqualificado.

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